Vigésimo
Sétimo Domingo do Tempo Comum
O
Evangelho de hoje é de Mateus (21: 33-43). A lição extraída dele
está inserida no contexto do capítulo 21, que nos mostra o grande
confronto de Jesus com as autoridades do poder religioso e
ideológico. Jesus se mostra desanimado de esperar que os corações
dos fariseus e escribas se amolecessem, que seus ouvidos se abrissem.
O que ele encontrou foi rejeição. Eles, os fariseus e escribas, não
quiseram crer; por isso assassinaram os profetas e o próprio filho
de Deus. Por isso, Jesus conta a parábola dos vinhateiros homicidas,
conhecida também como a parábola da rejeição, a mais dura e
radical de todas. Encontramos esta parábola nos três evangelhos
sinóticos: Mateus 21; Lucas 20 e Marcos 12. Esta parábola é a
síntese da história da salvação. Ela se inicia falando da vinha
- uma plantação de uvas. Faz-se nos lembrar
o Antigo Testamento – Isaias 5 , Oséias 10, Jeremias 2, Ezequiel
15 e o Salmo 80. Israel não fez frutificar, não cuidou da vinha,
não produziu frutos da justiça. Entregam a vinha dos lavradores;
estes agarraram os empregados ( profetas), bateram, apredejaram e
mataram alguns. Entregando também o filho do dono (Jesus Cristo) e
fizeram o mesmo: rejeitaram-no. Por fim o dono tira a vinha (Reino) e
entrega aos outros; pescadores, cobradores de impostos e pagãos.
Deus abre as portas a um novo povo.
A
ideia central da parábola bíblica deste domingo é a transferência
do Reino de Deus a seu novo povo, a Igreja, que Jesus fundamentou
como pedra angular, um povo que produz frutos bons para Deus. Jesus
inaugurou a sua nova vinha – o reino de Deus, e entregou-o em
nossas mãos. Nós somos responsáveis pelo avanço ou pelo atraso,
recuo do Reino de Deus.
Uma
pergunta que nos vem diante da palavra de Jesus: quais são os frutos
que nós, cristãos, estamos produzindo? São frutos bons de justiça,
amor, solidariedade ou frutos azedos: de egoísmo, individualismo,
indiferença? Cada um procure refletir diante da palavra de Jesus.
Mensagem:
ainda hoje, no inicio de um novo milênio, vivemos num contexto de
grande violência. Mata-se das mais diversas maneiras e com a maior
facilidade. Existem muitos porquês para explicar estes fatos
lamentáveis. Entretanto, de uma maneira simples e profunda,
poderíamos dizer que o maior porquê consiste em a humanidade haver
perdido o sentido da vida, que procede de Deus, em todas as
criaturas. Perdido este referencial básico, tudo pode acontecer. Foi
o que aconteceu com o Cristo, que antecipadamente previa sua morte:
“veio para o que era seu e os seus não o receberam”. Seu próprio
povo esquecera-se da sua origem e da sua missão. É urgente buscar
meios para que a nossa sociedade descubra sua origem comum, no mesmo
Pai, e sua missão fundamental de amor a Deus e ao próximo.
Um
ótimo domingo a todos!
Pe.
Raimundo Neto
Pároco
de São Vicente
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