sábado, 29 de outubro de 2011

BISPO SE OFERECE COMO INSTRUMENTO DE RECONCILIAÇÃO

Dom Munilla comemora fim da atividade armada de ETA

San Sebastian (ZENIT.org) – O bispo de San Sebastián, José Ignacio Munilla, divulgou uma carta, no último domingo, para ser lida em todas as paróquias, mosteiros, santuários e comunidades da diocese onde for celebrada a Eucaristia dominical, com o título “Cristo é a nossa paz”. A carta é uma resposta à declaração publicada por ETA no dia 20 de outubro, na qual anunciava o fim da atividade armada.
“Hoje, Dia do Senhor – inicia a carta –, celebramos a Eucaristia em um contexto imediato muito concreto, depois de que a organização terrorista ETA divulgou a decisão de 'cessar definitivo da sua atividade armada'. A Eucaristia é 'ação de graças', e hoje agradecemos a Deus por poder ver mais perto a ineludível e urgente dissolução de ETA.”
“Nesta Eucaristia – acrescenta –, queremos recordar de forma especial cada uma das vítimas do terrorismo. Continuamos estando unidos às famílias que sofrem, às vezes no silêncio da solidão, a injusta ausência dos seus entes queridos, que são os nossos. A compreensível ilusão social gerada pela notícia do cessar da violência terrorista não pode calar a dor das vítimas, que não cessou.”
Dom Munilla agradece “àqueles que, desde a primeira ação terrorista, e de forma desinteressada, se comprometeram publicamente contra a violência e trabalharam pela paz, a título individual, em associações eclesiais e civis, nos partidos políticos, na judicatura, nos meios de comunicação social, nas forças de segurança”.
O trabalho que se apresenta a partir desse momento, sublinha o bispo vasco, “continua sendo grande”. “Como Igreja do Senhor, queremos oferecer-nos a Deus e, com a sua ajuda, à sociedade, como instrumentos de reconciliação, para que as feridas abertas possam chegar a ser curadas. Fazendo nossa a oração de São Francisco de Assis, pedimos a Deus nesta Eucaristia: 'Senhor, fazei de nós instrumentos da vossa paz'.”
“Esta tarefa de pacificação e reconciliação – conclui a carta episcopal – deve começar do interior dos nossos corações, de forma que cada um de nós complete o caminho da conversão pessoal, acolhendo Cristo como aquele que derrubou os muros que nos separam e tornando possível uma sociedade onde o vínculo da caridade não seja uma utopia e onde a verdade seja buscada em liberdade e aceita com humildade.”
“Nós, cristãos, estamos envolvidos pessoalmente e como Igreja nesta tarefa, e colocamos a nossa fé ao serviço de todos”, concluiu.

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