O
Pontífice sublinha na vídeo-mensagem a importância do “encontro de identidades
diferentes, porque para encontrar-se é preciso estar seguro da própria
identidade”.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco enviou uma
vídeo-mensagem, nesta quinta-feira (1º/11), a Scholas Occurrentes, em Buenos
Aires, por ocasião do terceiro Encontro Mundial de Jovens dessa fundação.
O evento, promovido por Scholas
Occurrentes e a ONG Judaica ‘World Ort’, teve início nesta segunda-feira
(29/10) e se encerra nesta quinta, na capital Argentina. Conta com a
participação de 400 jovens provenientes de mais de trinta cidades do mundo e
tem como objetivo educar os jovens a um mundo mais humano e pacífico, vivendo a
cultura do encontro.
Encontro de identidades diferentes
O Pontífice sublinha na
vídeo-mensagem a importância do “encontro de identidades diferentes, porque
para encontrar-se é preciso estar seguro da própria identidade”. Segundo o
Papa, “não se negocia a própria identidade para encontrar o outro. Você não
pode mascarar a sua identidade, não pode escondê-la, pois a vida não é um
carnaval. É algo muito sério e um encontro deve ser sério, com muita alegria,
mas sério de coração.”
Francisco sublinha que “a palavra
identidade não é fácil. Trata-se da questão de quem eu sou. É uma das perguntas
mais importantes que uma pessoa possa se fazer: diante de si mesma, diante dos
outros, diante de Deus e diante da história. Quem sou?”
Segundo o Papa, esta pergunta
acompanha a questão sobre “o significado da minha vida e quem eu sou. É uma
pergunta a se fazer sempre. Sempre! Mantê-la aberta, próxima: Quem sou
eu?”
“A nossa identidade não é um dado que
é estabelecido, não é um número de fábrica, não é uma informação que eu busco
na internet para saber quem eu sou. Não somos algo totalmente definido,
estabelecido. Estamos a caminho, estamos em crescimento, e aquele núcleo
de identidade cresce e nós caminhamos. Estamos crescendo com o nosso estilo,
com a nossa história e com o nosso núcleo de identidade. Somos testemunhas,
somos escritores e leitores de nossas vidas e não somos os únicos autores:
somos o que Deus sonha para nós, aqueles que contamos, aqueles que voltamos
para contar, aqueles que os outros contam, sempre e quando somos fiéis.”
Ser fiéis à coerência
“Fiéis à nossa integridade pessoal,
fiéis à nossa nobreza interior, fiéis a uma palavra que as pessoas temem: fiéis
à coerência. Não existem identidades de laboratórios. Toda identidade tem uma
história, e porque existe uma história, pertence. A minha identidade vem de uma
família, de um país e de uma comunidade. Vocês não podem falar de identidade
sem falar de pertença. Identidade é pertencer. Pertencer a algo que me
transcende, algo maior que eu”, frisa o Papa.
Para Francisco, um perigo em nossos
tempos “é quando uma identidade esquece suas raízes, esquece de onde vem,
esquece sua história, não se abre para a diferença da convivência atual, olha o
outro com medo, o vê como um inimigo e a guerra começa ali. Basta ler todos os
dias os jornais ou assistir ao telejornal: uma pequena guerra no início, quase
imperceptível, porém, grande e terrível no final.”
Segundo o Papa, “para que a
identidade não se torne violenta, não se torne autoritária, não se torne uma
negação da diferença, necessita constantemente do encontro com o outro, do
diálogo, precisa crescer a cada encontro, precisa da memória da pertença”.
Francisco
conclui, pedindo a todos para cuidar de sua “identidade e pertença”, e a fazerem de sua identidade, da pertença que
receberam, “uma obra de arte”.
Fonte: Vatican News
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