Em Verona, no Arena 2024, o
Papa dialogou sobre os caminhos geradores da paz. Que devem ser multifacetados
e permanentes, cientes de que a paz deve ser promovida, preparada, cuidada,
vivenciada e organizada. Estes foram os temas aprofundados pelo Papa Francisco
em Verona, neste sábado (18/05) durante o encontro “Arena da Paz. Justiça e Paz
se beijarão”
Jane Nogara - Cidade do
Vaticano
Na
sua visita Pastoral a Verona, neste sábado, 18 de maio, o terceiro encontro do
Papa Francisco foi “Arena da Paz. Justiça e Paz se beijarão”. Foi um
encontro-diálogo no qual o Papa ouviu as testemunhas e depois respondeu às
perguntas relacionadas à temáticas desenvolvidas nas várias mesas de trabalho.
Portanto a Arena 2024 foi o início de um caminho gerador multifacetado e permanente,
com a consciência de que a paz deve ser promovida, preparada, cuidada,
vivenciada e organizada. Francisco aprofundou estes temas através do
diálogo com alguns participantes.
Momento
de grande emoção no encontro foi quando o israelense Maoz Inon e o palestino
Aziz Sarah, familiares de vítimas do conflito no Oriente Médio, falaram e
depois de se abraçarem, abraçaram o Papa Francisco, fazendo com que os
presentes na Arena se levantassem e aplaudissem.
Ao lado dos fracos para um
enriquecimento
Da
mesa Migrações falou-se de que a paz deve ser promovida, ao
ser questionado sobre como viver a conversão de perspectiva para a paz, ficando
sempre ao lado das vítimas, Francisco destacou que o exemplo de Jesus chama os
pequenos e os excluídos e os coloca no centro, subvertendo as hierarquias
convencionais e isso deve ser a nossa inspiração. Ponderando em seguida:
“Caminhar com eles nos obriga a mudar de passo, a rever o que carregamos em
nossa mochila, a nos livrarmos de muitos pesos e lastros e a abrir espaço para
coisas novas”. Afirmando ainda:
“Portanto,
é importante vivenciar tudo isso não como uma perda, mas como um
enriquecimento, uma poda sábia, que remove o que não tem vida e aprimora o que
é promissor”
Preparar a Paz:
caminhar junto com os jovens
Com
relação à temática de que a Paz deve ser preparada questionaram
o Santo Padre sobre como ajudar os jovens a empreenderem uma economia de
justiça. Francisco logo destacou que o objetivo deve ser o desenvolvimento
integral dos jovens centralizando sempre o ponto de que a dimensão comunitária
é decisiva. “É uma tarefa que diz respeito a adultos e jovens juntos.
A fecundidade e o caráter profético desse trabalho dependem precisamente da
capacidade de passar de fazer algo pelos jovens para
caminhar junto com
os jovens”. “A mudança é possível”, afirmou o Papa”, mas exige que se refaçam
os laços que se desgastaram e que se recupere uma confiança saudável nas
possibilidades que temos. Esse é um desafio para todos os educadores.
“Dar
confiança aos jovens, uma confiança enraizada na descoberta de que fazem parte
de uma comunidade, de uma história e de um futuro juntos”
Abrir espaço para a
ação de Deus
Como cuidar da Paz. Sobre esse tópico o
questionamento do grupo ambiente e Criação era como encontrar “tempo” para
construir relações de justiça entre todos, sobretudo nestes tempos marcados
pela velocidade e pelo imediatismo. Francisco recordou que embora tenhamos todo
o necessário para agir rapidamente com a revolução digital e por isso
deveríamos ter mais tempo à nossa disposição, “descobrimos que estamos sempre
correndo, perseguindo a urgência de última hora”. O Papa disse: “Às vezes é
necessário saber como desacelerar a corrida, não se deixar dominar pelas
atividades e abrir espaço dentro de nós para a ação de Deus”.
“‘Desacelerar’
pode soar como uma palavra deslocada, mas na realidade é um convite para
recalibrar nossas expectativas e ações, adotando um horizonte mais profundo e
mais amplo””
“O
enorme desafio que temos pela frente”, continuou, “é ir contra a corrente para
redescobrir e preservar esses ritmos naturais”. Destacando ainda: “E não
precisamos inventar tudo do zero; pelo contrário, em muitas outras culturas
podemos encontrar tesouros de sabedoria e experiência dos quais podemos nos
valer”.
Aprender a viver conflitualidades com o
diálogo
Na
reflexão sobre a Paz
deve ser vivenciada, experimentada, perguntaram ao Pontífice “como aprender
a viver o conflito de maneira saudável e construtiva”. Francisco logo
esclareceu: “Se há um dinamismo positivo na sociedade, então também há
conflitos e tensões. É um fato: a ausência de conflitualidade não significa que
há paz, mas que alguém deixou de viver, pensar e se dedicar àquilo em que
acredita”. Explicando que temos que aprender a viver esta conflitualidade, ela não
deve ser removida, ignorada, escondida ou marginalizada. Nem mesmo fazendo com
que um dos polos prevaleça. Tudo isso pode levar a injustiças e até gestos
violentos. “O
primeiro passo para uma convivência saudável com tensões e conflitos é
reconhecer que fazem parte de nossa vida, são fisiológicos, quando não
ultrapassam o limite da violência”. “Deixemo-nos desafiar pelo conflito”,
disse, “deixemo-nos provocar pelas tensões”. Aconselhando:
“Procurar,
em um conflito, as razões de cada lado, as que estão surgindo e, se formos
bem-sucedidos, também as que estão ocultas, aquelas das quais não temos plena
consciência”
Despertar nos jovens
a paixão pela participação
Por
fim a pergunta relacionada ao tema A paz deve ser organizada foi
que tipo de liderança é necessária para construir um país com boas instituições
educacionais, econômicas e sociais para a paz. “A ênfase”, respondeu, “está no
vínculo entre os membros de uma comunidade. Ninguém existe sem os outros,
ninguém pode fazer tudo sozinho. Portanto, a autoridade de que precisamos é
aquela que, em primeiro lugar, é capaz de reconhecer seus próprios pontos
fortes e limitações e, em seguida, entender a quem recorrer para obter ajuda e
colaboração”. Concluindo em seguida: “Queridos amigos, o grande desafio de hoje
é despertar nos jovens a paixão pela participação. Precisamos investir nos
jovens, na sua educação, para transmitir a mensagem de que o caminho para o
futuro não pode passar apenas pelos esforços de um indivíduo, por mais
bem-intencionado e bem preparado que ele seja, mas passa pela ação de um povo,
no qual cada um faz a sua parte, cada um de acordo com suas tarefas e de acordo
com suas capacidades”.
Obrigado por ter lido
este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e
se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui
Fonte: https://www.blogger.com/blog/post/edit/3380542215045414755/4028070705918211880
Nenhum comentário:
Postar um comentário