28 DE SETEMBRO DE 2025
XVI DOMINGO DO
TEMPO COMUM
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Cor Verde
1ª Leitura - Am 6,1a.4-7
Leitura da Profecia de Amós 6,1a.4-7
Assim diz o Senhor todo-poderoso: 1aAi dos que vivem despreocupadamente
em Sião, os que se sentem seguros nas alturas de Samaria! 4Os que dormem
em camas de marfim,
deitam-se em almofadas, comendo cordeiros do rebanho e novilhos do seu
gado; 5os que cantam ao som das harpas,
ou, como Davi, dedilham instrumentos musicais; 6os que bebem vinho em
taças, e se perfumam com os mais finos unguentos
e não se preocupam com a ruína de José. 7Por isso, eles irão agora
para o desterro, na primeira fila, e o bando dos gozadores será desfeito.
Palavra do Senhor.
Reflexão – Ai da nossa despreocupação com o nosso próximo a quem
ignoramos!
Podemos até imaginar que a mensagem desta leitura não nos atinge, pois, não
temos muitos bens, não nos excedemos visto que não estamos nas mesmas
condições. Entretanto, palavras do profeta Amós precisam cair na terra do
nosso coração como uma semente que deve florescer e frutificar a fim de que
possamos mudar a nossa mentalidade, hábitos e costumes, na medida em que
ela se adapta à realidade da nossa vida. Ele prognostica contra os ricos
despreocupados, ou seja, aqueles que se sentem seguros nas suas riquezas
materiais, que usufruem de muitos bens, se divertem, bebem e comem do
bom e do melhor, se perfumam, cantam, brincam, e não se preocupam com a
ruína dos “José” que existem perto deles. No entanto, a principal mensagem
dessa exortação, é referente à nossa despreocupação em relação ao nosso
próximo a quem desconhecemos, por isso, o ignoramos, tão preocupados que
estamos com a nossa vidinha sacrificada e já tão cheia de atropelos. Assim
sendo, mesmo que tenhamos pouco, necessitamos nos conscientizar de que
poderá haver ao nosso lado ou muito perto de nós alguém que possui menos
ainda e que vive na indigência e na miséria. De qualquer maneira, tendo
muito ou pouco, o que importa é o nosso reconhecimento de que o que
possuímos está nas mãos de Deus que nos concedeu a vida e os bens a fim de
que sejamos solidários uns com os outros. Deus nos colocou no mundo, nos
deu oportunidades de prosperar, determinou-nos uma época e um número de
dias, deu-nos domínio sobre tudo o que está na terra, mas impôs a cada um de
nós, deveres para com o nosso próximo. Por isso, não fujamos da nossa
responsabilidade e acolhamos a Palavra de hoje como semente fértil na terra
do nosso coração. – Como você tem vivido com os bens que Deus lhe
concedeu: saúde, trabalho, inteligência, dinheiro? - Existe alguém perto
de você a quem faltam essas coisas? – Como você tem olhado para essas
pessoas?
Salmo - Sl 145,7.8-9a.9bc-10 (R.1)
R. Bendize, minh' alma, bendize ao Senhor!
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Ou R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
7O Senhor é fiel para sempre,*
faz justiça aos que são oprimidos;
ele dá alimento aos famintos,*
é o Senhor quem liberta os cativos.R.
8O Senhor abre os olhos aos cegos*
o Senhor faz erguer-se o caído;
o Senhor ama aquele que é justo*
9aÉ o Senhor quem protege o estrangeiro.R.
9bcEle ampara a viúva e o órfão*
mas confunde os caminhos dos maus.
10O Senhor reinará para sempre!
Ó Sião, o teu Deus reinará*
para sempre e por todos os séculos!R.
Reflexão - O salmista também nos direciona a percebermos que Deus fará
justiça àqueles que vivem oprimidos, aos que hoje estão famintos e cativos
das situações do mundo. Na Sua justiça, porém o Senhor confundirá o caminho
dos que são maus, isto é, os que desconhecem àqueles que são provados pela
vida. Por isso, ele se refere à viúva e ao órfão como símbolo dos que são
desamparados aqui na terra. Para que nós possamos bendizer ao Senhor,
portanto, nós precisamos repensar a nossa vida e os nossos critérios em
relação aos nossos irmãos mais carentes e nos tornarmos justos aos olhos de
Deus.
2ª Leitura - 1Tm 6,11-16
Leitura da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo 6,11-16
11Tu que és um homem de Deus, foge das coisas perversas,
procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão.
12Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste
chamado e pela qual fizeste tua nobre profissão de fé
diante de muitas testemunhas. 13Diante de Deus, que dá a vida a todas as
coisas, e de Cristo Jesus, que deu o bom testemunho da verdade perante
Pôncio Pilatos, eu te ordeno: 14guarda o teu mandato íntegro e sem mancha
até à manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo. 15Esta manifestação
será feita no tempo oportuno pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e
Senhor dos senhores, 16o único que possui a imortalidade
e que habita numa luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ver. A
ele, honra e poder eterno. Amém. Palavra do Senhor.
Reflexão – Homens e mulheres de Deus!
A todos nós que desejamos ser homens e mulheres de Deus São Paulo
aconselha fugir das coisas perversas, isto é, de tudo o quanto nos desvia dos
caminhos do Senhor. Dessa maneira, ele nos recomenda a procurar a justiça,
que é a vontade de Deus; a piedade, que é a amizade com Deus e com os
irmãos; a fé, que é a confiança e dependência de Deus; o amor que é a
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essência da Lei de Deus; a firmeza e a mansidão que são frutos do Espírito
Santo de Deus em nós. Munidos desses atributos, nós poderemos combater o
bom combate da fé e assim conquistar a vida eterna que nos foi prometida
pelo Pai e alcançada por Jesus Cristo. Foi diante de Pôncio Pilatos que Jesus
deu testemunho da verdade de Deus, com firmeza e convicção de que estava
fazendo a vontade do Pai. Por isso, São Paulo nos exorta, assim como fez a
Timóteo, a que nós também, como Jesus, saibamos dar um bom testemunho
da Sua verdade, assumindo a nossa parte, isto é, a nossa missão, até a Sua
manifestação gloriosa. Isso significa que o tempo em que estamos vivendo é
propício para que ponhamos em prática tudo o que nos é proposto pela
verdade da Palavra de Deus, esperando o tempo oportuno em que nós
também, habitaremos com Cristo numa luz inacessível, que nenhum homem
viu nem pode ver. É a vida eterna em plenitude que nos foi prometida pelo
Pai e que Jesus Cristo conquistou para que a vivamos um dia. – Você tem sido
fiel ao seu chamado para ser homem e mulher de Deus? – Você tem
combatido o bom combate da fé? – Você espera a manifestação de Jesus
Cristo em Sua glória? – Você fica feliz quando pensa nisso?
Evangelho - Lc 16,19-3
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 16,19-31
Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: 19'Havia um homem rico,
que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os
dias. 20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão à porta
do rico. 21Ele queria matar a fome
com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros
lamber suas feridas. 22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para
junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos
mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a
Abraão, com Lázaro ao seu lado.
24Então gritou: 'Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a
ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas'.
25Mas Abraão respondeu: 'Filho, lembra-te
que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males.
Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além
disso, há um grande abismo entre nós:
por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e
nem os daí poderiam atravessar até nós'. 27O rico insistiu: 'Pai, eu te suplico,
manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda
preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento'.
29Mas Abraão respondeu: 'Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!' 30O
rico insistiu: 'Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles,
certamente vão se converter'. 31Mas Abraão lhe disse: `Se não escutam a
Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite
dos mortos'.' Palavra da Salvação.
Reflexão – O avarento e o lazarento, hoje!
Neste Evangelho Jesus nos conscientiza de que é aqui na terra que nós
recebemos de Deus as condições para nos apropriarmos dos terrenos do céu.
Para que isto aconteça, no entanto, há uma condição imprescindível: a que
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partilhemos os bens e os dons que temos nos nossos terrenos aqui da terra
com os outros moradores que não receberam o mesmo que nós. Para isso, Ele
conta a parábola do homem rico e do pobre Lázaro que denuncia a ordem
injusta que faz o homem viver desligado de seu destino eterno, por causa das
suas atitudes, que se baseiam apenas no interesse pessoal e na riqueza. Com
efeito, Jesus faz um apelo de conversão a todos nós, ricos ou pobres e nos dá
uma amostra do julgamento de Deus. Diante disso podemos nos questionar:
Será que o rico não poderá ser feliz no céu, assim como o pobre? Podemos
entender, que o rico avarento da parábola não ficará sem um justo
julgamento, não tanto pela riqueza em si, mas pelo desprezo para com a
situação do pobre que lhe mendigava o pão para saciar sua fome. A avareza, o
luxo, o supérfluo de alguns, continuam favorecendo a miséria, a nudez e a
carência de outros e, enquanto uns têm demais outros nada possuem.
Todavia, ninguém é tão pobre que não possua algo para dar nem tão rico que
se baste e não necessite partilhar com alguém a sua riqueza. A partilha é uma
necessidade da nossa alma e uma questão de sobrevivência. Há uma lei
natural que rege os nossos relacionamentos aqui na terra que exige de nós,
mesmo que tenhamos pouco, a perceber a carência do nosso próximo e agir
em seu favor. Isto, porém, não nos motiva a colocar irmão contra irmão,
acusando o rico para defender o pobre. Consequentemente, se não seguirmos
essa lei natural enquanto aqui vivermos, com certeza, na outra vida seremos
atormentados como o rico da parábola, recebendo a recompensa prevista por
Jesus no Evangelho. Para nós, hoje, não existem somente a Lei e os Profetas
para nos abrir os olhos, mas o próprio Filho de Deus é quem nos adverte: ser
rico não é ser mal. Ser mal é querer tudo somente para si e esquecer-se de
quem não tem nada.
– Qual é o seu conceito de justiça? - Quais os bens que
você tem recebido na vida? – Você tem partilhado com alguém o que
possui? – Será que existe algum lazarento na sua porta que precisa de um
pouquinho do que você tem? – Pense nisso!
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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