Francisco reuniu na Sala Paulo
VI cerca de seis mil alunos da Rede Nacional de Escolas para a Paz que conta
137 institutos em 94 cidades de toda a Itália. Meninos e meninas segurando
faixas e cartazes com apelos de paz e agradecimentos ao Pontífice, depois o
grito: "Cessar-fogo!" "Sejam artesãos da paz", disse
Francisco, afirmando que "a Cúpula do Futuro convocada pela ONU é
importante." Recordou as crianças da Ucrânia e de Gaza.
Mariangela
jaguraba – Vatican News
O Papa
Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (19/04), na Sala Paulo VI, no
Vaticano, cerca de seis mil alunos da Rede Nacional de Escolas para a Paz,
acompanhados por seus professores.
Francisco
iniciou o seu discurso agradecendo a todos os presentes "por este caminho
rico de ideias, iniciativas, formação e atividades que visam promover uma nova
visão do mundo". Agradeceu também pelo entusiasmo na busca do bem "em
meio a situações dramáticas, injustiça e violência que desfiguram a dignidade
humana".
Obrigado
porque com paixão e generosidade vocês se comprometem a trabalhar na “obra do
futuro”, vencendo a tentação de uma vida centrada apenas no hoje, que corre o
risco de perder a capacidade de sonhar alto. Hoje, mais do que nunca, é
necessário viver com responsabilidade, ampliando os horizontes, olhando para
frente e semeando a cada dia as sementes de paz que amanhã poderão germinar e
dar frutos.
A seguir, o
Pontífice recordou que em setembro próximo se realizará, em Nova York, a Cúpula
do Futuro convocada pela ONU para abordar os grandes desafios globais deste
momento histórico e assinar um “Pacto para o Futuro” e uma “Declaração sobre as
gerações futuras”. "Este é um evento importante, e a contribuição de vocês
também é necessária para que não fique apenas “no papel”, mas se concretize e se
realize por meio de caminhos e ações de mudança", disse o Papa aos
estudantes e professores da Rede Nacional de Escolas para a Paz.
Vocês são
chamados a ser protagonistas e não espectadores do futuro. A convocação desta
Cúpula Mundial, de fato, nos lembra que todos nós somos chamados a construir um
futuro melhor e, acima de tudo, que devemos construí-lo juntos! Não podemos
simplesmente delegar nossas preocupações ao "mundo vindouro" e a
resolução de seus problemas às instituições designadas e àqueles com responsabilidades
sociais e políticas específicas. É verdade que esses desafios exigem
competências específicas, mas é igualmente verdade que eles nos dizem respeito,
tocam a vida de todos e exigem de cada um de nós uma participação ativa e um
compromisso pessoal.
Segundo
Francisco, "num mundo globalizado, onde todos somos interdependentes, não
é possível proceder como indivíduos que cuidam apenas de seu próprio “jardim”:
em vez disso, é necessário trabalhar em rede e formar rede, conectar-nos,
trabalhar em sinergia e harmonia. Isto significa passar do eu ao nós: não 'eu
trabalho para o meu bem', mas 'nós trabalhamos para o bem comum, para o bem de
todos'".
De acordo
com o Papa, "os desafios de hoje e, sobretudo, os riscos que, como nuvens
escuras, pairam sobre nós, ameaçando o nosso futuro, tornaram-se também
globais. Dizem respeito a todos nós, questionam toda a comunidade humana,
exigem a coragem e a criatividade de um sonho coletivo que anime o compromisso
constante, para enfrentar juntos as crises ambientais, econômicas, políticas e
sociais que atravessa o nosso planeta".
Segundo o
Pontífice, este "é um sonho que exige estar acordado, não dormindo! Sim,
porque é realizado trabalhando, e não dormindo; andando pelas ruas, e não
deitado no sofá; usando bem os meios de informação, e não perdendo tempo nas
redes sociais. Então, ouçam bem, esse tipo de sonho se realiza rezando, ou
seja, junto com Deus, e não apenas com as nossas próprias forças".
Queridos
alunos e professores, vocês colocaram duas palavras-chave no centro do seu
compromisso: paz e cuidado. São duas realidades ligadas entre si: a paz não é
apenas o silêncio das armas e a ausência de guerra; é um clima de benevolência,
confiança e amor que pode amadurecer numa sociedade fundada em relações de cuidado,
em que o individualismo, a distração e a indiferença dão lugar à capacidade de
prestar atenção ao outro, de o ouvir nas suas necessidades fundamentais, para
curar suas feridas, de ser para ele ou para ela instrumentos de compaixão e
cura. Este é o cuidado que Jesus tem pela humanidade, em particular pelos mais
frágeis, e do qual o Evangelho nos fala muitas vezes. Do “cuidado” recíproco
nasce uma sociedade inclusiva, fundada na paz e no diálogo.
Francisco
pediu aos alunos e professores da Rede Nacional de Escolas para a Paz para que
"sejam artesãos da paz" neste tempo ainda marcado pela guerra,
"que sejam protagonistas da inclusão; num mundo dilacerado por crises
globais, que sejam construtores do futuro, para que a nossa Casa comum se torne
um lugar de fraternidade".
A seguir, o
Papa acrescentou:
Pensem nas
crianças que estão na guerra, pensem nas crianças ucranianas que se esqueceram
de sorrir... Rezem por essas crianças, coloquem em seus corações as crianças
que estão na guerra. Pensem nas crianças de Gaza, metralhadas, que passam fome.
Pensem nas crianças.
Por fim,
Francisco convidou os alunos e professores da Rede Nacional de Escolas para a
Paz a fazerem um pouco de silêncio para pensar nas crianças ucranianas e nas
crianças de Gaza.
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