Em sua Mensagem para o 62° Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado em 11 de maio próximo, Francisco convida os jovens a "não ignorar o grito de tantos irmãos e irmãs que se sentem excluídos, feridos e abandonados". "Toda a vocação, sentida na profundidade do coração, faz germinar uma resposta como impulso interior ao amor e ao serviço, como fonte de esperança e caridade e não como busca de autoafirmação", escreve o Papa.
Mariangela Jaguraba -
Vatican News
Foi divulgada, nesta
quarta-feira (19/03), a mensagem do Papa Francisco para o 62° Dia Mundial de
Oração pelas Vocações que será celebrado em 11 de maio próximo, IV Domingo de
Páscoa.
A mensagem do
Pontífice tem como tema "Peregrinos de esperança: o dom da vida" e
nela o Papa afirma que "a vocação é um dom precioso que Deus semeia nos
corações, um chamado a sair de si mesmo para trilhar um caminho de amor e
serviço".
Acompanhar
o caminho vocacional das novas gerações
Segundo Francisco, "cada
vocação na Igreja – seja laical, seja ao ministério ordenado, seja à vida
consagrada – é sinal da esperança que Deus nutre pelo mundo e por cada um dos
seus filhos".
"Neste
nosso tempo, muitos jovens sentem-se perdidos em relação ao futuro.
Frequentemente vivem na incerteza quanto às perspectivas de emprego e, lá no
fundo, experimentam uma crise de identidade que é uma crise de sentido e de
valores, que a confusão digital torna ainda mais difícil de atravessar",
escreve o Papa.
"A injustiça
para com os fracos e os pobres, a indiferença do bem-estar egoísta e a
violência da guerra ameaçam os projetos de vida boa que cultivam no seu
íntimo", sublinha Francisco. "Contudo, o Senhor, que conhece o
coração do homem, não nos abandona na insegurança; pelo contrário, quer
suscitar em cada um a consciência de ser amado, chamado e enviado como
peregrino de esperança", destaca.
De acordo com o Papa,
"os
membros adultos da Igreja, especialmente os pastores", são
"convidados a acolher, discernir e acompanhar o caminho vocacional das
novas gerações", e "os
jovens são chamados a ser nele protagonistas, ou melhor, coprotagonistas com o
Espírito Santo, que suscita" neles "o desejo de fazer da vida um dom
de amor".
O
mundo precisa de jovens peregrinos de esperança
Em sua mensagem, o
Papa se detém em três pontos: o primeiro, acolher o próprio caminho
vocacional.
Citando um trecho da
Exortação Apostólica pós-sinodal Christus vivit, o Papa
afirma que a vida dos jovens "não é «entretanto»" e que eles são
"o agora de Deus". "É necessário tomar consciência de que o dom
da vida exige uma resposta generosa e fiel", escreve Francisco, convidando
os jovens a olharem "para os jovens santos e beatos que responderam com
alegria ao chamado do Senhor: Santa Rosa de Lima, São Domingos Sávio, Santa
Teresa do Menino Jesus, São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, os Beatos – que
em breve serão Santos – Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati, e muitos
outros". "Cada um deles", ressalta o Pontífice, "viveu a
vocação como um caminho para a felicidade plena, na relação com Jesus vivo.
Quando escutamos a sua palavra, o nosso coração arde e sentimos o desejo de
consagrar a vida a Deus! Desejamos descobrir de que modo, em que forma de vida
é possível retribuir o amor que Ele primeiro nos dá".
Segundo o Papa,
"toda vocação, sentida na profundidade do coração, faz germinar uma
resposta como impulso interior ao amor e ao serviço, como fonte de esperança e
caridade e não como busca de autoafirmação. Vocação e esperança entrelaçam-se,
portanto, no projeto divino pela alegria de cada homem e mulher, todos eles
chamados em primeira pessoa a oferecer a sua vida pelos outros".
O Papa recorda na
mensagem que "são muitos os jovens que procuram conhecer o caminho que
Deus os chama a percorrer: alguns constatam – muitas vezes com surpresa – a
vocação ao sacerdócio ou à vida consagrada; outros descobrem a beleza do
chamado ao matrimônio e à vida familiar, bem como ao compromisso com o bem
comum e ao testemunho da fé entre colegas e amigos".
“Toda vocação é animada pela
esperança, que se traduz em confiança na Providência. Com efeito, para o
cristão, ter esperança é mais do que um simples otimismo humano: é antes uma
certeza enraizada na fé em Deus, que age na história de cada pessoa.”
"E, deste modo,
a vocação amadurece através do compromisso quotidiano de fidelidade ao
Evangelho, na oração, no discernimento e no serviço", escreve Francisco.
O Papa recorda aos
jovens que "a esperança em Deus não engana, porque Ele guia os passos de
quem a Ele se entrega. O mundo
precisa de jovens peregrinos de esperança, corajosos em dedicar a sua vida a
Cristo, cheios de alegria por serem seus discípulos-missionários".
A
vocação passa por um caminho de discernimento
No segundo ponto, discernir
o próprio caminho vocacional, Francisco escreve que "a descoberta
da própria vocação passa por um caminho de discernimento. Este percurso nunca é
solitário, mas desenvolve-se no seio da comunidade cristã e com ela".
Segundo o Pontífice,
o mundo induz os jovens "a fazer escolhas precipitadas e a encher os dias
de barulho, impedindo a experiência de um silêncio aberto a Deus, que fala ao
coração". "Tenham a coragem de parar, de escutar dentro de vocês e de
perguntar a Deus o que Ele sonha para vocês. O silêncio da oração é indispensável
para “interpretar” o chamado de Deus na própria história e para dar uma
resposta livre e consciente", escreve Francisco.
De acordo com o Papa,
o recolhimento ajuda a "compreender que todos podemos ser peregrinos de
esperança se fizermos da nossa vida um dom, especialmente a serviço daqueles
que habitam as periferias materiais e existenciais do mundo". Segundo
Francisco, "quem
se põe a escutar Deus que chama não pode ignorar o grito de tantos irmãos e
irmãs que se sentem excluídos, feridos e abandonados. Cada vocação abre para a
missão de ser presença de Cristo onde mais se sente necessidade de luz e
consolação. Em particular, os fiéis leigos são chamados a ser “sal, luz e
fermento” do Reino de Deus, através do compromisso social e profissional".
A
vocação se fortalece na comunidade que crê, ama e espera
No terceiro ponto, acompanhar
o caminho vocacional, o Papa convida "os agentes pastorais e
vocacionais, especialmente os conselheiros espirituais", a não terem
"medo de acompanhar os jovens com a esperançosa e paciente confiança da
pedagogia divina. Trata-se de ser para eles pessoas capazes de escuta e
acolhimento respeitoso; pessoas em quem podem confiar, guias sábios,
disponíveis para os ajudar e atentos a reconhecer os sinais de Deus no seu
caminho".
Francisco exorta a
promover "o cuidado da vocação cristã nos vários campos da vida e da
atividade humana, favorecendo a abertura espiritual de cada pessoa à voz de
Deus. Para este fim, é importante que os itinerários educativos e pastorais
contemplem espaços adequados para o acompanhamento das vocações".
O Pontífice recorda
que "a Igreja precisa de pastores, religiosos, missionários e esposos que,
com confiança e esperança, saibam dizer “sim” ao Senhor. A vocação nunca é um
tesouro que fica fechado no coração, mas cresce e se fortalece na comunidade
que crê, ama e espera. E como ninguém pode responder sozinho ao chamado de
Deus, todos temos necessidade da oração e do apoio dos nossos irmãos e
irmãs".
A
Igreja é viva e fecunda quando gera novas vocações
De acordo com
Francisco, "a Igreja é viva e fecunda quando gera novas vocações. E o
mundo, muitas vezes inconscientemente, procura testemunhas de esperança que
anunciem com a vida que seguir Cristo é fonte de alegria. Não nos cansemos de
pedir ao Senhor novos operários para a sua messe, certos de que Ele continua
chamando com amor".
"Queridos
jovens, confio o seu seguimento de Jesus à intercessão de Maria, Mãe da Igreja
e das vocações. Caminhem sempre como peregrinos da esperança no caminho do
Evangelho", conclui o Papa.
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Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2025-03/papa-mensagem-dia-mundial-oracao-vocacoes-esperanca-mundo.html
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