Nome
e eleição
Matias é nome frequente entre os judeus e quer
dizer “dom de Deus”. É o apóstolo que recebeu o dom do grande privilégio de ser
agregado aos Doze, tomando o lugar vago deixado pela deserção de Judas
Iscariotes. Sua eleição foi mediante sorteio, após a ascensão do Senhor, pela
proposta de Simão Pedro, que, em poucas palavras, fixou os três requisitos para
o ministério apostólico: pertencer aos que seguiam Jesus desde o começo, ser
chamado e enviado: “É necessário, pois, que, destes homens que nos acompanharam
durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu no meio de nós, a começar pelo
batismo de João até ao dia em que nos foi arrebatado, haja um que se torne
conosco testemunha de sua ressurreição”. Essa foi uma das condições
necessárias: Ser testemunha ocular do ressuscitado!
Testemunha
Matias
esteve, portanto, constantemente próximo de Jesus desde o início até o fim de
sua vida pública. Testemunha de Cristo e mais precisamente da sua ressurreição,
pois a ressurreição do Salvador é a própria razão de ser do cristianismo.
Matias, portanto, viveu com os onze o milagre da Páscoa e poderá, com todo o
direito, anunciar Cristo ao mundo, como espectador da vida e da obra de Cristo
“desde o batismo de João”. Também a segunda e a terceira condições, ser
divinamente chamado e enviado, estão claramente expressas pela oração do
colégio apostólico: “Senhor,
tu que conheces o coração de todos, mostra qual destes dois escolheste”.
Sorteio
A
eleição de Matias por sorteio pode causar-nos espanto. Tirar a sorte para
conhecer a vontade divina é método muito conhecido na Sagrada Escritura. A
própria divisão da Terra prometida foi mediante sorteio; e os apóstolos
julgaram oportuna a conformidade com esse costume. Entre os dois candidatos
propostos pela comunidade cristã, José filho de Sabá, cognominado o Justo; e
Matias, a escolha caiu sobre o último. O novo apóstolo, cujo nome brilha na
Escritura somente no instante da eleição, viveu com os onze a fulgurante
experiência de Pentecostes antes de encaminhar-se, como os outros, pelo mundo
afora a anunciar “a glória do Senhor”.
Tradição
e morte
Segundo
a tradição, Matias evangelizou na Judeia, na Capadócia e, depois, na Etiópia.
Ele sofreu perseguições e o martírio, morreu apedrejado e decapitado em
Colchis, Jerusalém, testemunhando sua fidelidade a Jesus. Nada se sabe de suas
atividades apostólicas, nem se morreu mártir ou de morte natural, pois as
narrações a seu respeito pertencem aos escritos apócrifos. À tradição da morte
por decapitação com machado liga-se o seu patrocínio especial aos açougueiros e
carpinteiros. Normalmente, é representado com um machado ou com uma
alabarda, que são símbolos da força do cristianismo e do seu martírio.
Relíquias
Há
registros de que Santa Helena, mãe do imperador Constantino, o Grande, mandou
trasladar as relíquias de São Matias para Roma, onde uma parte está guardada na
igreja de Santa Maria Maior. O restante delas se encontra na antiquíssima
igreja de São Matias, em Treves, na Alemanha, cidade que a tradição diz ter
sido evangelizada por ele e que o tem como seu padroeiro.
Festa
Sua
festa, celebrada por muito tempo a 24 de fevereiro para evitar o período
quaresmal, foi fixada pelo novo calendário a 14 de maio, data certamente mais
próxima do dia da sua eleição.
A
minha oração
“Ó
glorioso Apóstolo, vós sois uma luz em meio à multidão, um testemunho vivo da
ressurreição de nosso Senhor. Mesmo sem tê-lo visto, queremos também ser sinais
e anunciadores do ressuscitado. Ajuda-nos, mesmo em meio às dificuldades, a
evangelizar levando a experiência do encontro pessoal com Jesus!”
São
Matias, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova Notícias
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