sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

SANTO DO DIA - SAN JUAN DIEGO CUAUHTLATOATZIN


No âmbito da festa da Imaculada Conceição, entre outros, a Igreja celebra hoje Juan Diego, cuja vida está ligada para sempre a Maria, sob o título de Nossa Senhora de Guadalupe. Este santo indígena encarna em si uma das mais belas histórias de amor que comove poderosamente. Inocência e doçura formam uma simbiose perfeita em sua vida que certamente exorta a buscar a santidade e nos permite entender o que ele viu na Rainha do Céu, modelo sublime de virtude.
Nasceu em Cuauhtitlan pertencente ao reino de Texcoco, México, então governada pelos astecas, até o ano de 1474. Ele levava em seu nome, que significa “águia que fala”, a nobreza desta majestosa ave que voa desafiando as tempestades, rumo ao infinito. Era um índio da etnia chichimecas, simples, repleto de candura, de fé forte, dócil, humilde, obediente e generoso. Um homem inocente que, quando conheceu os franciscanos, recebeu a água do batismo e abraçou a fé para sempre, encarnando com plena fidelidade os ensinamentos que recebeu. Um digno filho de Deus não hesitava em viajar 20 km todo sábado e domingo para aprofundar a doutrina da Igreja e participar da missa. Teve a graça de sua esposa, Maria Lucia, compartilhar a mesma fé, e ambos, enamorados da castidade, depois de serem batizados por volta de 1524 ou 1525 se determinaram a viver em continência perfeita. Maria Lucia morreu em 1529 e Juan Diego foi morar com seu tio Juan Bernardino residente em Tulpetlac, a 14 km da igreja de Tlatelolco-Tenochtitlan, diminuindo o longo caminho que costumava percorrer.
A Mãe de Deus confiou a este virtuoso indígena uma missão. Quatro aparições selam as sublimes conversas entre ela e Juan Diego, que tinha 57 anos, idade avançada para a época. No sábado, 9 de dezembro de 1531, ele foi para a igreja. Caminhava com os pés descalços, assim como aqueles de sua condição social, protegido contra o frio apenas por um tilma, um cobertor simples. Quando se aproximava de Tepeyac, a tenra voz de Maria chamou sua atenção, quando se dirigiu a ele em sua língua Nauhatl: “Juanito, Juan Dieguito!”. Ele subiu até o topo, e ela disse que era “a perfeita sempre Virgem Maria, Mãe do verdadeiro Deus”. Além disso, pediu a ele que implorasse ao bispo Juan de Zumarraga que erguesse ali mesmo uma igreja. Juan Diego obedeceu. Foi em busca do prelado e pacientemente enfrentou todas as dificuldades impostas. Ao contar sobre o sobrenatural acontecido e a mensagem recebida, o bispo reagiu com descrença total. Juan Diego retornou ao local no dia seguinte e explicou o que aconteceu a Nossa Senhora, sugerindo humildemente a escolha de alguém mais notável do que ele, que era considerado um pobre “homenzinho”. Maria, porém, insistiu. Claro que poderia escolher muitos outros! Mas tinha que ser ele a transmitir ao bispo sua vontade: “Bem, diga-lhe outra vez como eu, pessoalmente, a sempre Virgem Maria, que sou a Mãe de Deus, te envio”.
Em 12 de dezembro, diligentemente, novamente ele foi se encontrar com o bispo. Este pediu que provasse o que estava dizendo. Muito sentido, Juan Diego voltou para casa e encontrou o tio, quase morto, que lhe pediu para ir à capital buscar um padre para lhe dar a última bênção. Sem muito pensar, ele rapidamente realizou esse ato de caridade e foi até Tlatelolco. Ele achou que não era o momento para se encontrar com a Virgem Maria, ela entenderia a situação, e daria conta do que aconteceu mais tarde. Assim, após esta breve decisão, ele percorreu outro caminho. Maria, porém, aproximou-se dele, e Juan Diego impressionado e cheio de remorsos, com simplicidade expressou sua angústia e o motivo que o levou a agir dessa forma. A Mãe consolou-o, animou-o e disse que seu tio iria se recuperar. Além disso, consciente da teimosia do bispo e de seu pedido, disse a Juan Diego para subir a montanha para colher flores e entrega-las a ela.
No lugar indicado não brotavam flores. Mas Juan Diego acreditou, obedeceu e desceu depois com um ramalhete que levava em seu tilma. Nossa Senhora tomou-as em suas mãos e de novo colocou as flores nele. Era o sinal esperado, a resposta que venceria a resistência que acompanhava a incredulidade. Mais tarde, quando o cândido índio conseguiu ser recebido pelo bispo, ao tirar o tilma verificou-se que a imagem da Virgem de Guadalupe estava estampada no tecido com belíssimas cores. Tendo em conta o milagre, o bispo acreditou, arrependeu-se e fez a vontade de Maria.
Juan Diego pegou seus pertences na casa de seu tio e mudou-se para uma casa modesta ao lado da igreja. Ele dedicou sua vida a oração e a penitência e o milagre se espalhou entre as pessoas. Ele cuidava da capela dedicada à Virgem de Guadalupe e acolhia os muitos peregrinos que ali chegavam. Ele faleceu no dia 30 de maio de 1548 com fama de santidade, refletida não apenas no México, mas em todo o mundo que ainda hoje aclama este “confidente da doce Senhora do Tepeyac”, como João Paulo II o chamou. Foi ele quem confirmou seu culto dia 06 de maio de 1990 e o canonizou dia 31 de julho de 2002.

Fonte: Zenit

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