Cardeal Pietro Parolin / Chancelaria
de Estado da Lituânia (CC BY-NC-ND 2.0)
NOVA IORQUE, 22 Set. 16 / 08:00 am (ACI).- O Secretário de
Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, pediu um compromisso mais decidido
à comunidade internacional diante das causas fundamentais da crise migratória,
especialmente como a guerra e o comércio de armas.
“Dado que as decisões humanas
provocam conflitos e guerras, está ao nosso alcance e é nossa responsabilidade
confrontar as causas fundamentais que levam milhões de pessoas a converter-se
em refugiados, migrantes forçados e deslocados internos”, disse o Cardeal
Parolin na Cúpula da ONU sobre Refugiados e Migrantes em Nova Iorque, nesta
segunda-feira, 19 de setembro.
“Nosso maior desafio é identificar e
atuar sobre as causas que obrigam milhões de pessoas a abandonar seus lares,
seus meios de vida,
suas famílias e seus países, arriscando suas próprias vidas e as de seus seres
queridos para procurar a segurança, a paz e uma vida melhor em terras
estrangeiras”, continuou.
O Cardeal destacou além disso o
aumento da perseguição religiosa como uma causa do deslocamento, e reconheceu
que “apesar de que outros grupos sejam objetos dela, muitos informes confirmam
que os cristãos são o grupo religioso mais atingido.
“Abordar as causas fundamentais do
deslocamento dos povos requer força e vontade política”, afirmou o Secretário
de estado do Vaticano.
“Como o Papa Francisco afirmou,
significaria repensar hábitos e práticas arraigadas, começando pelas questões
relacionadas com o comércio de armas, o fornecimento de matérias primas e de
energia, os investimentos, as políticas de financiamento e o desenvolvimento
sustentável e, inclusive, o grave flagelo da corrupção", assinalou.
“A proliferação de qualquer tipo de
armas agrava as situações de conflito e dá como resultado enormes custos
humanos e materiais, causa grandes deslocamentos de refugiados e migrantes e
escava profundamente o desenvolvimento e a busca de uma paz duradoura”,
expressou.
O Cardeal destacou que nos esforços
por eliminar as causas estruturais da pobreza e da fome se deve incluir a
defesa do meio ambiente, assegurar um trabalho digno para todos, acesso a uma
educação de qualidade, e proteção da família, que é “um elemento essencial no
desenvolvimento humano e social”.
O purpurado indicou ainda que a
diplomacia e o diálogo são o caminho para resolver as questões e destacou o
fato de que a cúpula tenha posto sua atenção nas “formas mais efetivas de
compartilhar a responsabilidade” frente à crise de refugiados e migrantes.
Dom Parolin assinalou que apesar que
não são reconhecidos como refugiados pelas convenções internacionais, “a Santa
Sé se sente obrigada a chamar urgentemente a atenção sobre a condição dos
migrantes que fogem de situações de extrema pobreza e de degradação ambiental”.
“Seus sofrimentos são muito grandes e
são mais vulneráveis ao tráfico de pessoas e a diversas formas de escravidão
humana”, recalcou.
“A Santa Sé pede um compromisso comum
por parte dos diferentes governos e da Comunidade internacional para pôr fim a
todas as lutas, ao ódio e à violência e procurar a paz e a reconciliação”,
sustentou o Cardeal.
ACI Digital
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