sexta-feira, 27 de março de 2009

COORDENADORA DA COMISSÃO JUSTIÇA E PAZ RECEBE AMEAÇAS NO PARÁ

A Comissão de Justiça e Paz (CJP) do Regional Norte 2 da CNBB (Pará e Amapá) denunciou na terça-feira, 24, que sua coordenadora, irmã Henriqueta Cavalcante, sofreu ameaças de morte por telefone por causa de sua atuação junto à CPI que apura denúncias de pedofilia no estado do Pará. As investigações de abuso sexual de crianças e adolescentes recaem principalmente sobre algumas autoridades políticas do estado e os movimentos sociais do estado, dos quais irmã Henriqueta faz parte, têm se manifestado cobrando apuração rigorosa e punição para os envolvidos.Segundo a secretária-executiva do Regional Norte 2, Orlanda Rodrigues, as manifestações são alguns dos motivos pelos quais irmã Henriqueta está sendo ameaçada, “já que ela está à frente dessas ações públicas”. Os jornais O Globo, do Rio de Janeiro (RJ) e o Liberal, de Belém (PA), repercutiram as ameaças sofridas pela religiosa, com destaque para a investigação da Polícia Civil que já começou a apurar de onde partiram as ligações e por quem foram realizadas. “Atos como este, podem ser vistos como atentados contra a própria comissão, já que ela tem se valido bastante das informações de fontes importantes como a religiosa”, disse ao jornal O Globo o relator da CPI da pedofilia da Assembleia Legislativa do Pará, o deputado Arnaldo Jordy.Apesar das ameaças, a secretária do Regional da CNBB disse que a Igreja do Pará vai continuar trabalhando em prol das causas sociais e humanas sem se intimidar. “A decisão que tomamos não pode voltar atrás. É uma posição que vai ao encontro das propostas do Documento de Aparecida (DAp) e daquilo que a Igreja do Brasil acredita, além de estar na temática da Campanha da Fraternidade deste ano, ‘Fraternidade e Segurança Pública’. Continuaremos a lutar em defesa da vida desde seu nascimento até sua morte natural”, afirmou.Comissão Brasileira de Justiça e PazA Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à CNBB, em Brasília, disse que está em permanente contato com as autoridades por meio de seu secretário-adjunto, Daniel Seidel, para que sejam tomadas as devidas providências em relação às ameaças sofridas pela Irmã Henriqueta. De acordo com Seidel, a Comissão mantém contato diário com a religiosa, bem como com as autoridades locais, a governadora do Pará, a Assembleia Legislativa do estado, o Congresso Nacional e o Ministério da Justiça.
CNBB

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