Defesa da fé e da verdade
Em 1935, Pio XI canonizou João
Fischer e Tomás More no mesmo dia. Os santos são celebrados juntos: sofreram o
martírio pela coragem com que defenderam a fé e são dois grandes exemplos de
fidelidade a Jesus.
Opondo-se ao rei Henrique VIII,
na controvérsia sobre o seu matrimónio e sobre o primado do Romano Pontífice,
preferiram servir ao Rei Eterno. Defenderam os valores cristãos de
indissolubilidade do matrimônio, o respeito pelo patrimônio jurídico e a
liberdade da Igreja em relação ao Estado; e, assim, foram encarcerados na Torre
de Londres.
São Tomás More [1478-1535]
Nascido em Chelsea, Londres, na
Inglaterra, no ano de 1478, o santo foi, desde cedo, educado na fé cristã. Logo
cedo, a sua inteligência brilhante o fez ser notado e ele foi enviado à
Universidade de Oxford, onde com vinte e dois anos já era doutor e professor em
direito.
Vida
religiosa X Matrimônio
Tomás More pensou em tornar-se
religioso, era um frequentador dos franciscanos e, por um período, dos cartuxos
também. Porém, sentiu que não era esse o seu caminho e trilhou a vocação
matrimonial, com grande entrega, presença e devoção aos seus.
Vocação
cristã
Conhecido por uma personalidade
muito simpática, pelo seu bom humor e por uma forte fé cristã, o santo tinha
uma vocação específica nos meios da política, da literatura, do direito.
Assumiu diversos cargos diplomáticos: foi juiz, conselheiro, secretário e, em
tudo, sempre atuou em favor da defesa da fé cristã, principalmente no tempo da
Reforma Protestante. Escreveu obras famosas, como: “O diálogo do conforto
contra as tribulações”, um dos mais tradicionais e respeitados livros da
literatura britânica. Outros livros famosos são “Utopia” e “Oração para o bom
humor”. Um tempo depois, Tomás pediu demissão e um novo tempo iniciou em
sua vida.
Tomás nunca se afastou dos
pobres e necessitados, os quais visitava para melhor atender às suas reais
necessidades. Sua casa sempre estava repleta de intelectuais e pessoas
humildes.
São João Fischer, bispo de Rochester
[1469-1535]
Nascido em Beverley, na cidade de
Yorkshire, na Inglaterra, no ano de 1469. Órfão de pai ainda pequeno, aos
quatorze anos era um aluno brilhante de inteligência extraordinária. Ingressou
na famosa Universidade de Cambridge, onde recebeu o diploma de Teologia e foi
ordenado sacerdote.
Sacerdócio
e Bispado
Tornou-se confessor e capelão
pessoal da condessa Margarida Beaufort, futura avó de Henrique VIII. Atuou como
vice-chanceler e chanceler em obras de estudos das línguas da Bíblia, para
aprofundamento nas Escrituras.
Foi eleito bispo de Rochester,
com 35 anos. Distribuía esmolas com generosidade e as portas de sua casa
estavam sempre abertas para os visitantes, peregrinos e necessitados. Ele
levava uma vida tão austera como a de um monge. O bispo Fisher também combateu
os erros da Reforma Protestante, escrevendo quatro livros, que o tornaram
famoso em todo o mundo cristão.
Condenação
dos santos
Em 1535, o rei Henrique VIII
desejou divorciar-se de sua legítima esposa para casar-se com a cortesã Ana
Bolena. O bispo João Fisher foi o primeiro a posicionar-se contra aquele
escândalo. O rei Henrique VIII conseguiu que o Parlamento inglês o declarasse
chefe supremo da Igreja na Inglaterra, em substituição ao Papa da Igreja
Católica, com a aprovação de todos os que desejavam conservar seus altos postos
no governo.
João Fisher declarou no
Parlamento que: “Querer substituir o papa de Roma pelo rei da Inglaterra,
como chefe de nossa religião, é como gritar um ‘morra’ à Igreja Católica”,
e isso seria um erro absurdo.
Ainda estava preso quando foi
nomeado cardeal pelo Papa Paulo III. Ao ser informado, o rei exclamou:
“Enviaram-lhe o chapéu de cardeal, porém não poderá colocá-lo, porque eu lhe
mandarei cortar a cabeça”. E assim o fez.
Da mesma forma, São Tomás Moro
deixou registrada a sua irreverência àquela farsa real, por meio da declaração
pública que pronunciou antes de morrer: “Sedes minhas testemunhas
de que eu morro na fé e pela fé da Igreja de Roma e morro fiel servidor de Deus
e do rei, mas primeiro de Deus. Rogai a Deus a fim de que ilumine o rei e o
aconselhe”.
O Papa João Paulo II, no ano
2000, declarou são Tomás More Padroeiro dos Políticos.
O chanceler Tomás Moro e o bispo
católico João Fisher eram as figuras mais influentes da corte. Os dois foram
decapitados: o primeiro foi João, em 22 de junho de 1535, e duas semanas depois
foi a vez de Tomás.
A
minha oração
“Senhor, estes dois servos não tiveram medo ou
receio em servir a Verdade. Conceda-me também a grande graça de defender a fé
cristã em qualquer circunstância e de ser-lhe fiel até o fim. Amém!”
Santos
João Fischer e Tomás More, rogai por nós!
Fonte
Canção Nova Notícias
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