domingo, 22 de outubro de 2017

A PRIMEIRA FOTOGRAFIA DE UM CRIME



É muito comum nós ouvirmos falar da história da fotografia, mas algum dia você já se perguntou o que tem a ver a fotografia com a Igreja Católica? Que importância tem isso? Será que os fotógrafos têm algum padroeiro?

Na tradição católica, nós encontramos Verônica como principal representante da fotografia. Isso mesmo! Verônica foi aquela que ao enxugar o rosto de Jesus Cristo, durante a Paixão, imprimiu no véu que trazia consigo os traços de Sua face, por isso ela é considerada a Padroeira dos Fotógrafos. Santa Verônica e o Sudário são, por assim dizer, os objetos paradigmáticos da “aura” e, de forma bem resumida, entendemos como “aura” o que Walter Benjamin* definiu em sua obra chamada “Pequena História da Fotografia”: a aparição de algo distante, que se faz próximo. Esse conceito é pensado a partir da observação de alterações provocadas pelas novas técnicas de produção artística na esfera cultural. Esses objetos nos aproximam do Sagrado e nos trazem a experiência de que o que parece distante está mais próximo do que imaginamos.

Desde esse fato, a fotografia passou a desempenhar um papel significativo no culto moderno do sagrado. Georges Didi-Huberman* alega, por exemplo, que depois de fotografado por Secondo Pia, em 1892, o Santo Sudário adquiriu uma importância teológica e litúrgica que nunca havia tido até então. Não apenas o “filme” de Secondo teria permitido ver ali um corpo e um rosto, mas a própria fotografia teria se tornado ali um meio para a compreensão espiritual destes objetos, que teriam tocado a luz e o corpo de Nosso Senhor.
O Santo Sudário conservou uma grande marca para a fotografia, dando a perceber a grande relevância da pessoa de Verônica na história da fotografia no meio cristão. Um grande fotógrafo francês chamado Philippe Dubois afirma até que “o Santo Sudário é, no fundo, a primeira ‘fotografia de crime’.” Dubois explica: “O milagre fotográfico conquistou então todo o próprio Santo Sudário: essa relíquia, essa mortalha manchada, esse pano impregnado de uma presença desaparecida tornou-se ele próprio a marca negativa do corpo de Cristo que nele foi deposto. E o Sudário que se fizera fotografia. Sua história começa aí.”
Santa Verônica, rogai por nós!
Wallace Freitas
 Fonte: do Site do Shalom

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