Cidade do Vaticano (RV) – O Vaticano e as autoridades italianas firmaram um acordo de cooperação e troca de informações financeiras, objetivando a prevenção da atividade de lavagem de dinheiro. O Protocolo de Intenções assinado na última sexta-feira - entre a Autoridade de Informação Financeira da Santa Sé (AIF) e o organismo homônimo do Bankitália – é análogo àquele assinado entre o Vaticano e outros países, mas assume uma maior importância e marca uma reviravolta nas relações entre os organismos financeiros da Santa Sé e das autoridades financeiras italianas.“A Santa Sé e o Estado da Cidade do Vaticano levam muito à sério a responsabilidade internacional de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo e a Itália representa para nós uma contrapartida particularmente importante neste sentido”, afirmou o Diretor da AIF, o suíço René Bruelhart, após a assinatura do protocolo de intenções por parte do Cardeal Presidente Attilio Nicora e do Diretor da UIF do Bankitalia, Claudio Clemente.
“Nós desejamos continuar a desenvolver nosso trabalho com as Autoridades italianas de maneira construtiva e frutuosa. A assinatura deste Protocolo de Intenções representa o claro compromisso em reforçar nossas relações bilaterais, facilitando os esforços comuns e a luta à lavagem”, acrescentou o Diretor da AIF.
O documento foi redigido com base no modelo do ‘Egmont Group’, a organização mundial de Unidade de Informações Financeiras, da qual a AIF faz parte.
O protocolo diz respeito unicamente à troca de informações úteis na investigação de casos de lavagem de dinheiro ou de financiamento ao terrorismo e não diz respeito ao controle de sistemas financeiro.
Com o Protocolo de Intenções existirá uma troca recíproca de informações no que diz respeito à reciclagem de dinheiro e ao terrorismo. Para poder ser ampliado e levar a um novo acordo, são necessárias ulteriores tratativas a nível internacional - com o reconhecimento por parte do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) -, e a nível interno com a transformação da AIF em uma verdadeira autoridade de vigilância bancária, que adote determinados critérios.
O Vaticano tem a intenção de seguir sempre mais no caminho da transparência, como destacado pelo Santo Padre no voo de retorno do Rio de Janeiro: “Eu confio nas pessoas do Ior e da Comissão que estão trabalhando nisto. Eu não saberia dizer como o Ior vai acabar, estamos buscando o caminho, mas independente em que se tornar, é necessário transparência e honestidade”, disse o Papa. (JE)
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