Origens
A origem do
Rosário é muito antiga, pois conta-se que os monges anacoretas (eremitas dos
primeiros séculos do cristianismo) usavam pedrinhas para contar o número das
orações vocais. Dessa forma, nos conventos medievais, os irmãos leigos
dispensados da recitação do Saltério (pela pouca familiaridade com o latim),
completavam suas práticas de piedade com a recitação de Pai-Nosso e, para a
contagem. Doutor da Igreja São Beda, chamado de “o Venerável” (séc. VII-VIII),
havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados em um barbante.
História
do Rosário
O Santo
Rosário foi sendo transformado com o decorrer dos anos, porém, no ano de 1214,
a Santa Igreja o estabeleceu na forma e método que hoje é usado. Antes, as
Ave-Marias não eram como agora, nem mesmo os mistérios contemplados entre
outros ingredientes da oração. Sua origem se deu com a revelação divina de
Nossa Senhora do Rosário a São Domingos de Gusmão, fundador dos dominicanos
(O.P.). Por meio das citações referidas ao Bem-aventurado Alano de La Roche em
seu livro “De Dignitate Psalterri”, São Luís Maria Grignion de Montfort relata
a origem do Rosário.
São
Domingos e o Rosário
A tradição
espiritual conta com a revelação. São Domingos se preocupava em converter os
albigenses, também conhecidos como cátaros (puros), que eram um grupo de
hereges de caráter gnóstico e maniqueísta, sendo até mesmo protegida por bispos
e nobres da época. Essa doutrina negava a existência de um único Deus, negava a
divindade de Jesus, direcionava a salvação através do conhecimento etc.
Rosário:
a chave para alcançar as almas endurecidas
Essas
realidades entraram em choque com o catolicismo. Desse modo, o santo procurava
converter os heréticos e enfrentava grande resistência. Certa vez, procurou
retirar-se em uma floresta para rezar e ali recebeu a orientação da Nossa
Senhora do Rosário: “Querido Domingos, você sabe de que arma a Santíssima
Trindade quer usar para mudar o mundo? [ … ] a principal peça de combate tem
sido sempre o Saltério Angélico que é a pedra fundamental do Novo Testamento.
Quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a
oração do meu Saltério” (MONTFORT, 2019, p. 42-43).
Do
Saltério Angélico ao Santo Rosário
A
propagação do Rosário por São Domingos
A partir
dessa situação, São Domingos começou a pregar o Santo Rosário, ou como foi
dito, em revelação, “Saltério Angélico”. Assim expresso, pois naquela época
poucas pessoas eram alfabetizadas e não conheciam a Sagrada Escritura. Por
outro lado, os monges costumavam recitar em oração os 150 Salmos, rezando a
“liturgia das horas”. Desse modo, os cristãos poderiam imitar a oração e se
aproximar dos mistérios de Deus ao recitar 150 Ave-Marias, conhecida como a
saudação angélica já que foi dita pelos Anjos e relatava nas Escrituras. Assim,
tornou-se o “Saltério Angélico” (Salmos Angélicos).
Os
Mistérios: Gozosos, Dolorosos e Gloriosos
Em um
segundo momento, ao esfriar a devoção do Saltério Angélico, em nova aparição,
Nossa Senhora do Rosário apareceu ao Beato Alano (1428 – 1475) lhe pedindo que
reavivasse a prática. Assim ele formou os agrupamentos de 50 Ave-Marias e seus
mistérios, conhecidos como: Gozosos, Dolorosos e Gloriosos. Ela lhe disse que
muitas graças e milagres seriam alcançados por meio desse modo e reafirmou os
ditos a São Domingos.
A
Intercessora pela Igreja do Ocidente
Intercessão
de Nossa Senhora do Rosário
Logo após,
houve a batalha de Lepanto (Grécia, junto ao porto de Corinto) comandada por
João da Áustria, em 7 de Outubro de 1571. O Papa Pio V procurava conter os
avanços dos turcos na Europa e, antes disso, convocou os cristãos para que
rezassem o rosário através da Carta Breve Consueverunt (1569). Era uma batalha
extremamente importante, pois dela dependia a preservação do cristianismo e da
cultura ocidental.
Instituição
da Festa
Com a
vitória adquirida, ele instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário no mesmo
dia da batalha e reconheceu que a vitória veio por meio das orações do Rosário.
Sendo este Papa da ordem dos dominicanos, por isso, seguiu a inspiração do
fundador. O Pontífice instituiu a festa, inicialmente chamada de Santa Maria da
Vitória.
Rainha
do Sacratíssimo Rosário
Festa
Mariana Obrigatória
Em 1573, o
Papa Gregório XIII tornou a festa mariana obrigatória para a diocese de Roma e
para as Confrarias do Santo Rosário, sob o título de Santíssimo Rosário da
Bem-aventurada Virgem Maria. Em 1716, o Papa Clemente XI inscreveu a festa no
calendário romano, estendendo-se para toda a Igreja. A celebração ocorria em
datas diferentes, conforme os costumes locais. O Papa Leão XIII inscreveu a
invocação “Rainha do Sacratíssimo Rosário” na Ladainha Lauretana em 10 de
dezembro de 1883. Em 1913, o Papa Pio X fixou a data da celebração da festa em
7 de outubro.
O
Quarto Mistério
Por fim,
após anos de estímulo e devoção por parte dos papas e dos santos, São João
Paulo II, em sua carta “Rosarium
Virginis Mariae” (2002),
institui o quarto mistério. Foi reconhecido como “luminoso”. Formando, então, o
Rosário com quatro terços meditando os mistérios de Cristo. Assim, deu-se o
formato daquilo que se conhece atualmente por Santo Rosário.
Minha
oração
“Ó Mãe do rosário, consegui junto a Jesus
aquilo que não podemos, combatei por nós e consolai-nos das intempéries da
vida. Entregamos a nossa existência a Ti e de Ti tudo esperamos. Por Cristo
Nosso Senhor. Amém!”
Nossa
Senhora do Rosário, rogai por nós!
Fonte>
Canção Nova Notícias
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