sábado, 11 de abril de 2009

PAPA PRESIDE A TRADICIONAL VIA CRÚCIS NO COLISEU DE ROMA



O papa Bento XVI presidiu na noite desta sexta-feira, no Coliseu de Roma, a tradicional Via Crúcis, que recorda o calvário de Jesus Cristo até a crucificação. Este ano, a cerimônia lembra a luta contra a violência, os sequestros, a corrupção e os conflitos no mundo.
Em sua fala, Bento XVI disse que o rosto de Cristo se reflete nas pessoas humilhadas e doentes. Ele reiterou ainda solidariedade às vítimas do terremoto que assolou a região da Itália na segunda-feira - o número de mortos chega a quase 300. "Rezem com todos os que sofrem pelo terremoto de L'Aquila, rezem para que nesta noite escura apareça a estrela da esperança".
O papa começou a cerimônia como espectador na colina do Palatino, sem percorrer a pé as 14 estações, como aconteceu no ano passado. O pontífice só se reuniria à procissão no final. A Via Sacra percorre o interior do Coliseu, lembrando o sofrimento dos primeiros cristãos, segue pelo Arco de Trajano e termina no Palatino.
A escritura das meditações lidas a cada uma das 14 estações do martírio de Jesus foi entregue pelo papa ao arcebispo indiano de Guwahati, Thomas Menamparampil, que preside o conjunto das conferências espiscopais católicas da Ásia. O religioso emitiu um "hino à esperança". "Quando uma calamidade nos torna suas vítimas, a confiança em nós fica abalada, e nossa fé é questionada. Mas tudo não está perdido", declarou.
O arcebispo indiano também se referiu à "incrível violência que assola o mundo", citando "os assassinatos, a violência contra as mulheres, os sequestros, os conflitos étnicos, a violência urbana, a tortura física e mental e as violações dos direitos humanos". Ele também denunciou "os ataques aos cristãos", depois de milhares de católicos terem sido alvo de atos de violência no estado de Orissa, na Índia, em 2008.
Foi em 1964, um ano depois de sua eleição, que o papa Paulo VI resgatou a tradição da Via Crúcis no Coliseu, inaugurada em 1750. Desde 1985, o pontífice escolhe as personalidades que redigem as meditações, tradicionalmente procedentes de uma região onde a Igreja é perseguida.
No sábado à noite, o papa regressará à basílica de São Pedro para a vigília pascal antes da missa de Páscoa de domingo e a tradicional bênção "urbi et orbi".
Fonte: "Veja", com agência France Press

Nenhum comentário: