Sob o vento frio e a chuva fina que tomaram conta de Aparecida (SP) durante toda esta sexta-feira, os cerca de 600 participantes do 2o Congresso Missionário Nacional deixaram o Santuário por volta do meio dia em direção ao Colégio do Carmo, em Guaratinguetá. Divididos em 12 grupos, denominados Mutirões, os missionários passaram a tarde debatendo vários temas que serão apresentados em plenário amanhã, no auditório do Colégio a partir das 14h.
Um dos mutirões, orientado secretário nacional da União Missionária, o xaveriano padre Sávio Corinaldesi, debateu a Caminhada missionária da América Latina do Vaticano II até Aparecida e reuniu 35 participantes. Padre Sávio fez uma retomada histórica das cinco conferências do Episcopado Latino-americano e dos oito Congressos Missionários Latino-americanos (Comla) que, a partir de 1999, se estenderam a toda a América passando a ser chamados também de Congresso Missionário Americano (CAM).
“Este mutirão quis fazer a história da caminha da organização missionária além-fronteiras da Igreja no Brasil e na America Latina”, disse padre Sávio. Para ele, o Continente mais católico do mundo precisa descobrir como “fazer com que essa característica se estenda ao mundo inteiro”.
Na opinião do padre Sávio, está na hora da Igreja da América Latina começar a enviar missionários. “Nós começamos esta história (das missões) com uma idéia de que nos considerávamos objetos da missão porque só recebíamos missionários. Nessa caminhada (dos Congressos Missionários), a Igreja se deu conta de que não basta receber missionários, mas que ela precisa se tornar missionária, sujeito da missão”, afirmou.
Sobre a Missão Continental proposta pelo Documento de Aparecida, padre Sávio é de opinião que já está bem encaminhada com o apoio do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) e das Conferências Episcopais dos países da América Latina. Para ele, no entanto, é preciso se preocupar com a missão universal. “A Missão Continental visa nosso continente. Eu gostaria que pensasse na missão universal, porque Jesus não nos mandou só para a América, mas para o mundo inteiro”, disse. “Neste Congresso Missionário, na perspectiva da missão além fronteira, estamos pensando naqueles povos que nunca ouviram falar de Jesus Cristo”, completou.
A assistente social do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos, Maria Salete dos Santos, gostou do mutirão e ressaltou a importância de fazer o leigo crescer na sua consciência missionária. “O mutirão é importante para ter a memória do que foram os Comlas em nosso continente e apontar caminhos que a missão deve fazer para esse continente que é a abertura missionária”, avaliou. “Os leigos têm consciência de que são missionários, mas essa consciência precisa crescer mais”.
CNBB
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