quarta-feira, 2 de julho de 2008

COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS DEBATE REASSENTAMENTO DE REFUGIADOS

Com uma presença de 350 pessoas, o Alto Comissariado das Nações Unidas (ACNUR) promoveu, de 25 a 27 de junho, o Encontro Internacional de Consulta às Organizações parceiras no projeto de reassentamento de refugiados nos diferentes países do mundo. Compareceram 200 instituições, procedentes de mais de 80 países. Representando o Brasil, participou a assessora da Pastoral dos Brasileiros no Exterior, Irmã Rosita Milesi, mscs.
“Este tema está cada vez mais presente na agenda internacional, enquanto necessidade de atenção humanitária. Mas, ao mesmo tempo, é uma preocupação porquanto se sente que a abertura aos espaços humanitários é cada vez menor”, disse o Alto Comissário, Antonio Guterres.
A rainha da Jordânia, Al Noor, participou do evento. Neste país, encontram-se milhões de iraquianos. “É oportuno recordar que os refugiados palestinos acolhidos no Brasil em 2007, todos de procedência iraquiana, haviam passado, antes de vir ao Brasil, aproximadamente quatro anos e meio num campo de refugiados na Jordânia”, recorda Irmã Rosita.
A rainha, referindo-se à “terrível chaga” do deslocamento forçado de pessoas, recordou a crise iraquiana que já gerou mais de 3 milhões de refugiados e a preocupante situação que isto representa para a região. “O Oriente Médio é particularmente vulnerável, devido às fortes tensões geradas por deslocamentos forçados em tão larga escala”, disse.
O Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, Antonio Guterres, lembrou o número dos refugiados em 2007 subiu para 11,4 milhões (em 2006, eram 9.9 milhões). Deste total, mais da metade é formada por afegãos e iraquianos.
Consulta Anual Tripartite
Irmã Rosita participa, também, de outro encontro em Genebra, chamdo de “Consulta Anual Tripartite sobre Reassentamento”. Esta reunião, que terminha hoje, reúne o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Governos e Sociedade Civil. Segundo a ACNUR, em 2009, aproximadamente 560 mil refugiados necessitarão se reassentados em outros países
“O que se espera deste encontro é um fortalecimento do programa de reassentamento de refugiados, se quisermos salvar-lhes a vida e dar-lhes condições de sobrevivência”, sublinha Irmã Rosita. Para ela, o reassentamento é importante considerando a rejeição e perseguição sofrida pelos refugiados. “Cada vez mais, essas pessoas são rejeitadas, são perseguidas ou os países onde se encontram não conseguem assisti-los, pois são milhões os que se deslocam para países vizinhos, quando há conflitos, guerras ou violações massivas de direitos humanos”, esclarece. Um exemplo, segundo Irmã Rosita, é o Equador, que já tem em seu território mais de 250 mil colombianos. Já na Síria e na Jordânia encontra-se a maioria dos aproximadamente 3 milhões de iraquianos que tiveram que deixar seu país.

Fonte: CNBB

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