Consultar
o Povo de Deus e ter uma Igreja sinodal: essas são as características da
Constituição apostólica Episcopalis communio publicada esta terça-feira.
Giada Aquilino – Cidade do Vaticano
Faltando poucos dias para o início do
Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens, foi publicada esta terça-feira (18/09) a
Constituição Apostólica do Papa Francisco Episcopalis communio sobre a
estrutura do organismo instituído por Paulo VI em 1965.
Pelo bem de toda a Igreja
Francisco define a instituição do
Sínodo como uma das “heranças mais preciosas do Concílio Vaticano II”, e
destaca a “eficaz colaboração” do organismo com o Romano Pontífice nas questões
de maior importância, isto é, que “requerem uma especial ciência e prudência
pelo bem de toda a Igreja”. Neste momento histórico em que a Igreja abarca uma
nova “etapa evangelizadora”, através de um estado permanente de missão, o
Sínodo dos bispos é chamado a se tornar sempre mais um canal adequado para a
evangelização do mundo de hoje.
A Secretaria Geral
Paulo VI havia previsto que, com o
passar do tempo, esta instituição poderia ser aperfeiçoada; a última edição do
Ordo Synodi é de 2006, promulgada por Bento XVI. Diante da eficácia da ação
sinodal, nesses anos cresceu o desejo de que o Sínodo se torne sempre mais “uma
peculiar manifestação e uma eficaz atuação da solicitude do episcopado para com
todas as Igrejas”.
A escuta
O bispo, reitera o Papa, é
contemporaneamente “mestre e discípulo”, num compromisso que é ao mesmo tempo
missão e escuta da voz de Cristo que fala através do Povo de Deus. Também o
Sínodo então “tem que se tornar sempre mais um instrumento privilegiado de
escuta do Povo de Deus”, através da consulta dos fiéis nas Igrejas
particulares, porque mesmo que seja um organismo essencialmente episcopal, não
vive “separado do restante dos fiéis”.
Portanto, é “um instrumento apto a
dar voz a todo o Povo de Deus justamente por meio dos bispos”, “custódios,
intérpretes e testemunhas da fé”, mostrando-se, de Assembleia em Assembleia,
uma expressão eloquente da “sinodalidade” da própria Igreja, em que se espelha
uma comunhão de culturas diferentes. Também graças ao Sínodo dos bispos, ficará
mais evidente que nela vige uma “profunda comunhão”, seja entre os pastores e
fiéis, seja entre os bispos e o Pontífice.
A unidade do todos os cristãos
A
esperança do Papa Francisco é que a atividade do Sínodo possa “a seu modo
contribuir ao restabelecimento da unidade entre todos os cristãos, “segundo a
vontade do Senhor”. Deste modo, o organismo ajudará a Igreja Católica, segundo
o auspício de São João Paulo II expresso na encíclica Ut unum sint, a
“encontrar uma forma de exercício de primado que, não renunciando de modo algum
à essência de sua missão, se abra a uma nova situação”.
Fonte: Vatican News
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