Arcebispo do Rio de Janeiro,
Cardeal Orani Tempesta / Foto: Facebook Cardeal Orani João Tempesta
Rio de Janeiro, 07 Abr. 17 / 07:00 am
(ACI).- Em uma nota de
repúdio à descriminalização do aborto, o
Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani Tempesta, lançou uma convocação a
que todos se unam à “batalha pela vida”, frente as mais
recentes tentativas de implantar o aborto no Brasil, qualificado por ele como a
maior das ameaças à dignidade humana.
O Purpurado alerta que “emergem novas
investidas contra a vida, que envolvem políticos e ativistas que apelam aos
membros do STF (Supremo Tribunal Federal), este que logo julgará a matéria da
petição que apela pela descriminalização da prática do aborto até as 12 semanas
de vida”, ação protocolada pelo PSOL juntamente com o Instituto Anis.
“Nós, pastores do povo de Deus,
repudiamos com veemência o aborto em todas as suas formas, bem como sua
descriminalização”, declara o Arcebispo, ao acrescentar que também demandam,
“em respeito à vida e ao povo brasileiro, que as autoridades civis somem-se a
nós nesta busca pela paz e pelo progresso de nossa nação, que começa no direito
à vida, defendido sem nenhuma exceção desde o momento de sua concepção até seu
fim natural”.
Dom Orani exorta os cidadãos a se
manifestarem pacificamente e saúda os movimentos, associações e grupos pró-vida
de apoio à mulher e ao nascituro. “Vocês não estão sozinhos”, garante.
“Convocamos que mais pessoas se unam
a essa batalha pela vida. Estejamos unidos na Eucaristia,
que é a força de nosso labor pela vida”, acrescenta.
Em sua nota, o Purpurado recorda que
“quando a sociedade vive o clima de caminhada para a Páscoa, certeza da vida
que vence a morte, é imperioso que de novo saiamos em defesa da vida daqueles
que não têm voz”.
De acordo com ele, os tempos atuais
demandam a “oração e a unidade do povo cristão” frente a ameaças “à dignidade
humana e à paz”. “E de todas essas ameaças à dignidade – ressalta –, qual
poderia ser maior além daquela que sentencia a morrer os cidadãos inocentes que
apenas buscam viver?”.
Dentre os brasileiros que mais correm
o risco dessa sentença, Dom Orani chama a atenção para “os filhos da pátria
não-nascidos, perseguidos desde a sua concepção”.
Esta realidade recorda, segundo o
Arcebispo, a narrativa do Apocalipse, no qual aparece “a mulher que está
prestes a dar a luz a um filho e que é perseguida pelo dragão que anseia loucamente
devorar o filho que lhe nascer” (cf. Ap 12,1-17).
“E esse dragão hoje tem um nome, é
chamado ‘cultura de morte’ e ele alça seu voo homicida sobre nossas cabeças
para, através do aborto, ceifar vidas”, adverte.
Nesse sentido, lembra que o próprio
“Jesus atribui a si a vida dos padecentes, pequeninos e inocentes”, ao dizer
que “o que fizerdes ao menor dos vossos irmãos, é a Mim que o fazeis”.
Além disso, assinala o Cardeal,
Cristo também deixa claro que ao perseguir os “cristãos inocentes”, os “que
sofrem sem amparo e defesa”, é a Ele que se está perseguindo.
“E digo-vos que Cristo mais uma vez
está sendo perseguido nos inocentes que não têm sequer direito de ter seu nome
civil e nem mesmo o de cristão, pois morrem antes pelas mãos deste sanguinário
dragão”.
Entretanto, garante o Cardeal
Tempesta, “Cristo mesmo lhes dá um nome, o seu nome quando diz: ‘é a mim que o
fazeis’. E reitera a estes algozes: ‘Por que me persegues?’; e se faz advogado
dos inocentes diante do Pai”.
Assim, assumindo sofrer junto com Cristo
diante de tal realidade, assegura: “Advogaremos com Ele até o fim, mesmo depois
de qualquer sentença dada, e não nos cansaremos de recorrer a favor da vida
como direito natural dos concebidos”.
“Que a Páscoa que se aproxima
preencha os nossos corações com a certeza da vitória da vida sobre a morte e da
caminhada histórica de um povo que não perde a esperança porque baseada
n’Aquele que ressuscitou e vive presente entre nós”, conclui.
Fonte: ACI Digital
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