Frank Stephens / Foto: Captura
Youtube
WASHINGTON
DC, 03 Nov. 17 / 04:00 pm (ACI).- Frank Stephens conseguiu captar a
atenção mundial sobre a dignidade da vida das pessoas com
Síndrome de Down no Congresso dos Estados Unidos, quando afirmou que a ideia de
abortar os filhos ao descobrir que eles nascerão com Síndrome de Down é
“profundamente influenciada por um preconceito ultrapassado”.
A recente intervenção de Frank
Stephens no Congresso dos Estados Unidos não deixou ninguém indiferente. Em
apenas alguns dias, o seu discurso, cheio de razões e emoção, deu a volta ao
mundo.
Frank Stephens é ator, escritor,
porta-voz da Global Down Syndrome Foundation e membro da equipe administrativa
de Special Olympics no estado da Virgínia.
Com um discurso de apenas 7 minutos
clamou contra a “solução final” contra as pessoas com síndrome de Down.
O seu discurso na Câmara de Deputados
dos Estados Unidos ocorreu durante uma comissão sobre investigação científica,
questão que Stephens aproveitou para fazer uma introdução brilhante ao seu
discurso.
“Para que não haja confusão, quero
dizer que não sou cientista nem pesquisador. Entretanto, ninguém sabe mais da
vida de uma pessoa com Síndrome de Down do que eu. Seja o que for que
aprenderam hoje, lembrem-se disso: sou um homem com Síndrome de Down e a minha
vida vale a pena”, começou Stephens.
Sem abandonar a ironia, também
denunciou aqueles que defendem que um ser humano é susceptível de ser morto
antes de nascer, abortado, pelo fato de ter Síndrome de Down.
Em sua opinião, é uma ideia
“profundamente influenciada por um preconceito ultrapassado” sobre o que
significa viver com Síndrome de Down.
O próprio Stephens fala da sua
experiência: “Eu tenho uma vida muito interessante. Eu dei aula em
universidades, atuei em um filme que foi premiado, em um programa de televisão
premiado no Emmy e dei uma palestra a milhares de jovens sobre o valor da
inclusão”.
“Visitei duas vezes a Casa Branca e
não tive que pular a cerca”, comenta brincando antes de dizer, solenemente:
“Realmente, acho que eu não precisaria justificar a minha existência”.
Entretanto, Stephens oferece três
argumentos para aqueles que “questionam o valor das pessoas com Síndrome de
Down”.
O primeiro é que “nós somos um
presente médico para a sociedade, um plano para a pesquisa médica sobre o
câncer, o Alzheimer e os transtornos do sistema imunológico”.
O segundo, o grau de felicidade das
pessoas com Síndrome de Down. Stephens recolhe o resultado de um estudo
realizado na Universidade de Harvard, que mostra como as pessoas com Síndrome
de Down, seus pais e irmãos percebem a sua vida com um grau de felicidade muito
maior do que o normal. “Somos uma fonte incomum e poderosa de felicidade. Sem
dúvida, a felicidade tem um valor”, diz Stephens.
O terceiro argumento apresentado para
aqueles que questionam o valor e a dignidade intrínseca da vida das pessoas com
síndrome de Down é que a sua existência serve como testemunho, de termômetro ou
de alerta.
“Nós somos o canário na mina de
carvão. Damos ao mundo a oportunidade de pensar sobre a ética de escolher quais
seres humanos merecem uma oportunidade de viver”, explica.
Finalmente, Frank Stephens pede para
que não sigam o exemplo da Islândia ou da Dinamarca, onde, recentemente, foi
divulgado o dado chocante de que 100% das pessoas que são diagnosticadas com
Síndrome de Down em seu desenvolvimento intrauterino são impedidas de nascer
devido ao aborto.
“Sejamos os Estados Unidos, não a
Islândia ou a Dinamarca. Busquemos respostas, não ‘soluções finais’”, implora
Stephens, fazendo um paralelo com a brutalidade nazista com o povo judeu.
Publicado originalmente em Actuall.
Fonte;
ACI Digital
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