29/03/2015 - Domingo de Ramos – 1ª. leitura
Isaías 50, 4-7 – “exemplo de servo”
Servo é quem se compromete livremente com alguma pessoa no serviço
desinteressado e abnegado, deixando-se reger por um condutor. Cada um de
nós que se propõe a seguir Jesus deve ter o entendimento de trazer para
si estas palavras: “O Senhor deu-me uma língua adestrada, para que eu
saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida “; “Ele me excita o
ouvido para prestar atenção como um discípulo”. Se Jesus é o Mestre e
nós somos os seus discípulos, então devemos imitá-Lo mantendo os ouvidos
bem abertos para não resistir ao seu chamado, apesar de todas as nossas
dificuldades, na certeza de que o Senhor Deus é o auxiliador e não nos
deixará desanimar. O profeta, então, apresenta para nós como são as
atitudes do servo que é fiel ao projeto de Deus: ele está sempre atento
às orientações e ensinamentos do Senhor como um discípulo atencioso.
Deus mesmo é quem o conduz, por isso, mesmo enfrentando a fúria e a
rebeldia dos inimigos, permanece firme e não desanima. Jesus abriu o
caminho para nós, por isso, todos que nos dizemos servos e servas
precisamos nos pôr a disposição do Espírito Santo que é quem nos inspira
e conduz por meio de uma ou de outra pessoa. Somos servos (as) de Deus
quando prestamos serviço ao nosso próximo, por amor, não desviando o
rosto, nem procurando nos esquivar dos encargos e compromissos confiando
em que o Senhor Deus é o nosso auxiliador, por isso, não sairemos
humilhados (as). – De quem você tem sido servo (a)? – Você tem se
deixado guiar por alguém? – Você tem enfrentado dificuldades no seu
serviço ao próximo? – Quem o (a) tem auxiliado? – Com quem você tem
contado nas horas difíceis? - Você tem tido medo de enfrentar os
desafios da sua vida? – Você tem ajudado a alguém, encorajando-o a
enfrentar as suas dificuldades? – Você tem usado a sua língua para dizer
palavras de conforto a alguém?
Salmo 21 – “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”
Na liturgia de hoje nós acompanhamos os passos de Jesus na caminhada
para o calvário. O salmista antecipou tudo o que Jesus iria passar
durante o Seu martírio até o momento em que Ele sentiu-se abandonado
pelo próprio Deus. Isso nos leva a pensar nos momentos em que também nos
sentimos sem ninguém, vivendo a nossa dor, solitários no meio da
multidão ao nosso redor. São momentos em que precisamos enfrentar o
deserto tão necessário para o nosso crescimento. Mesmo assim, como
Jesus, nós ainda temos força para dizer: “anunciarei o vosso nome a meus
irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos!” O Pai que sofre
conosco mesmo sem percebermos, alegrar-se-á conosco com o nosso louvor.
2ª. leitura – Filipenses 2, 6-11 – “humilhar-se diante dos homens para
maior glória de Deus”
“Jesus esvaziou-se e humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a
morte, e morte de cruz.” Se formos fazer um paralelo com a nossa vida
chegamos à conclusão de que Jesus fez justamente o contrário do que
sempre fazemos. “Mesmo sendo de condição divina, Ele não se prevaleceu
de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a
condição de escravo e assemelhando-se aos homens”. Quantas vezes nós nos
prevalecemos da nossa posição social ou de qualquer outra justificativa
para sermos privilegiados e não precisarmos passar por alguma situação
de humilhação! O nosso primeiro argumento é continuamente querer mostrar
quem nós somos, o nosso status, nosso poder, situação financeira,
contanto que nos livremos da obediência ao tributo que nos é imposto.
Com Jesus, no entanto, aconteceu exatamente o oposto, por isso, Deus o
exaltou acima de tudo, dando-lhe o Nome diante do qual todos nós devemos
nos ajoelhar. Precisamos, portanto, hoje, tomar consciência da nossa
condição humana imperfeita e seguir o exemplo de Jesus, para sabermos
nos humilhar diante dos homens quando for para maior glória de Deus.
Dessa forma, com certeza, também seremos exaltados e acolhidos no reino
dos céus. – Você costuma se exaltar quando tem que enfrentar alguma
situação constrangedora? – Você acha que a recompensa de ser exaltado
mais adiante, compensa a vergonha de hoje ser humilhado? – Como você age
quando passa por alguma situação vexatória no trânsito, nas repartições,
nas filas de bancos, etc?
Evangelhos- Marcos 11, 1-10 e “Bendito Aquele que vem em nome do Senhor”!
Como tema para a nossa reflexão iremos nos deter na Entrada Triunfante
de Jesus em Jerusalém, dias antes de ser Ele condenado à Morte de Cruz.
Como já tivemos a chance de perceber em outras passagens, Jesus
caminhava para Jerusalém decidido a cumprir fielmente tudo o que a
Sagrada Escritura por meio dos profetas já havia anunciado. Por isso,
passo a passo, Ele ia preparando o cenário da Sua História de forma tal
que hoje, nós pudéssemos aprender com Ele a fazer tudo de acordo com a
vontade de Deus. Ora, na realidade Jesus era o Rei do Universo, o
Enviado do Pai, Aquele sobre o qual os profetas já haviam vaticinado,
porém, ao mesmo tempo, Ele confundia a todos quando pedia aos dois
discípulos que fossem em busca de “um jumentinho, em que não montou
ainda homem algum”; Jesus tinha um propósito em tudo o que fazia e, com
certeza, Ele quis mostrar aos homens que Deus tem o poder de
manifestar-se na simplicidade e na pureza da Sua criação. Apesar de
humilde aquele animal era um sinal de que a grandeza de Deus se revela
por meio de nós quando nos propomos a ser simples instrumentos Seus no
meio dos homens. E foi montado num jegue que Jesus fez a Sua entrada
triunfal em Jerusalém sendo aclamado como Rei. O mesmo povo que aclamou
Jesus no Domingo de Ramos O condenou dias depois e gritou para que Ele
fosse crucificado. Com isso, nós podemos apreender que a obra de Deus se
expressa no coração do homem, mesmo que seja ele, infiel e traidor.
Hoje, nós podemos ser o jumentinho casto que com humildade conduz Jesus
para ser aclamado Senhor ou ser o povo que exalta a Jesus num dia, mas
no outro, O condena, quando pecamos. Precisamos, no entanto, ter o
máximo de cuidado quando nos propomos a ser o jumentinho que carrega
Jesus para que não O derrubemos querendo aparecer mais do que Ele. O
grito de Hosana deve ser levantado aclamando a Jesus e não a nós,
simples jumentinhos do Senhor. Que sejamos o jumentinho sem pretensões
no qual ainda não montou homem algum a fim de que possamos levar a
multidão a exaltar a Jesus dizendo também: "Hosana! Bendito o que vem em
nome do Senhor!” – Você se considera humilde como um jumentinho que
conduz Jesus no meio dos homens? – Como você se comporta quando leva
Jesus para ser conhecido? – Você gosta de aparecer? – Você tem
consciência de que faz parte desse povo que aclama Jesus como Rei, mas O
condena quando peca?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
domingo, 29 de março de 2015
REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE
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