Na mensagem de vídeo deste mês de março, Francisco recorda o testemunho e a dor de um homem muçulmano que ele conheceu ao visitar um campo de refugiados na ilha grega de Lesbos. A esposa dele era cristã e foi degolada por causa de sua fé.
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Nas intenções de oração para o
mês de março, o Papa Francisco convida a rezar pelos novos mártires,
testemunhas de Cristo.
Na mensagem de vídeo, divulgada nesta terça-feira (27/02), o
Pontífice conta "uma história que é um reflexo da Igreja de hoje. É a história
de um testemunho de fé pouco conhecido". Francisco recorda o testemunho e
a dor de um homem muçulmano que ele conheceu ao visitar um campo de refugiados
na ilha grega de Lesbos. A esposa dele era cristã. O homem disse ao Papa:
"Os terroristas chegaram ao nosso país, olharam-nos e perguntaram qual era
a nossa religião. Viram a minha mulher com o crucifixo e disseram-lhe para o
atirar ao chão. Ela não o fez e foi degolada na minha frente".
"Histórico", diz o Papa no vídeo.
Sei que ele não tinha
rancor. Centrava-se no exemplo de amor da sua esposa, um amor a Cristo que a
levou a aceitar e ser leal até à morte. Irmãos, irmãs, sempre haverá mártires
entre nós. É o sinal de que estamos no caminho certo.
"Uma
pessoa que sabe dizia-me que há mais mártires hoje do que no início do
cristianismo", acrescenta Francisco, sublinhando como é atual o tema dos
cristãos perseguidos e que dão a vida pela sua fé.
A vida das
pessoas que se entregam como testemunhas de Cristo são histórias reais. A
mensagem de vídeo do mês de março, tem o apoio da Ajuda à Igreja que Sofre
(AIS), uma organização caritativa católica internacional e fundação pontifícia
cuja missão é ajudar os fiéis, onde quer que estejam sendo perseguidos,
oprimidos ou em situação da carência, através da informação, oração e ação.
Apenas em
2023, chegaram à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) denúncias em 40 países de
pessoas assassinadas ou sequestradas por causa da sua fé. A Nigéria tornou-se o
país com o maior número de assassinatos; no Paquistão, na Diocese de Faisalabad,
as igrejas e as casas dos cristãos de Jaranwala foram atacadas; e em Burkina
Faso, os católicos de Débé foram expulsos de sua aldeia apenas por causa da sua
fé. Isto para mencionar alguns exemplos.
A coragem dos
mártires, o testemunho dos mártires, é uma bênção para todos. Rezemos para que
aqueles que em várias partes do mundo arriscam a vida pelo Evangelho contagiem
a Igreja com a sua coragem e o seu impulso missionário. E abertos à graça do
martírio.
Neste
contexto, a presidente executiva da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que
Sofre, Regina Lynch, afirma: "A liberdade religiosa, reconhecida na
Declaração Universal dos Direitos Humanos, é um direito inalienável e nenhum
cristão deve perder a vida por a exercer. É fundamental garantir o direito de
praticar a sua fé como parte da dignidade de todos os seres humanos".
Nesse sentido, ela diz que a intenção de Francisco neste mês é "muito
importante para encorajar a oração pelas vítimas de perseguição, bem como para
defender aqueles que sofrem discriminação por causa da sua fé. Para além disso,
temos de envolver os políticos na defesa dos direitos dos mais
vulneráveis".
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