terça-feira, 26 de agosto de 2014

HÁ 36 ANOS ERA ELEITO JOÃO PAULO I, O PAPA SORRISO


Cidade do Vaticano (RV) - Em 26 de agosto de trinta e seis anos atrás era eleito o Papa João Paulo I. A data foi recordada na tarde desta terça-feira com uma missa celebrada em Canale d'Agordo – terra natal de Albino Luciani –, presidida pelo prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Beniamino Stella.
Um sacerdote que viveu na humildade, na caridade e na obediência, fazendo coincidir o que ensinava com a sua vida: foi o perfil espiritual de Luciani traçado pelo Cardeal Stella.
"Partilho com ele as raízes nesta terra vêneta", disse o purpurado, ressaltando tê-lo conhecido de perto, inclusive como seu bispo, durante onze anos, após ter participado em Roma de sua consagração episcopal. E, a propósito, recordou que foi propriamente Luciani que em outubro de 1965, ao término do Concílio ecumênico Vaticano II, "respondeu sim à Secretaria de Estado que me pedia para o serviço da Santa Sé", frisou.
Foi, portanto, "como cumprindo um voto de reconhecimento a sua pessoa", que o purpurado escolheu "falar sobre Albino Luciani enquanto sacerdote, com atenção particular ao tema da vocação sacerdotal".
De fato, afirmou, "o Papa Luciani será recordado, sobretudo, como um modelo de vida sacerdotal: um sacerdote transparente, zeloso e sem hipocrisia, com uma vida toda ela voltada a tornar visível e crível a substância do Evangelho – na humildade, na caridade e na pobreza – com uma admirável coincidência entre aquilo que ensinava e aquilo que praticava e vivia, na cotidiana fidelidade a sua vocação, em todo seu percurso, de jovem sacerdote até a Cátedra de Pedro".
Luciani, evidenciou o prefeito da Congregação para o Clero, "dedicou suas energias, primeiro como docente e vice-reitor do seminário, depois como vigário-geral em Belluno e como bispo em Vittorio Veneto, ao cuidado para com as vocações e os sacerdotes. Quis muito bem a seus sacerdotes, inclusive aos que lhe fizeram sofrer".
Em relação à vocação de Luciani, o purpurado recordou aqueles que o acompanharam de perto no caminho. Entre estes, o capuchinho Frei Remigio, pregador quaresmal, e o pai de Luciani, Giovanni, que foi emigrou para a Alemanha para sustentar a família.
O Cardeal Stella ressaltou, sobretudo, o testemunho de Pe. Filippo Carli, o pároco, que encaminhou o futuro Papa João Paulo I ao seminário. "Através da guia e do exemplo deste sacerdote, a intuição inicial tornou-se uma escolha definitiva de vida no sacerdócio".
De resto, "não é difícil entrever as linhas e a continuidade que unem o Pe. Filippo e o Pe. Luciani na grande vontade de ser simples e eficaz na pregação e na catequese; na atenção aos humildes e aos pobres; na obediência e na lealdade com a Igreja".
Ademais, a obediência: Luciani, recordou o purpurado, "fez da lealdade pra com os superiores a estrela de seu caminho, até a mais corajosa e exemplar lealdade a Paulo VI, nos momentos mais fortes e dramáticos da contestação dos anos Setenta".
Quanto ao magistério de Luciani sobre o sacerdócio, o purpurado citou as palavras que o Pontífice dirigiu ao clero romano em 7 de setembro de 1978, evocando "dois instrumentos que formam e sustentam o bom padre em sua missão: o sentido da disciplina e o recolhimento".
O Cardeal Stella concluiu agradecendo ao Senhor "pelo dom à Igreja que é hoje o Papa Francisco, o qual – ressaltou – com o seu sorriso, sua simplicidade, sua humanidade e seu não poupar-se ao serviço à Igreja nos faz recordar o 'nosso' Papa Luciani". (RL)

Fonte: Rádio vaticano


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