Papa Leão XIV, encontrou-se na manhã desta segunda-feira (19/05), no Vaticano, com os representantes de outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como de outras religiões.
Silvonei José – Vatican News
“O tempo presente é de diálogo e de
construção de pontes”: foi o que disse o Papa Leão XIV, recebendo na manhã
desta segunda-feira, no Vaticano, os representantes de outras Igrejas e
Comunidades eclesiais, bem como de outras religiões, que participaram neste
domingo da celebração inaugural do seu ministério como Bispo de Roma e Sucessor
de Pedro.
Uma saudação especial à Sua Santidade
Bartolomeu, à Sua Beatitude Teófilo III e à Sua Santidade Mar Awa III: “a vossa
presença e orações são para mim de grande conforto e encorajamento”, disse.
Em seguida recordou que um dos pontos
fortes do pontificado do Papa Francisco foi o da fraternidade universal. O Papa
da Fratelli tutti – afirmou - promoveu o
caminho ecumênico e o diálogo inter-religioso, e fê-lo sobretudo cultivando as
relações interpessoais, de tal modo que o traço humano do encontro foi sempre
valorizado, sem diminuir em nada os vínculos eclesiais. Que Deus nos ajude a
valorizar o seu testemunho!
O Papa Leão XIV destacou então que
sua eleição ocorreu no 1700º aniversário do Primeiro Concílio Ecumênico de
Niceia. Este Concílio representa um marco na elaboração do Credo partilhado por
todas as Igrejas e Comunidades eclesiais. “Enquanto estamos a caminho de
restabelecer a plena comunhão entre todos os cristãos, reconhecemos que esta
unidade só pode ser a unidade na fé”.
Como Bispo de Roma, - afirmou -
considero ser um dos meus deveres prioritários procurar o restabelecimento da
comunhão plena e visível entre todos aqueles que professam a mesma fé em Deus
Pai, Filho e Espírito Santo. “A nossa comunhão realiza-se efetivamente na
medida em que convergimos no Senhor Jesus Cristo. Quanto mais formos fiéis e
obedientes a Ele, mais unidos estaremos entre nós”.
Consciente, além disso, de que
sinodalidade e ecumenismo estão intimamente ligados, Leão XIV assegurou a sua
intenção de continuar o compromisso do Papa Francisco de promover o carácter
sinodal da Igreja Católica e de desenvolver novas e concretas formas para uma
sinodalidade cada vez mais intensa no campo ecumênico.
O nosso caminho comum – sublinhou -
pode e deve ser entendido também em sentido amplo, envolvendo todos, no
espírito de fraternidade humana. “O tempo presente é de diálogo e de construção
de pontes”.
Falando em seguida dos notáveis
esforços feitos pelo Papa Francisco a favor do diálogo inter-religioso,
recordou que com as suas palavras e ações, ele abriu novas perspectivas de
encontro, para promover «a cultura do diálogo como caminho; a colaboração comum
como conduta; o conhecimento mútuo como método e critério» (Documento sobre
a fraternidade humana para a paz mundial e a convivência comum, Abu Dhabi,
4 de fevereiro de 2019).
Depois Leão XIV agradeceu ao
Dicastério para o Diálogo Inter-religioso o papel essencial que desempenha
neste trabalho paciente de encorajar encontros e intercâmbios concretos,
destinados a construir relaões baseadas na fraternidade humana.
Também uma saudação especial aos
nossos irmãos e irmãs judeus e muçulmanos, acrescentando que “devido às raízes
judaicas do cristianismo, todos os cristãos têm uma relação especial com o
judaísmo”. “O diálogo teológico entre cristãos e judeus, - acrescentou -, que é
sempre importante, eu tomo-o muito a peito. “Mesmo nestes tempos difíceis,
marcados por conflitos e incompreensões, é necessário prosseguir com coragem
este nosso precioso diálogo”.
Falando das relações entre a Igreja
Católica e os muçulmanos, disse que as mesmas têm sido marcadas por um
crescente empenho no diálogo e na fraternidade, fomentado pela estima por estes
irmãos e irmãs, pois «adoram eles o Deus Único, vivo e subsistente,
misericordioso e omnipotente, criador do céu e da terra, que falou aos homens»
(ibid., 3). “Esta abordagem, baseada no respeito mútuo e na liberdade de
consciência, é uma base sólida para construir pontes entre as nossas
comunidades”.
Enfim uma saudação a todos os
representantes de outras tradições religiosas e recordando a sua contribuição à
paz.
“Num mundo ferido pela violência e
pelo conflito – sublinhou o Papa -, cada uma das comunidades aqui representadas
traz o seu próprio contributo de sabedoria, compaixão e empenho para o bem da
humanidade e para a preservação da casa comum”.
“Estou convencido de que, se
estivermos de acordo e livres de condicionamentos ideológicos e políticos,
poderemos ser eficazes em dizer “não” à guerra e “sim” à paz, “não” à corrida
ao armamento e “sim” ao desarmamento, “não” a uma economia que empobrece os
povos e a Terra e “sim” ao desenvolvimento integral”.
Papa Leão XIV concluiu com um muito
obrigado pela proximidade. “Invoquemos nos nossos corações a bênção de Deus:
que a sua infinita bondade e sabedoria nos ajudem a viver como seus filhos e,
entre nós, como irmãos e irmãs, para que a esperança cresça no mundo”.
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