terça-feira, 26 de agosto de 2014
ARCEBISPO TOMASI: APELOS DO PAPA À COMUNIDADE INTERNACIONAL SÃO CLAROS
Cidade do Vaticano (RV) - O observador permanente da Santa Sé no escritório da ONU em Genebra, na Suíça, Dom Silvano Maria Tomasi, participou esta segunda-feira do Encontro de Rimini – centro-norte da Itália –, em andamento nestes dias.
O prelado falou sobre imigração, recordou o núncio apostólico Pietro Sambi, falecido em 2011, mas, sobretudo, lançou um premente apelo à comunidade internacional a fim de que faça algo para deter as violências perpetradas pelos jihadistas no Iraque e em outras áreas, onde as minorias religiosas são perseguidas ou eliminadas.
Entrevistado pela Rádio Vaticano, o representante vaticano falou sobre o papel da Igreja nesta região:
Dom Silvano Maria Tomasi:- "Neste contexto de violência e de tragédia, a tarefa da Igreja é difícil, mas contínua. O testemunho do Santo Padre é claro: continua fazendo apelos à comunidade internacional e a todos nós fiéis pede orações a fim de que se encontre o caminho da paz, convidando à negociação e exortando os países que têm a capacidade, que, através dos mecanismos das Nações Unidas, detenham o agressor. Ademais, os bispos locais, os Patriarcas, quer ortodoxos quer católicos dos vários ritos – sírio, caldeu, melquita –, se reuniram dias atrás e claramente formularam pistas de ação importantes. Primeiro, pedir a ajuda da comunidade internacional para deter a violência e o assassinato não somente dos cristãos, mas também dos yazidis, bem como de outros grupos. Cristãos são decapitados e das fotos se vê que as cabeças são colocadas como decorações sobre muros ou portões: são coisas inauditas, verdadeiramente inaceitáveis! Segundo, pedem que haja uma presença internacional que garanta o retorno dos cristãos aos vilarejos e a suas casas. Não é justo que da parte da comunidade internacional se aceite que automaticamente os cristãos sejam condenados ao exílio. Têm o direito de viver em suas casas, onde há 1700 anos estão presentes, antes da chegada do Islã, e que podem continuar não somente porque é o direito natural deles, mas também porque são uma presença que beneficia a comunidade islâmica ajudando a diversificar o contexto social que lentamente pode favorecer uma democracia que respeite a identidade de toda pessoa e de todo grupo."
RV: Nestas horas chegam notícias inquietantes também da Nigéria, onde o grupo Boko Haram, que nestes últimos anos realizou atentados contra igrejas, proclamou o califado islâmico na cidade de Gwoza. É uma notícia preocupante?
Dom Silvano Maria Tomasi:- "A violência usada pelo grupo Boko Haram é preocupante. O fato de, como meio de conquista, usar sistematicamente a violência contra civis inocentes, em particular contra cristãos, impõe à comunidade internacional a questão sobre como reagir. A Nigéria está fazendo o que pode a fim de encontrar uma solução para essa seita fundamentalista que busca o poder camuflando-o com uma linguagem religiosa, mas na realidade pretende o domínio e o controle do território. Portanto, é necessário que a comunidade internacional conde e evidencie que os métodos usados por estas pessoas são completamente inaceitáveis e ajude no modo que esta considerar útil o governo nigeriano a concluir seu trabalho de rejeição a este grupo." (RL).
Fonte:Rádio Vaticano
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário