Nesta
quarta-feira na Praça São Pedro, um coro de fiéis para o seu bispo foi
transformado em um ato de protesto contra o Papa Francisco. Uma fake news que
girou o mundo.
Alessandro Gisotti - Cidade do
Vaticano
A cena é a habitual da quarta-feira
na Praça São Pedro. O Papa conclui a sua catequese, concede a sua bênção e
cumprimenta algumas pessoas que foram admitidas no chamado "beija
mão". Da praça ergue-se um coro, são fiéis que festejam alguém querido a
eles, que pessoalmente está saudando o Santo Padre. Na manhã desta
quarta-feira, ocorreu que os crismandos da diocese de Lucca entoaram um coro
cantando o nome "Italo", nome de seu bispo, Dom Italo Castellano, que
estava cumprimentando o Papa Francisco.ain stream.
Em alguns sites de jornais, portanto,
lemos que o Papa foi contestado pelos fiéis na Praça São Pedro, que exaltavam o
"grande acusador" Carlo Maria Viganò. A verdadeira notícia surge em
breve, graças ao profissionalismo daqueles que se dão ao trabalho de ouvir
novamente o áudio e "descobrir" a presença na Praça São Pedro do grupo
de fiéis da cidade de Lucca que, durante algumas horas, graças a esta fake
news se tornaram "famosas" mesmo sem querer. A história, que
tem alguns aspectos surrealistas e para alguns aspectos até mesmo cômicos, é na
verdade o sintoma perturbador de um sistema midiático que, na busca exasperada
do scoop da notícia, não analisa os fatos, mas os dobra
para o que parece ser a expectativa do seu público.
Precisamente o Papa Francisco, na sua
última Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, explicou
eloquentemente quais são as dinâmicas que levam à propagação de falsas notícias
como esta. A eficácia das fake news, observa o Papa, "é devido
principalmente à sua natureza mimética, isto é, à capacidade de
parecer plausível. Em segundo lugar, essas notícias falsas, falsas mas
prováveis, são cativantes, no sentido de que são capazes de capturar a atenção
dos destinatários ". O Papa observa em seguida um "uso manipulador
das redes sociais," as notícias falsas "ganham uma tal visibilidade
que até mesmo as desmentidas das com autoridade dificilmente conseguem conter
os danos." O que está em jogo? O que preocupa o Papa? Para Francisco, as
"razões econômicas e oportunistas da desinformação estão enraizadas na
sede de poder” que "nos faz vítimas de um imbróglio muito mais trágico de
cada singular manifestação: o do mal, que se move de falsidade em falsidade
para nos roubar a liberdade do coração ".
Desde
o início de seu Pontificado, Francisco manifestou uma grande confiança nos
operadores da informação. Uma confiança reafirmada ano após ano, concedendo
numerosas entrevistas também a meios de comunicação que não têm nenhum poder -
como a revisita dos sem-casa de Milão ou à rádio de uma favela argentina - e
nunca evitando as perguntas dos jornalistas, mesmo as mais desconfortáveis. Um
ato de confiança (e de responsabilidade) que renovou aos jornalistas
precisamente no documento de Viganò. "Vocês têm a capacidade jornalística
suficiente para tirar as conclusões", disse o Papa no voo de volta da
Irlanda, "é um ato de confiança". Uma confiança que recorda a
essência da profissão jornalística que busca a verdade e não a fabrica.
Fonte: Vatican News
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