quinta-feira, 30 de agosto de 2018

PAPA FRANCISCO E PEDOFILIA



No fim da semana passada durante sua breve visita à Irlanda o Papa Francisco pediu, mais uma vez, perdão das pessoas abusadas por clérigos ou religiosos da Igreja. Católicos, não somente aqui no Brasil, mas no mundo inteiro, acompanham com profunda vergonha e tristeza as denúncias de abuso sexual de crianças e adolescentes praticadas por um número reduzido de padres e religiosos. A imprensa mundial tem noticiado quase diariamente casos acontecidos nos Estados Unidos, na Alemanha, na Irlanda, na Austrália e no Brasil.
É importante salientar que o número de religiosos envolvidos em pedofilia ou efebofilia (uma atração por pessoas jovens pós-puberdade) no Brasil é relativamente pequeno. Porém, se fosse somente um padre ou um religioso  no mundo inteiro abusando sexualmente de uma criança já seria demais. Na sua recente “Carta aos fiéis” o papa Francisco disse: “A dor das vítimas e das suas famílias é também a nossa dor, por isso é preciso reafirmar mais uma vez o nosso compromisso em garantir a proteção de menores e de adultos em situações de vulnerabilidade”.
No mês de julho, próximo passado, Papa Francisco reuniu com algumas das pessoas que foram abusadas. Ele passou meio hora com cada um. Ficou profundamente chocado com as histórias dessas pessoas e o sofrimento causado. Alguns dos abusados deram entrevistas depois e contaram como o papa Francisco, com lágrimas nos olhos pediu perdão e prometeu “tolerância zero” para o futuro. Ele parabenizou os abusados pela coragem de ter contado suas histórias. Depois numa missa celebrada no mesmo dia, o papa Francisco em sua homilia, mais uma vez, condenou energicamente o abuso sexual de menores por clérigos e religiosos. Falou sobre o terrível sofrimento emocional e espiritual que as pessoas abusadas sofreram. Mencionaram as dificuldades que elas tinham encontrado no relacionamento com seus pais, esposos (as) e filhos. Mencionou também algumas tragédias de suicídio. Mais uma vez ele pediu perdão para os pecados e gravíssimos crimes de alguns membros do clero.
Acredito que a maioria esmagadora dos bispos e padres da Igreja Católica são homens de Deus, honestos, dignos, levando com seriedade sua vocação e seu ministério sacerdotal, especialmente em prol dos pobres e injustiçados. A lição que a Igreja Católica tira desta  sórdida e vergonhosa tragédia é que não há lugar para padres e religiosos pedófilos na sua fileiras. O padre pedófilo deve ser denunciado à polícia logo que ele for descoberto como tal, e se o crime for comprovado, enfrentar o rigor da justiça do seu país. Depois seu bispo pode aplicar as penas do Direito Canônico. Gostaria de terminar este breve artigo citando mais uma vez o Papa Francisco em sua “Carta aos fiéis”. O Papa disse: “é imperativo que nós, como Igreja, possamos reconhecer e condenar, com dor e vergonha, as atrocidades cometidas por pessoas consagradas, clérigos, e inclusive por todos aqueles que tinham a missão de assistir e cuidar dos mais vulneráveis. Peçamos perdão pelos pecados, nossos e dos outros”.
Pe. Brendan Coleman – Redentorista

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