Dom Orani Tempesta*
Neste tempo de Natal, após a Oitava, temos a possibilidade de refletir sobre o mistério da Encarnação e suas conseqüências: o anúncio que a criança que nascera de Maria Virgem é o Messias esperado, o Filho de Deus, e que cabe a nós aceitá-lo como Senhor e pautar nossas vidas pelos seus ensinamentos.
A festa da Epifania, quando através dos Magos que vieram conduzidos por uma estrela para adorar a criança, o Rei dos Judeus, que tinha nascido, é o cumprimento das profecias de que a Salvação é para todos os povos. Essa universalidade já vinha sendo trabalhada no Antigo Testamento e depois se completou logo no envio que Cristo fez aos seus discípulos: ide pelo mundo inteiro e pregai o evangelho a toda criatura! Mandato que os apóstolos logo começaram também a experimentar quando passaram a pregar não só aos judeus, mas também aos “gentios”. Eles constataram com alegria que os não-judeus, mesmo sem conhecimento prévio das escrituras e das promessas do Messias, aceitavam com entusiasmo a Salvação que Jesus, o Cristo Senhor, trouxera para toda a humanidade.
Essa missão universal foi logo compreendida pela primeira geração de cristãos que saiu pelas cidades e vilas pregando o Evangelho e iniciando as primeiras comunidades que, como fermento no meio da massa, iria pouco a pouco transformando a sociedade. Daí vem a nossa catolicidade ou universalidade: no mandato do Senhor que nos envia a todos os povos em todos os tempos.
O evento e Documento de Aparecida trouxeram isso muito claro quando aprofundaram o significado do discípulo missionário e, principalmente, quando nos convocou para uma grande missão continental: “Procurará colocar a Igreja em estado permanente de missão. Levemos nossos navios mar adentro, com o poderoso sopro do Espírito Santo, sem medo das tormentas, seguros de que Providência de Deus nos proporciona grandes surpresas” (551).
É oportuno que nesta Solenidade da Epifania voltemos nossos olhos para os horizontes que aguardam nossa missão, a começar pelos nossos vizinhos e nossas pequenas comunidades com as quais queremos formar uma rede em nossas paróquias, até os confins dos mares para onde somos enviados.
Refletindo o episódio dos Magos neste final de semana, somos chamados a ser luz no caminho de muitas pessoas, seja pelo exemplo, seja pela palavra que deve nos fazer testemunhar em quem e como nós cremos.
Houve tempo em que algumas teologias, filosofias e antropologias tentaram impedir os católicos de serem missionários com os medos semeados então. A nossa maneira de ser evangelizadores não é fazendo proselitismo como acontece com muitos grupos religiosos hoje, mas, pelo contágio, pelo exemplo, pela vida, pela proposta. A pergunta que sempre retorna é: será que nos salvaremos se nós não evangelizarmos? É nossa missão, dada pelo Cristo no Evangelho, e as pessoas têm o direito de conhecerem a verdade, o Cristo Senhor!
Ainda mais nesse tempo de mudanças culturais e com tantos interesses econômicos de grupos religiosos preocupados com o poder, retomar com entusiasmo a missão evangelizadora é fazer circular novamente a suave brisa da presença de Deus na história e levar as pessoas ao encontro pessoal com Cristo, que transforma nossas vidas e nossa caminhada.
A intuição das “companhias de reis”, muito comum em algumas regiões do Brasil nesta época, em que no dia de Natal saem de suas casas cantando e indo de casa em casa anunciando que nasceu Jesus, até chegar a “festa dos reis”, quando entregam a missão, é um convite para todos nós trabalharmos também nessa direção.
O nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral e o nosso Projeto Belém em Missão, que procura colocar em prática uma parte do nosso Plano, está procurando justamente nos levar a essa Missão. Os passos já dados e os que ainda daremos nos próximos meses deverá nos levar ao grande envio de missionários na Festa de Pentecostes deste ano, para estarmos permanentemente em estado de missão, embora necessitemos de alguns momentos de animação e encorajamento para que assim o façamos.
Que esta Solenidade da Epifania do Senhor, dentro das celebrações natalinas, do mistério da Encarnação, nos ilumine para que a Palavra de Deus seja ainda mais anunciada a todos os povos e todos cheguem a Cristo – Caminho, Verdade e Vida!
* Dom Orani João Tempesta é arcebispo de Belém (PA) e presidente da Comissão Episcopal para a Educação, Cultura e Comunicação da CNBB.
Neste tempo de Natal, após a Oitava, temos a possibilidade de refletir sobre o mistério da Encarnação e suas conseqüências: o anúncio que a criança que nascera de Maria Virgem é o Messias esperado, o Filho de Deus, e que cabe a nós aceitá-lo como Senhor e pautar nossas vidas pelos seus ensinamentos.
A festa da Epifania, quando através dos Magos que vieram conduzidos por uma estrela para adorar a criança, o Rei dos Judeus, que tinha nascido, é o cumprimento das profecias de que a Salvação é para todos os povos. Essa universalidade já vinha sendo trabalhada no Antigo Testamento e depois se completou logo no envio que Cristo fez aos seus discípulos: ide pelo mundo inteiro e pregai o evangelho a toda criatura! Mandato que os apóstolos logo começaram também a experimentar quando passaram a pregar não só aos judeus, mas também aos “gentios”. Eles constataram com alegria que os não-judeus, mesmo sem conhecimento prévio das escrituras e das promessas do Messias, aceitavam com entusiasmo a Salvação que Jesus, o Cristo Senhor, trouxera para toda a humanidade.
Essa missão universal foi logo compreendida pela primeira geração de cristãos que saiu pelas cidades e vilas pregando o Evangelho e iniciando as primeiras comunidades que, como fermento no meio da massa, iria pouco a pouco transformando a sociedade. Daí vem a nossa catolicidade ou universalidade: no mandato do Senhor que nos envia a todos os povos em todos os tempos.
O evento e Documento de Aparecida trouxeram isso muito claro quando aprofundaram o significado do discípulo missionário e, principalmente, quando nos convocou para uma grande missão continental: “Procurará colocar a Igreja em estado permanente de missão. Levemos nossos navios mar adentro, com o poderoso sopro do Espírito Santo, sem medo das tormentas, seguros de que Providência de Deus nos proporciona grandes surpresas” (551).
É oportuno que nesta Solenidade da Epifania voltemos nossos olhos para os horizontes que aguardam nossa missão, a começar pelos nossos vizinhos e nossas pequenas comunidades com as quais queremos formar uma rede em nossas paróquias, até os confins dos mares para onde somos enviados.
Refletindo o episódio dos Magos neste final de semana, somos chamados a ser luz no caminho de muitas pessoas, seja pelo exemplo, seja pela palavra que deve nos fazer testemunhar em quem e como nós cremos.
Houve tempo em que algumas teologias, filosofias e antropologias tentaram impedir os católicos de serem missionários com os medos semeados então. A nossa maneira de ser evangelizadores não é fazendo proselitismo como acontece com muitos grupos religiosos hoje, mas, pelo contágio, pelo exemplo, pela vida, pela proposta. A pergunta que sempre retorna é: será que nos salvaremos se nós não evangelizarmos? É nossa missão, dada pelo Cristo no Evangelho, e as pessoas têm o direito de conhecerem a verdade, o Cristo Senhor!
Ainda mais nesse tempo de mudanças culturais e com tantos interesses econômicos de grupos religiosos preocupados com o poder, retomar com entusiasmo a missão evangelizadora é fazer circular novamente a suave brisa da presença de Deus na história e levar as pessoas ao encontro pessoal com Cristo, que transforma nossas vidas e nossa caminhada.
A intuição das “companhias de reis”, muito comum em algumas regiões do Brasil nesta época, em que no dia de Natal saem de suas casas cantando e indo de casa em casa anunciando que nasceu Jesus, até chegar a “festa dos reis”, quando entregam a missão, é um convite para todos nós trabalharmos também nessa direção.
O nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral e o nosso Projeto Belém em Missão, que procura colocar em prática uma parte do nosso Plano, está procurando justamente nos levar a essa Missão. Os passos já dados e os que ainda daremos nos próximos meses deverá nos levar ao grande envio de missionários na Festa de Pentecostes deste ano, para estarmos permanentemente em estado de missão, embora necessitemos de alguns momentos de animação e encorajamento para que assim o façamos.
Que esta Solenidade da Epifania do Senhor, dentro das celebrações natalinas, do mistério da Encarnação, nos ilumine para que a Palavra de Deus seja ainda mais anunciada a todos os povos e todos cheguem a Cristo – Caminho, Verdade e Vida!
* Dom Orani João Tempesta é arcebispo de Belém (PA) e presidente da Comissão Episcopal para a Educação, Cultura e Comunicação da CNBB.
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