Depois de cinco semanas e 38 dias de internação, Francisco finalmente pôde saudar os fiéis. Foram poucas palavras, mas repletas de significado.
Vatican News
“Obrigado
a todos!”
Essas foram as palavras do Papa ao
saudar os fiéis, romanos e turistas que foram ao Hospital Gemelli para ver o
Pontífice depois de 38 dias de internação, a mais longa do seu pontificado.
Em
meio à multidão de três mil pessoas, Francisco reconheceu uma senhora, Carmela
Mancuso, de 78 anos, que todas as quartas-feiras participa da Audiência Geral
para lhe entregar um maço de rosas: "E vejo essa senhora com as flores
amarelas. É uma boa pessoa", disse ainda o Papa do 5º andar do Hospital, e
não do 10º, onde estava internado, justamente para ficar mais próximo dos
fiéis, como pediu o Pontífice.
Durante o anúncio da
alta feito no sábado, os médicos Sergio Alfieri e Luigi Carbone alertam que o
Papa estava mais magro, mas Francisco apareceu bem, com um semblante sereno,
acenando para os fiéis com o sinal de "joia" com o polegar em riste.
E concedeu a bênção somente com as mãos.
Logo
em seguida, o Papa deixou o hospital rumo à Casa Santa Marta. Durante o
trajeto, fez uma etapa na Basílica de Santa Maria Maior para entregar o
ramalhete que recebeu de Carmela ao card. Rolandas Makrickas, arcipreste
coadjutor. As flores foram depositadas diante do ícone da Salus
Popoli Romani para agradecer por sua recuperação. Na sequência,
Francisco voltou ao Vaticano e, antes de entrar pelo portão próximo à sua
residência, fez uma última parada para saudar os militares que fazem a guarda
naquele local.
O Papa em Santa Maria Maior (VATICAN MEDIA
Divisione Foto)
"Experimentei a paciência do Senhor"
Enquanto
os fiéis emocionados viam o seu pastor, a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou
o texto preparado para o Angelus:
"Queridos
irmãos e irmãs, bom domingo!
A
parábola que encontramos no Evangelho de hoje nos fala da paciência de Deus,
que nos exorta a fazer de nossa vida um tempo de conversão. Jesus usa a imagem
de uma figueira estéril, que não produziu os frutos esperados e que, no
entanto, o agricultor não quer cortar: deseja adubá-la mais uma vez para ver
'se dará fruto no futuro' (Lc 13,9). Esse agricultor paciente é o Senhor, que
trabalha com zelo o terreno de nossa vida e aguarda confiante o nosso retorno a
Ele."
Em
seguida, o Papa faz uma referência à sua saúde:
"Neste
longo período de recuperação, tive a oportunidade de experimentar a paciência
do Senhor, que vejo também refletida na dedicação incansável dos médicos e dos
profissionais da saúde, assim como nos cuidados e nas esperanças dos familiares
dos doentes. Essa paciência confiante, ancorada no amor de Deus que nunca
falha, é verdadeiramente necessária à nossa vida, especialmente para enfrentar
as situações mais difíceis e dolorosas."
Que as armas se calem imediatamente!
Grande
parte do texto do Angelus, porém, manifesta a preocupação do Pontífice com as
guerras no mundo, de modo especial com a situação no Oriente Médio:
"Entristece-me
a retomada dos pesados bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, com tantas
mortes e feridos. Peço que as armas se calem imediatamente e que se tenha a
coragem de retomar o diálogo, para que todos os reféns sejam libertados e se
alcance um cessar-fogo definitivo. Na Faixa de Gaza, a situação humanitária é
novamente gravíssima e exige o compromisso urgente das partes beligerantes e da
comunidade internacional.
Alegra-me,
por outro lado, que a Armênia e o Azerbaijão tenham acordado o texto definitivo
do Acordo de Paz. Espero que seja assinado o quanto antes e possa, assim,
contribuir para estabelecer uma paz duradoura no sul do Cáucaso.
Com
tanta paciência e perseverança, vocês continuam a rezar por mim: agradeço-lhes
muito! Eu também rezo por vocês. E juntos imploramos pelo fim das guerras e
pela paz, especialmente na martirizada Ucrânia, na Palestina, em Israel, no
Líbano, em Mianmar, no Sudão e na República Democrática do Congo.
Que
a Virgem Maria nos proteja e continue a nos acompanhar no caminho rumo à
Páscoa."
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