domingo, 23 de janeiro de 2011

FÉ E ESPIRITO MISSIONÁRIO: ESSÊNCIA DA SANTIDADE DE JOÃO PAULO II

Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos comenta a beatificação
Cidade do Vaticano (ZENIT.org) - A fé na presença de Deus e o espírito missionário: estes são os segredos do exemplo de santidade que o Papa João Paulo II deixou ao mundo.
Disso está convencido o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, que, em entrevista ao L'Osservatore Romano, comentou a beatificação do Pontífice polonês, marcada para o dia 1º de maio.
Segundo o cardeal, a primeira atitude de João Paulo II é "uma fé forte na presença de Deus na história, porque a encarnação é séria, eficaz, vence o mal: a graça da presença eucarística do Senhor supera todas as barreiras e os regimes desumanos" disse ele, lembrando que o saudoso Pontífice "viveu os regimes nazista e comunista, e viu a implosão e a destruição de ambos".
"A segunda atitude é o seu grande espírito missionário. As viagens do Papa eram uma verdadeira atividade missionária, propriamente dita. Ele viajou até aos confins da terra para proclamar o Evangelho de Cristo."
Sobre a análise do milagre - a cura da freira francesa Marie Simon Pierre Normand, que sofria do Mal de Parkinson -, o cardeal Amato disse que o fato "foi estudado com muito cuidado, inclusive com meticulosidade, eu diria, porque houve uma grande pressão da mídia sobre este processo".
"Além disso, nestes dois últimos séculos, tivemos uma série de Bispos de Roma nos quais a santidade foi reconhecida em vários graus: Pio X, Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I", afirmou.
Interpelado sobre alguma lembrança pessoal de João Paulo II, o cardeal Amato disse que tinha "um grande sentido de amizade, de respeito".
"Ele me escolheu como secretário da Congregação para a Doutrina da Fé. Ordenou-me bispo em 6 janeiro de 2003: nós éramos 12, os últimos a receber a ordenação episcopal do Papa Wojtyla. Tínhamos uma reunião mensal, como secretário da Doutrina da Fé, solicitada pelo então cardeal Ratzinger, que foi meu superior direto. E João Paulo II escutava muito, sempre escutava."
"O que mais me chamava a atenção era essa capacidade de escutar. Nós falávamos, ele ouvia. E só depois, quando estávamos no almoço, é que ele fazia seus comentários - concluiu o cardeal. Era evidente a sua vontade de compreender."

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