Católicos e ortodoxos refletem juntos sobre a nova evangelização
Salônica (ZENIT.org) – “O destino da evangelização está certamente ligado ao testemunho de unidade da Igreja”: esta é a mensagem que o Papa Bento XVI enviou, por meio do cardeal Kurt Koch, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, ao simpósio católico-ortodoxo que está sendo realizado esta semana em Salônica (Grécia).
Este 12º simpósio, que termina hoje, é promovido pelo instituto Franciscano de Espiritualidade da Pontifícia Universidade Antonianum e pelo Departamento de Teologia da Faculdade Teológica Ortodoxa da Universidade Aristóteles, de Salônica.
O tema – “O testemunho da Igreja no mundo contemporâneo” – constitui uma das principais preocupações atuais do Papa, segundo reconhece ele mesmo em sua carta.
A evangelização “precisa hoje de um renovado vigor em muitas das regiões que foram as primeiras em acolher a luz e que experimentam os efeitos de um secularismo capaz de empobrecer o homem em sua dimensão mais profunda”.
“Na realidade, assistimos, no mundo contemporâneo, a fenômenos contraditórios: por um lado, existe uma generalizada distração e também uma insensibilidade frente à transcendência; por outro, há numerosos sinais que evidenciam a permanência, no coração de muitos, de uma profunda nostalgia de Deus, que se manifesta de muitas formas diferentes e que coloca muitos homens e mulheres em atitude de sincera busca.”
O Papa afirma que a situação atual apresenta “a católicos e ortodoxos os mesmos desafios”, acrescentando que “o destino da evangelização está certamente ligado ao testemunho de unidade dado pela Igreja”.
Como evangelizadores, “devemos oferecer aos fiéis de Cristo não a imagem de homens divididos e separados pelas lutas que não servem para construir nada, mas a de homens adultos na fé, capazes de encontrar-se muito além das tensões reais, graças à busca comum, sincera e desinteressada da verdade”, conclui, citando a Evangelii Nuntiandi, de Paulo VI.
O 12º Simpósio Intercristão para o Diálogo Ecumênico quis, segundo seus organizadores, sublinhar a importância, para a vida dos cristãos, de um maior aprofundamento na relação entre a ação missionária e o caminho rumo à unidade visível da Igreja, em linha com o congresso ecumênico de Edimburgo (1910), do qual acaba de ser comemorado o centenário.
Ainda que este congresso não faça parte oficial do diálogo ecumênico, busca aumentar o conhecimento entre as diversas tradições espirituais e teológicas. O primeiro encontro foi realizado em 1992, em Creta, e o último em 2009, em Roma, sobre a figura de Santo Agostinho.
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