domingo, 29 de março de 2015

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE


29/03/2015 - Domingo de Ramos – 1ª. leitura


Isaías 50, 4-7 – “exemplo de servo”


Servo é quem se compromete livremente com alguma pessoa no serviço 
desinteressado e abnegado, deixando-se reger por um condutor. Cada um de 
nós que se propõe a seguir Jesus deve ter o entendimento de trazer para 
si estas palavras: “O Senhor deu-me uma língua adestrada, para que eu 
saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida “; “Ele me excita o 
ouvido para prestar atenção como um discípulo”. Se Jesus é o Mestre e 
nós somos os seus discípulos, então devemos imitá-Lo mantendo os ouvidos 
bem abertos para não resistir ao seu chamado, apesar de todas as nossas 
dificuldades, na certeza de que o Senhor Deus é o auxiliador e não nos 
deixará desanimar. O profeta, então, apresenta para nós como são as 
atitudes do servo que é fiel ao projeto de Deus: ele está sempre atento 
às orientações e ensinamentos do Senhor como um discípulo atencioso. 
Deus mesmo é quem o conduz, por isso, mesmo enfrentando a fúria e a 
rebeldia dos inimigos, permanece firme e não desanima. Jesus abriu o 
caminho para nós, por isso, todos que nos dizemos servos e servas 
precisamos nos pôr a disposição do Espírito Santo que é quem nos inspira 
e conduz por meio de uma ou de outra pessoa. Somos servos (as) de Deus 
quando prestamos serviço ao nosso próximo, por amor, não desviando o 
rosto, nem procurando nos esquivar dos encargos e compromissos confiando 
em que o Senhor Deus é o nosso auxiliador, por isso, não sairemos 
humilhados (as). – De quem você tem sido servo (a)? – Você tem se 
deixado guiar por alguém? – Você tem enfrentado dificuldades no seu 
serviço ao próximo? – Quem o (a) tem auxiliado? – Com quem você tem 
contado nas horas difíceis? - Você tem tido medo de enfrentar os 
desafios da sua vida? – Você tem ajudado a alguém, encorajando-o a 
enfrentar as suas dificuldades? – Você tem usado a sua língua para dizer 
palavras de conforto a alguém?

Salmo 21 – “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”


Na liturgia de hoje nós acompanhamos os passos de Jesus na caminhada 
para o calvário. O salmista antecipou tudo o que Jesus iria passar 
durante o Seu martírio até o momento em que Ele sentiu-se abandonado 
pelo próprio Deus. Isso nos leva a pensar nos momentos em que também nos 
sentimos sem ninguém, vivendo a nossa dor, solitários no meio da 
multidão ao nosso redor. São momentos em que precisamos enfrentar o 
deserto tão necessário para o nosso crescimento. Mesmo assim, como 
Jesus, nós ainda temos força para dizer: “anunciarei o vosso nome a meus 
irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos!” O Pai que sofre 
conosco mesmo sem percebermos, alegrar-se-á conosco com o nosso louvor.


2ª. leitura – Filipenses 2, 6-11 – “humilhar-se diante dos homens para 
maior glória de Deus”

“Jesus esvaziou-se e humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a 
morte, e morte de cruz.” Se formos fazer um paralelo com a nossa vida 
chegamos à conclusão de que Jesus fez justamente o contrário do que 
sempre fazemos. “Mesmo sendo de condição divina, Ele não se prevaleceu 
de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a 
condição de escravo e assemelhando-se aos homens”. Quantas vezes nós nos 
prevalecemos da nossa posição social ou de qualquer outra justificativa 
para sermos privilegiados e não precisarmos passar por alguma situação 
de humilhação! O nosso primeiro argumento é continuamente querer mostrar 
quem nós somos, o nosso status, nosso poder, situação financeira, 
contanto que nos livremos da obediência ao tributo que nos é imposto. 
Com Jesus, no entanto, aconteceu exatamente o oposto, por isso, Deus o 
exaltou acima de tudo, dando-lhe o Nome diante do qual todos nós devemos 
nos ajoelhar. Precisamos, portanto, hoje, tomar consciência da nossa 
condição humana imperfeita e seguir o exemplo de Jesus, para sabermos 
nos humilhar diante dos homens quando for para maior glória de Deus. 
Dessa forma, com certeza, também seremos exaltados e acolhidos no reino 
dos céus. – Você costuma se exaltar quando tem que enfrentar alguma 
situação constrangedora? – Você acha que a recompensa de ser exaltado 
mais adiante, compensa a vergonha de hoje ser humilhado? – Como você age 
quando passa por alguma situação vexatória no trânsito, nas repartições, 
nas filas de bancos, etc?


Evangelhos- Marcos 11, 1-10 e “Bendito Aquele que vem em nome do Senhor”!

Como tema para a nossa reflexão iremos nos deter na Entrada Triunfante 
de Jesus em Jerusalém, dias antes de ser Ele condenado à Morte de Cruz. 
Como já tivemos a chance de perceber em outras passagens, Jesus 
caminhava para Jerusalém decidido a cumprir fielmente tudo o que a 
Sagrada Escritura por meio dos profetas já havia anunciado. Por isso, 
passo a passo, Ele ia preparando o cenário da Sua História de forma tal 
que hoje, nós pudéssemos aprender com Ele a fazer tudo de acordo com a 
vontade de Deus. Ora, na realidade Jesus era o Rei do Universo, o 
Enviado do Pai, Aquele sobre o qual os profetas já haviam vaticinado, 
porém, ao mesmo tempo, Ele confundia a todos quando pedia aos dois 
discípulos que fossem em busca de “um jumentinho, em que não montou 
ainda homem algum”; Jesus tinha um propósito em tudo o que fazia e, com 
certeza, Ele quis mostrar aos homens que Deus tem o poder de 
manifestar-se na simplicidade e na pureza da Sua criação. Apesar de 
humilde aquele animal era um sinal de que a grandeza de Deus se revela 
por meio de nós quando nos propomos a ser simples instrumentos Seus no 
meio dos homens. E foi montado num jegue que Jesus fez a Sua entrada 
triunfal em Jerusalém sendo aclamado como Rei. O mesmo povo que aclamou 
Jesus no Domingo de Ramos O condenou dias depois e gritou para que Ele 
fosse crucificado. Com isso, nós podemos apreender que a obra de Deus se 
expressa no coração do homem, mesmo que seja ele, infiel e traidor. 
Hoje, nós podemos ser o jumentinho casto que com humildade conduz Jesus 
para ser aclamado Senhor ou ser o povo que exalta a Jesus num dia, mas 
no outro, O condena, quando pecamos. Precisamos, no entanto, ter o 
máximo de cuidado quando nos propomos a ser o jumentinho que carrega 
Jesus para que não O derrubemos querendo aparecer mais do que Ele. O 
grito de Hosana deve ser levantado aclamando a Jesus e não a nós, 
simples jumentinhos do Senhor. Que sejamos o jumentinho sem pretensões 
no qual ainda não montou homem algum a fim de que possamos levar a 
multidão a exaltar a Jesus dizendo também: "Hosana! Bendito o que vem em 
nome do Senhor!” – Você se considera humilde como um jumentinho que 
conduz Jesus no meio dos homens? – Como você se comporta quando leva 
Jesus para ser conhecido? – Você gosta de aparecer? – Você tem 
consciência de que faz parte desse povo que aclama Jesus como Rei, mas O 
condena quando peca?

Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho


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