Os trabalhos do 2o Congresso Missionário Nacional foram abertos, na manhã desta sexta-feira, 2, com a conferência A perspectiva ética da família humana universal. Proferida em espanhol pelo capuchinho, frei Santiago Ramírez Alonso, a conferência teve como base a Gaudium et Spes, um dos documentos do Concílio Vaticano II.
“A Igreja, na missão Ad Gentes, segue a Jesus enviado a evangelizar os pobres pelo caminho da pobreza, da obediência, do serviço e da própria imolação até a morte”, disse frei Santiago, que é membro da Comissão Teológica do 3o Congresso Missionário Americano e 8o Latino-americano (CAM3-Comla8) que se realizará em Quito (Equador) de 12 a 17 de agosto.
O Congresso Missionário é organizado pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), pelo Conselho Missionário Nacional (Comina), pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). Iniciado no dia 1o de maio, no Santuário de Aparecida, em Aparecida (SP), o evento termina no próximo domingo, dia 4. Participam do encontro 600 pessoas de todas as regiões do país.
Frei Santiago recorda que a Igreja deve ser solidária com toda a humanidade. “A Igreja se sente íntima e realmente solidária com a família humana universal e sua história. Com respeito e amor quer dialogar acerca de todos os problemas, iluminá-los à luz do Evangelho e colocar à disposição do gênero humano o poder salvador que a Igreja recebeu de seu fundador. A Igreja deseja servir a humanidade”, explicou.
Segundo o teólogo, é preciso interpretar os sinais dos tempos e aponta o caminho para isso. “A chave para interpretação dos sinais dos tempos está na vida dos pobres e em Jesus Crucificado. É a luz para compreender nossa sociedade e a história, traspassadas pelo paradoxo do erro e da violência”. Ele explica, também, o que se entende por humanidade. “A humanidade abarca tudo, o mundo real e plural no qual vivem os homens e as mulheres, onde se realiza a salvação e o projeto de chegar a ser uma só família com a inclusão de todos”.
Frei Santiago entende que a mudança de época abre novos caminhos e novos estilos de vida. “Pode-se falar de uma verdadeira metamorfose social e cultural que recai também sobre a vida religiosa. O espírito científico modifica profundamente o ambiente cultural e as maneiras de pensar”.
O teólogo lembra, ainda, tendo presentes os pobres, o olhar de quem crê reconhece a bondade e a dignidade presentes em cada pessoa humana . “Deus se revela no pobre, privilegiado sacramento de Jesús, luz inconfundível que Deus põe no coração do crente. O homem e o pobre são inseparáveis no olhar de fé e no olhar humano”, finaliza.
CNBB
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