Papa na Sala Paulo VI no encontro com jovens voluntários do Serviço civil nacional italiano
O Papa Bento XVI recebeu em audência neste sábado, 28, na Sala Paulo VI, cerca de sete mil jovens voluntários do Serviço Civil nacional italiano, aos quais exortou a serem pessoas "prontas a se dedicar aos outros, dispostas também a sofrer pelo bem e a justiça".O Santo Padre manifestou seu grande apreço pela obra realizada pelos jovens voluntários, por "se tratar de uma missão a serviço daquela paz que jamais se pode considerar alcançada de modo estável, mas que deve ser construída continuamente", disse.Declarou ainda que, infelizmente, "jamais cessam guerras e violências, e a busca da paz é sempre árdua". A partir do Concílio Vaticano II, o Pontífice denunciou com veemência "a corrida armamentista", porque – ressaltou – "não é o caminho seguro para manter firmemente a paz".Pelo contrário, a corrida armamentista "é uma das chagas mais graves da humanidade e prejudica os pobres de modo intolerável", enfatizou o Santo Padre, acrescentando que é necessário partir da reforma dos espíritos "para que esse escândalo possa ser removido"."Hoje, como no passado, a autêntica conversão dos corações representa o caminho justo, única via que pode levar cada um de nós e toda a humanidade à paz desejada. É o caminho indicado por Jesus: Ele, que é o Rei do universo, não veio trazer a paz no mundo com um exército, mas mediante a rejeição à violência. E disse explicitamente a Pedro, no horto das Oliveiras: 'Guarda a tua espada no seu lugar, pois todos os que pegam a espada pela espada perecerão' (Mt 26, 52)"."É o caminho que seguem não só os discípulos de Cristo, mas muitos homens e mulheres de boa vontade, testemunhas corajosas da força da não-violência", enfatizou Bento XVI, ao citar mais uma vez o Concílio Vaticano II."Nós não podemos deixar de louvar aqueles que, renunciando à violência na reivindicação de seus direitos, recorrem àqueles meios de defesa que estão ao alcance também dos mais fracos, desde que se possa fazer isso sem prejudicar os direitos e deveres dos outros ou da comunidade. Caros amigos, vocês também pertencem a essa categoria de agentes de paz. Portanto, sejam sempre e em todos os lugares, instrumentos de paz, rejeitando com firmeza o egoísmo e a injustiça, a indiferença e o ódio, para construir e difundir com paciência e perseverança a justiça, a igualdade, a liberdade, a reconciliação, o acolhimento, o perdão, em todas as comunidades".Ao citar sua última mensagem para o Dia Mundial da Paz, Bento XVI convidou "a alargar o coração às necessidades dos pobres", porque "combater a pobreza é construir a paz", destacando o trabalho do Serviço civil, comumente empenhados com a Caritas e outras estruturas sociais. O Santo Padre recordou as palavras de Jesus: "quem quiser salvar a própria vida, a perderá, mas quem quiser perder a própria vida por causa de mim e do Evangelho, a ganhará"."Há nessas palavras uma verdade não somente cristã, mas universalmente humana: a vida é um mistério de amor, que quanto mais doamos, mais nos pertence. Isto é, quanto mais nos doamos, quanto mais doamos nós mesmos, o nosso tempo, nossos recursos e qualidades para o bem dos outros".Como dizia São Francisco de Assis: "é dando que se recebe, perdoando que se é perdoado, morrendo que se vive para a vida eterna", ressaltou:"Caros amigos, seja sempre essa a lógica de suas vidas. Sejam pessoas prontas a viver para os outros, dispostas também a sofrer pelo bem e a justiça".
Da Redação da Canção Nova Notícias, com Rádio Vaticano/Reuters
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