"Frei Raniero Cantalamessa, pregador da casa Pontifícia (arquivo)
O pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa, fez ontem, 27, pela manhã, no Vaticano, na Capela Redemptoris Mater da residência pontifícia, a sua terceira pregação da Quaresma para a Cúria Romana, na presença do Papa.O frade capuchinho meditou sobre o convite de São Paulo a deixar-se conduzir pelo Espírito Santo como guia interior ressaltando que o Apóstolo Paulo introduziu uma importante novidade: "Para ele o Espírito Santo não é somente 'o mestre interior'; é um princípio de vida nova (aqueles que são guiados por ele se tornam filhos de Deus'!); O Espirito Santo não se limita a indicar o que deve ser feito, mas dá também a capacidade de fazer aquilo que determina.""A condução do Espírito, afirmou o pregador da Casa Pontifícia, é exercida não somente nas grandes decisões, mas também nas pequenas coisas": "Paulo e Timóteo querem pregar o Evangelho na província da Ásia, mas o Espírito Santo os proíbe... Depois se entende o motivo dessa condução exigente: o Espírito Santo impelia desse modo a Igreja nascente a sair da Ásia e se fazer presente no novo continente, a Europa" (cf. At 16, 9).O Espírito Santo fala a todo homem através da consciência, fiel ou não-fiel, chamando-o com as "boas inspirações", ou as "iluminações interiores": "São impulsos a seguir o bem e a fugir do mal, atrações e propensões do coração que não se explicam naturalmente, porque muitas vezes vão na direção oposta àquela que a natureza gostaria. É justamente baseando-se nesse componente ético da pessoa que alguns cientistas e biólogos da atualidade conseguiram superar a teoria que vê o ser humano como resultado casual da seleção das espécies. Se a lei que governa a evolução é somente a luta pela sobrevivência do mais forte, como se explicam certos atos de puro altruísmo e, até mesmo, de sacrifício de si pela causa da verdade e da justiça?" Em seguida, Cantalamessa falou de dois testemunhos do Espírito: o testemunho interior e o testemunho exterior, ou seja, o testemunho dos apóstolos. É necessário que essas duas dimensões estejam unidas para que possa desembocar na fé". De fato, quando se deixa de lado o testemunho interior, se cai facilmente no legalismo e no autoritarismo; quando se deixa de lado o testemunho exterior, apostólico, se cai no subjetivismo e no fanatismo"."Quando se reduz tudo somente à escuta pessoal, privada, do Espírito, se abre o caminho a um processo irrefreável de divisões e subdivisões, porque cada um acredita estar certo, e a própria divisão e multiplicação das denominações e das seitas, muitas vezes em contraste entre si sobre pontos essenciais, demonstra que não pode ser o mesmo Espírito de verdade que fala a todos, porque, do contrário, ele estaria em contradição consigo mesmo. Esse, como se sabe, é o perigo ao qual muitas vezes se expõe o mundo protestante, tendo colocado o 'testemunho interno' do Espírito Santo como único critério de verdade, contra todo testemunho externo, eclesial, que não seja unicamente o da Palavra escrita."
Da Redação da Canção Nova Notícias, com Rádio Vaticano
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