Na homilia, antes de lavar os pés das pessoas, o arcebispo ressaltou o tema da Campanha da FraternidadeA Catedral Metropolitana de Fortaleza estava lotada, ontem, com centenas de pessoas sentadas até no chão para assitirem a celebração da Missa de Lava-Pés, um dos momentos mais emblemáticos da Semana Santa. “É um significado muito especial para os fiéis. Repetir um gesto que Jesus fez há mais de dois mil anos é muito mais importante que uma viagem no feriado”, argumentou a aposentada Ana Lúcia Moraes, dizendo se lamentar porque seus filhos não a acompanharam.
A missa, que começou pontualmente às 18h30, também celebrou solenemente a Instituição da Eucaristia. A Catedral estava especialmente ornamentada para receber os fiéis, com pães, uvas e vinho aos pés do altar. Na homilia, antes de lavar os pés de 12 pessoas, o arcebispo de Fortaleza, dom José Antonio Aparecido Tosi, ressaltou o tema da Campanha da Fraternidade deste ano (Fraternidade e Segurança Pública: a Paz é fruto da Justiça).“O que a Páscoa de Jesus Cristo tem a nos dizer sobre Segurança Pública? Tudo. Ele foi vítima da insegurança, sofreu com a violência e seus direitos foram pisoteados. Por amor, Jesus morreu, sem merecer, crucificado. É um exemplo de vida para a Justiça e de amor para a paz e a segurança. Nosso desejo é que a segurança pública deixe de ser apenas um projeto policial de governo e se torne uma forma de vida”, disse o arcebispo para os seguidores.
No momento mais significativo da celebração, dom Aparecido Tosi tirou o manto que o cobria, se ajoelhou aos pés dos convidados e lavou, de um a um, com um beijo simbólico em cada pé. “Convidamos também algumas pessoas que trabalham na área de segurança para terem seus pés lavados. Este é um gesto de serviço aos amigos e àqueles que você ama. Lavar os pés, na época de Jesus, era serviço atribuído aos escravos, os últimos da hierarquia. Naquele momento, o filho de Deus se colocou no lugar de servo de todos e, num gesto de amor, lavou os pés dos seus discípulos.
Ao final Jesus disse: Fazei isto, como eu fiz. Fazei isto em memória de mim”, ressaltou o arcebispo.Emocionado, o arquivista Francisco Lindemberg da Silva, descreve que vê a misericórdia de Deus ao ver o arcebispo lavar os pés dos fiéis. “Todos são escolhidos por Ele, mas poucos aceitam essa missão. É nessa hora que percebemos o quanto Jesus amou àqueles que o acompanharam. Esse é o significado do Lava-Pés”.
Guto Castro Neto repórter/ Diário do Nordeste
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