"Amar
a Deus quer dizer investir nossas energias todos os dias para ser seus
colaboradores no serviço ao próximo sem reservas, no buscar perdoar sem limites
e no cultivar relações de comunhão e de fraternidade”, disse o Papa Francisco
no Angelus deste domingo.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
O amor a Deus e ao próximo são
inseparáveis, reiterou o Papa em sua alocução, antes de rezar o Angelus. “Eles
são os dois lados de uma única moeda: vividos juntos, são a verdadeira força do
crente”.
O domingo chuvoso não impediu que
milhares de fiéis e turistas fossem até a Praça São Pedro para ouvir a mensagem
de Francisco no tradicional encontro dominical.
“Há um só Senhor e esse Senhor é
"nosso" no sentido de que ele está ligado a nós com um pacto
indissolúvel, nos amou, nos ama e nos amará para sempre”, disse o Papa ao
iniciar sua reflexão, inspirada no Evangelho de São Marcos e no Livro do
Deuteronômio.
Amor a Deus e ao próximo são
inseparáveis
E “é desta fonte, este amor de Deus –
completou - que deriva o duplo mandamento para nós: "Amarás o Senhor
teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua mente e
com toda a tua força. [...] amarás o teu próximo como a ti mesmo":
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“Ao escolher estas duas palavras
dirigidas por Deus ao seu povo e colocando-as juntas, Jesus ensinou de uma vez
por todas que o amor a Deus e o amor ao próximo são inseparáveis. E mais do que
isso, eles se sustentam um ao outro. Mesmo se colocados em sequência,
eles são os dois lados de uma única moeda: vividos juntos, eles são a
verdadeira força do crente”!
“O nosso Deus é doação sem reservas,
é perdão sem limites, é relação que promove e faz crescer. Por isto – observou
Francisco - amar a Deus quer dizer investir nossas energias todos os dias
para ser seus colaboradores no serviço ao próximo sem reservas, no buscar
perdoar sem limites e no cultivar relações de comunhão e de fraternidade”.
Pré-selecionar o próximo não é
cristão
E explicou, que “o evangelista Marcos
não se preocupa em especificar quem é o próximo, porque o próximo é a pessoa
que eu encontro no caminho, nos meus dias”:
“Não se trata de pré-selecionar o
meu próximo, isto não é cristão! Eu penso que o meu próximo é aquele que eu
pré-selecionei. Não, isto não é cristão, é pagão; mas se trata de ter olhos
para vê-lo e coração para querer o seu bem. Se nos exercitarmos em ver com o
olhar de Jesus, nos colocaremos sempre em escuta e ao lado de quem precisa. As
necessidades do próximo exigem certamente respostas eficazes, mas antes ainda
elas pedem compartilhamento”.
Proximidade fraterna
Com uma imagem – exemplificou -
podemos dizer que o faminto tem necessidade não apenas de um prato de sopa, mas
também de um sorriso, de ser ouvido e também de uma oração, quem sabe feita em
conjunto:
“O Evangelho de hoje convida todos
nós a sermos projetados não somente para as urgências dos irmãos mais pobres,
mas sobretudo a estarmos atentos às suas necessidades de proximidade fraterna,
de sentido da vida e da ternura. Isso interpela nossas comunidades cristãs:
trata-se de evitar o risco de ser comunidades que vivem de muitas iniciativas,
mas de poucas relações; o risco de comunidade "estações de serviço",
mas de pouca companhia, no sentido pleno e cristão deste termo”.
“Seria
ilusório – disse Francisco ao concluir - pretender amar o próximo sem
amar a Deus. E da mesma forma seria ilusório pretender amar a Deus sem amar o
próximo. As duas dimensões do amor, para Deus e para o próximo, em sua unidade,
caracterizam o discípulo de Cristo. Que a Virgem Maria nos ajude a acolher e
testemunhar na vida de cada dia este ensinamento luminoso”.
Fonte: Vatican News
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