O bispo auxiliar do Rio de Janeiro, dom Antônio Augusto Dias Duarte, afirmou, nesta quarta-feira, 26, durante o Congresso Internacional “Pessoa, cultura da vida e cultura da morte”, que, devido ao progresso da ciência e da tecnologia, “enfrentam-se hoje problemas totalmente originais que a ética tradicional não podia nem sequer prever”. Para ele, cabe aos estudiosos e especialistas da bioética “estabelecer juízos morais seguros para os usuários e beneficiários desses novos conhecimentos científicos”. Uma missão “difícil de ser cumprida, mas de uma urgência irrenunciavel”, acrescentou.Médico e membro da Comissão de Ética da CNBB, dom Augusto falou aos congressistas sobre “Análise bioética do uso de células-tronco embrionárias”, uma das conferências do evento que acontece em Itaici, município de Indaiatuba (SP). Segundo afirmou, a tentação de ser deus ronda a consciência humana. “A tentação original de querer ser deus e de querer criar “novos princípios éticos” e até mesmo uma “nova ética” para analisar teoricamente as questões inauditas levantadas pela evolução das ciências continuam rondando a consciência humana”. Dom Augusto alertou para o perigo do uso utilitarista das células-tronco embrionárias. “A análise bioética do uso das células tronco-embrionárias no campo das pesquisas e no campo terapêutico que só considerasse o aspecto utilitarista e/ou o caráter proporcionalista e consequencialista reduziria a pessoa humana nesse período da sua vida a um mero objeto de investigação ou de aplicação terapêutica em enfermidades incuráveis até hoje”, observou.Ainda de acordo com o bispo, a análise bioética feita pela Igreja Católica visa fazer aparecer a verdade. “A Igreja Católica nas suas análises bioéticas busca fazer com que brilhe o esplendor da verdade sobre a pessoa humana e esse seu trabalho é reconhecido por pessoas sensatas e dispostas a viver sob essa mesma luz”.O bispo lembrou, também, que o fenômeno biológico da fecundação inicia “um ciclo vital original de um novo indivíduo, ao qual se aplica, plenamente, o título de ser humano, com igual dignidade e idêntica natureza como se costuma predicar das crianças recém-nascidas e dos homens e mulheres adultos que exigem o respeito pleno dos seus direitos fundamentais, sobretudo o direito à vida e à integridade física”.
CNBB
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