Acusado
de abuso contra menores quando era sacerdote em Nova York há mais de 45 anos,
McCarrick apresentou sua renúncia, que foi aceita pelo Papa Francisco.
Cidade do Vaticano
Theodore McCarrick, 88 anos,
arcebispo emérito de Washington, não é mais cardeal. "Papa Francisco -
informa a Sala de Imprensa do Vaticano - aceitou sua renúncia" e "ordenou
sua suspensão do exercício de qualquer ministério público, juntamente com a
obrigação de permanecer em uma casa que lhe será indicada, para uma vida de
oração e de penitência, até que as acusações feitas contra ele sejam
esclarecidas pelo processo canônico regular".
A carta com a qual McCarrick
"apresentou a renúncia como membro do Colégio dos Cardeais" chegou às
mãos do Papa Francisco na noite de sexta-feira, 27.
Acusações credíveis e fundadas
No mês passado, o cardeal secretário
de Estado, Pietro Parolin, seguindo as instruções do Papa Francisco, já havia
dado instruções para que o cardeal McCarrick não exercesse mais publicamente
seu ministério sacerdotal.
A decisão seguiu-se às conclusões de
uma Comissão da Arquidiocese de Nova York, que havia definido como
"credíveis e fundadas" as alegações contra McCarrick sobre abusos por
ele cometidos contra um menor, há mais de 45 anos, quando era sacerdote em Nova
York. McCarrick aceitou a decisão dizendo que era inocente.
Card. O'Malley: comportamento incompatível
com o papel de padre, bispo ou cardeal
Nos dias passados, o cardeal Sean
Patrick O'Malley, arcebispo de Boston e presidente da Pontifícia Comissão para
a Proteção de Menores, disse estar chocado com as notícias sobre McCarrick, que
também foi acusado de comportamento sexual inadequado com adultos.
"Essas presumíveis ações "
- disse O'Malley em um comunicado - "são moralmente inaceitáveis e
incompatíveis com o papel de padre, bispo ou cardeal". "Esses e
outros casos exigem mais do que um pedido de desculpas" - sublinhou
- observando que "quando são feitas acusações contra um bispo ou um
cardeal, ainda há uma grande lacuna nas políticas da Igreja sobre comportamento
e abuso sexual".
A
Igreja nos Estados Unidos adotou uma política de "tolerância zero" em
relação ao abuso sexual de menores por padres, mas são necessários
"procedimentos mais claros para os casos envolvendo bispos".
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