"Assegurar a liberdade religiosa, em benefício de toda a sociedade". Foi o que disse o Papa aos bispos da Ásia Central, recebidos em visita ad Limina esta manhã, no Vaticano. O Santo Padre se referiu aos fiéis daquela região do mundo como um "pequeno rebanho" que soube manter forte a própria fé, mesmo nos anos do regime soviético.A Igreja não impõe, mas propõe livremente a fé católica e pede que seja garantida a liberdade religiosa, afirmou o Pontífice, reservando palavras de encorajamento a esse "pequeno rebanho" da Ásia central.Bento XVI exortou os bispos asiáticos a defenderem os direitos da pessoa e a liberdade religiosa, diante de fenômenos como o terrorismo, que preocupam a sociedade atual, e do aumento do fundamentalismo. O Papa sublinhou a necessidade de promover a aprovação de leis capazes de combater tais flagelos."Jamais, porém, advertiu o Papa, a força do Direito pode transformar-se, ela mesma, em iniqüidade; nem pode ser limitado o livre exercício das religiões, porque professar livremente a própria fé é um dos direitos humanos fundamentais, universalmente reconhecidos".Ação do Espírito Santo O Papa observou que a Igreja "não impõe, mas propõe livremente a fé católica, consciente de que a conversão é um fruto misterioso da ação do Espírito Santo"."A fé é dom e obra de Deus. Exatamente por isso, recordou o Pontífice, "a Igreja proíbe severamente obrigar quem quer que seja a abraçar a fé". Uma pessoa pode abrir-se à fé, após uma madura e responsável reflexão, e deve poder realizar livremente essa íntima inspiração."O Santo Padre explicou que esse processo de conversão beneficia não apenas o indivíduo, mas também toda a sociedade, uma vez que "a fiel observância dos preceitos divinos ajuda a construir uma convivência mais justa e solidária". Bento XVI dirigiu palavras de encorajamento aos bispos e ao "pequeno rebanho" de fiéis da Ásia Central, recordando as graves dificuldades que viveram no passado recente, e enaltecendo o comportamento de firmeza na fé, que souberam manter."Agradecemos ao Senhor que, apesar das duras pressões exercitadas durante os anos do regime ateu e comunista, a chama da fé tenha permanecido viva no coração dos fiéis, graças è abnegação de zelosos sacerdotes, religiosos e leigos", disse Bento XVI.O Papa recordou que as primeiras comunidades cristãs, embora pequenas, não se deixavam desencorajar nem se fechavam em si mesmas. Ao contrário, "impulsionadas pelo amor a Cristo, não hesitaram em assumir as dificuldades dos pobres, e ir ao encontro dos doentes, anunciando e testemunhando a todos, com alegria, o Evangelho"."Também hoje, como naqueles tempos é o Espírito Santo a conduzir a Igreja. Deixem-se, portanto, guiar por Ele, e mantenham viva, no povo cristão, a chama da fé; conservem e valorizem as válidas experiências pastorais e apostólicas do passado", ressaltou.Concluindo, o Papa exortou os pastores centro-asiáticos a educarem todos à escuta da Palavra de Deus, a suscitar "especialmente nos jovens" o amor para com a Eucaristia, e a devoção mariana, difundindo nas famílias, a oração do terço. E convidou-os a buscarem "novas formas e métodos de apostolado", envolvendo sempre mais sacerdotes, religiosos e leigos.
Rádio Vaticano
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