O 19º Curso para bispos foi aberto na noite de segunda-feira, 25, com a presença de aproximadamente 70 bispos de todo o Brasil. Promovido pela arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, o curso é coordenado pelo bispo auxiliar emérito do Rio, dom Karl Josef Romer, e tem como tema “Mudanças socioculturais das últimas décadas e implicações para a ação evangelizadora”.
A temática é desenvolvida por conferencistas de nível internacional, como o vigário geral emérito de Sua Santidade para a arquidiocese de Roma, cardeal Camillo Ruini; o reitor da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma, monsenhor Luiz Romera; o chanceler da Pontifícia Academia pro Vita, monsenhor Ignácio Carrasco de Paula; o consultor do Pontifício Conselho da Cultura e diretor do Centro de Pesquisa da Faculdade de Teologia Pontifícia Civil de Lina, professor Alfredo Garcia Quesada e o professor da pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, padre Mário França de Miranda.
Segundo o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, o tema do curso foi escolhido após uma consulta aos bispos auxiliares do Rio e membros da coordenação de pastoral da arquidiocese, que viram no assunto a ser estudado uma forma de dar continuidade à reflexão iniciada na 5ª Conferência do Conselho do Episcopado Latino-Americano e expressa no nº 44 do Documento de Aparecida, que diz: “Vivemos uma mudança de época cujo nível mais profundo é o cultural. Dissolve-se a concepção integral do ser humano, sua relação com o mundo e com Deus”.
“O que ocasiona essa mudança de época, o que levou a essa mudança? Quais as consequências disso na moral, na dogmática e na pastoral e como podemos dialogar com tudo isso? [...] Nós a cada dia estamos nos deparando com temas como esses, nas suas diversas formas, desde as dioceses mais distantes, como lá no Marajó (PA), com as suas dificuldades próprias, até as metropolitanas, com suas questões urbanas. Enfim, vemos que nos chegam diversas questões. E uma das coisas interessantes é que essa mudança de época tem um certo teor de anticatolicismo, que coloca a Igreja Católica como culpada de todos os males do mundo. Claro que isso não é unânime, mas supõe de todos nós um diálogo com essa sociedade e uma tentativa de compreender como vai essa história, que se inicia no Iluminismo e que já passou por tantas filosofias e ideologias, até chegar aos dias de hoje”, disse dom Orani.
O arcebispo emérito do Rio de Janeiro e idealizador do curso, cardeal dom Eugenio Sales falou de sua felicidade em participar de sua 19ª edição. “Estamos realizando o 19º Curso, e o ponto fundamental dessa iniciativa é que estamos colocando a mão no ponto necessário, porque aqui não se reúne nenhum outro interesse a não ser o de servir, tanto por parte dos professores que dedicaram seu tempo a preparar as palestras, quando de todos os que trabalham na organização”, ressaltou.
O secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa, falou em nome da instituição, acolhendo os bispos. “Para a CNBB é uma grande alegria vermos essa presença numerosa e amiga dos bispos no curso, e, constatar, como que essa oportunidade nos congrega e de uma maneira especial nos leva a pensar a realidade de nossa missão”, falou.
O bispo de Ji-Paraná, em Rondônia, dom Bruno Pedoni, falou por que considera importante se deslocar da região norte do país, deixar os compromissos de sua diocese e se dedicar a cinco dias ao estudo proposto. “Nesse curso colocamos em dia nossos conhecimentos, nossa fraternidade eclesial, nosso jeito de ser Igreja junto ao nosso povo. Nesses dias estudamos sobre a situação da Igreja no Brasil. Para nós é um enriquecimento muito grande o tempo que passamos juntos aqui no Rio de Janeiro. Em Rondônia estamos longe de tudo e quando chego aqui recebo o incentivo e apoio dos nossos irmãos bispos e isso é muito importante para a missão” destacou.
O curso segue até o dia 29, e acontece no Centro de Estudos do Sumaré. O objetivo do curso é contribuir para a comunhão episcopal, na linha da formação permanente, através da reflexão sobre os desafios do momento presente para a ação evangelizadora da Igreja.
CNBB
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