Papa durante Missa no Yankee Stadium (foto de arquivo
No balanço feito pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, sobre a viagem do Papa aos Estados Unidos, ele afirma que a mesma foi "vitoriosa, principalmente porque Bento XVI enfrentou os problemas de seu modo, ou seja, com grande lealdade, sem jamais se esquivar das dificuldades, mas enfrentando-as com grande honestidade, lucidez e clareza na consciência". Além disso, toda a imprensa foi unânime em declarar visita do Papa aos EUA "um sucesso".Para Padre Frederico, o Papa alcançou seu objetivo: "Transmitiu esperança aos americanos em geral, aos católicos em particular, e às Nações Unidas. Levou um anúncio de esperança a uma grande nação, que deve ter a dignidade e o sentido da grandeza de sua vocação no mundo de hoje".Antes mesmo de aterrissar em Washington, em uma coletiva no avião, enfrentou a questão dos abusos sexuais, surpreendendo e convencendo a mídia com suas palavras de profunda dor e o compromisso assumido de expulsar da Igreja todos os padres pedófilos. O próprio Papa centralizou em sua viagem a pedofilia na Igreja, a necessidade de curar feridas, de ajudar as vítimas dos abusos, de fazer todo o possível para que mais tragédias não se repitam.De certa forma, o encontro sem precedentes com um grupo de vítimas de abusos encerrou um capítulo que estava paralisando o catolicismo estadunidense. E neste sentido, o Papa acertou no alvo, alcançando os objetivos de reunir a comunidade americana e dar-lhe impulso e coragem moral nos temas da fé e da defesa dos princípios morais.Com seus discursos em espanhol, conquistou os católicos de origem latino-americana, o futuro da Igreja estadunidense. Com o presidente George W. Bush assumiu abertamente a defesa dos imigrantes latinos, pedindo mais empenho dos EUA com as ajudas aos países do sul do continente. Com grande diplomacia, no encontro privado na Casa Branca, abordou os problemas do Iraque e do Oriente Médio, levando Bush a assinar um comunicado conjunto afirmando que a luta ao terrorismo não pode ignorar o respeito dos direitos humanos, uma referência ao uso de torturas e ao centro de detenção em Guantanamo.Segundo Padre Lombardi, Bento XVI comunicou esperança a uma Igreja que viveu um período particularmente difícil nos últimos anos e que tinha muita necessidade de ser consolada e projetada ao futuro, consciente de suas responsabilidades no âmbito da Igreja no mundo.Às Nações Unidas também ofereceu uma mensagem de esperança, para que todos os povos do mundo reflitam, nesta circunstância extraordinária do 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem, sobre os verdadeiros valores fundamentais para construir o futuro."O bispo de Roma mostrou como Cristo ajuda a ter essa visão do homem, de seu destino, da realidade da pessoa humana, que permite construir bases sólidas para o futuro da humanidade", explica Padre Lombardi.Falando à Assembléia Geral da ONU como líder do catolicismo e grande teólogo, deu uma espécie de aula sobre multilateralismo, direitos humanos e frisou o dever de toda ação política ter regras morais. Enfim, no Marco Zero, nas Missas nos estádios, nos encontros com jovens, o Papa conquistou os EUA e a imprensa.
"Liberdade, verdade, paz, direitos humanos". Estas são as palavras-chave da viagem apostólica do Papa, segundo Padre Federico. O jornal do Vaticano L’Osservatore Romano classificou a visita como 'histórica'.Nas duas etapas de sua visita, Bento XVI contemplou a comunidade judaica. Em Washington, viu um grupo de rabinos durante o encontro com representantes de outras religiões; e em Nova York, foi visitar a Sinagoga de East Park, e saudar pessoalmente a comunidade, nas vésperas da Páscoa judaica. Fica na história a primeira exceção feita por Bush em seus 8 anos de presidência: a acolhida pessoal ao pontífice no aeroporto, um sinal de atenção ao líder da Igreja de Roma por parte de um país que tem somente um quarto de população católica e que é habitualmente cético em relação às coisas européias, mas que se demonstrou ansioso por ouvir a mensagem do Papa alemão. O triunfo da visita do Papa repercutiu bastante na imprensa americana. Os jornais populares mais vendidos traziam ontem títulos semelhantes ao do Osservatore Romano. O New York Post, vendido nas esquinas das principais ruas de Manhattan tinha em sua primeira página uma foto de Bento XVI e a palavra 'Aleluia' em caixa alta. Já o USA Today destacou a frase proferida pelo Papa em sua despedida, no aeroporto: "Deus abençoe a América".
AP/Rádio Vaticano/Canção Nova Notícias
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