domingo, 6 de janeiro de 2008

REISADO ENCENA DANÇA DIVINA NAS RUAS DO CARIRI


Os integrantes dos Reisados mirins são formados para seguirem a tradição no Cariri (Foto: Leandro de Oliveira)
Dia de Reis está presente no inconsciente coletivo dos moradores das terras interioranas do Nordeste do BrasilJuazeiro do Norte. Hoje é Dia de Santos Reis. No Cariri é mais que uma religião para alguns dos brincantes. Classificam como dança divina. Uma reverência dada ao Menino Jesus e aos três Reis Magos que vieram do Oriente. A saudação começa cedo, cortejos de grupos de tradição popular por comunidades das cidades caririenses são comuns. Os brincantes se preparam. Em Juazeiro, a tradição se fortalece nos bairros João Cabral e Horto, onde se encontram vários grupos que encenam o Reisado.No município do Crato, o cortejo começa à tarde. Este ano, os grupos de tradição popular do Crato se reúnem na sede do Instituto Cultural do Cariri (ICC), às 15 horas, onde será realizada a solenidade de posse dos novos acadêmicos do Instituto, nas cadeiras Dedé de Luna e Zé de Matos.A festa é uma continuidade do Natalício de Jesus. Em Juazeiro do Norte, as comunidades também se reúnem no Centro da cidade no fim da tarde. As manifestações da cultura acontecem a partir das 19 horas no Santuário Diocesano. O secretário de Cultura, Renato Dantas, classifica como positiva a programação, no sentido de fortalecer as tradições populares e a religiosidade.A queima de palhinhas é uma tradição antiga mantida na região. Faz parte das homenagens prestadas ao Menino Jesus. Pode ser feita durante todo o mês de janeiro, em qualquer data, a depender do dono da casa ou quando a festa é da população. Uma festa de rara beleza e encanto. No Crato, segundo o presidente da Fundação Mestre Elói, Cacá Araújo, a mestra da Cultura Zulene Galdino e a Mestra Mazé de Luna dão continuidade ao ritual.A “Tiração de Reis”, nome que não é muito comum se ouvir pelas bandas de cá, remonta séculos de tradição. Chegou no Brasil por meio de influência ibérica, mas vem de antes. Os Mouros deram a base. No Brasil, as influências das culturas do negro e do índio fazem mais forte essa resistência. São inúmeras danças.No Reisado várias podem ser classificadas. Para os estudiosos, um trabalho que merece estudo, concentração e uma formação para desenvolver a Folia de Reis, sem fugir dos seus traços originais.
Fonte: Diário do Nordeste

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