Esta tarde (16/11), Francisco visitou a Paróquia Santa Maria Mãe da Hospitalidade para se encontrar com 40 párocos da XVII prefeitura da Diocese. Durante aproximadamente uma hora e meia, foram feitas perguntas e respostas sobre temas pastorais: do trabalho à pobreza e aos sacramentos. Antes de retornar ao Vaticano, o Pontífice se encontrou com sete famílias de pobres e migrantes que haviam sofrido despejo e estavam alojadas na "Vila" dentro da paróquia.
Salvatore
Cernuzio - Roma
"Quantos
padres!" Sob chuva leve, depois de cerca de uma hora de viagem em um carro
utilitário, em meio ao trânsito de carros e motocicletas que não sabiam que
estavam abrindo caminho para deixar passar o carro com o Papa a bordo,
Francisco chegou à paróquia romana de Santa Maria Mãe da Hospitalidade pouco
depois das 16 horas da tarde de 16 de novembro.
Uma
paróquia na periferia de Roma, situada na XVII prefeitura, abrangendo as áreas
de Tor Bella Monaca, Torre Angela, Torre Gaia e outros bairros vizinhos. Uma
área extensa, Due Torri - Villa Verde, marcada por situações de pobreza e
marginalização; áreas em que, no entanto, a Igreja é ativa no tecido social,
trabalhando em contato próximo com os habitantes de conjuntos habitacionais e
casas da prefeitura com "notáveis iniciativas de solidariedade e
colaboração".
Um centro de acolhida
Particularmente
em Santa Maria Mãe da Hospitalidade, construída em 1985, a acolhida não está
apenas no nome, mas também no DNA da paróquia. Na área (a chamada
"vila"), localizada em uma grande área verde, longe do centro da
cidade, há de fato um complexo de doze apartamentos onde vivem famílias em
situação de emergência habitacional, tanto italianas quanto estrangeiras. Pessoas
pobres, refugiados ou famílias que sofreram despejo: "Quando perdem suas
casas", explicou o pároco, pe. Rocco Massimiliano Caliandro, ao Papa,
"acolhemos toda a família: mãe, pai, filhos. Normalmente, quando perdem a
casa, eles são separados. Nós os mantemos juntos por um ou dois anos, depois
seguem adiante". No final da visita, o Pontífice cumprimentou algumas
dessas famílias, incluindo refugiados da África e da Ucrânia.
O principal
objetivo da visita do Bispo de Roma, no entanto, foi encontrar os "seus"
sacerdotes, continuando o ciclo de visitas às várias prefeituras, inaugurado
com o encontro na paróquia de Santa Maria da Saúde, em 29 de setembro passado,
no bairro de Primavalle, conhecido nas crônicas pelo assassinato de duas
mulheres: a jovem Michelle Caruso e a enfermeira Rossella Nappini. Naquela
tarde, o Papa dialogou com 35 sacerdotes.
A saudação a um casal que completa 50 anos de matrimônio e a oração
junto ao Santíssimo Sacramento
Hoje, em
Santa Maria Mãe da Hospitalidade, havia pelo menos quarenta sacerdotes,
posicionados em um semicírculo na entrada do grande edifício de cor amarela.
Apresentado pelo bispo auxiliar Riccardo Lamba, o papa apertou a mão de cada um
deles: "Cumprimentei todos vocês?", disse o Papa, distribuindo
terços. Por alguns minutos, o Santo Padre parou no interior da paróquia, onde
Rosario e Anna, um casal que estava comemorando seu 50º aniversário de
casamento, o aguardavam. "Quem foi mais paciente?", perguntou
Francisco. "Eu!", exclamou Anna e o apresentou seu filho, o mais novo
de quatro, pai de um dos oito netos do casal. O Papa também lhes deu um
rosário: "Rezem por mim". Logo em seguida, dirigiu-se à capela do
Santíssimo Sacramento, onde, sentado em uma cadeira de rodas, permaneceu por
alguns instantes em oração, finalmente fazendo o sinal da cruz.
Depois de
um café - "Obrigado, é para não cair no sono", brincou -,
atravessando o pórtico de alvenaria, o Pontífice se dirigiu a uma pequena sala
onde, junto com os sacerdotes, recitou a oração ao Espírito Santo escolhida
para o ano pastoral 2023-2024. Em seguida, conversou com os padres que, por sua
vez, fizeram perguntas. Acomodado em uma escrivaninha, o Papa fez anotações e
respondeu a cada pergunta.
Uma hora e meia de diálogo
Em meio a
piadas, indicações e reflexões, o diálogo durou cerca de uma hora, totalmente
centrado em tópicos pastorais: trabalho, primeira Comunhão, sacramentos,
pobreza, hospitalidade, assistência aos grupos socialmente mais fracos e
evangelização.
Foi
"um diálogo muito aberto, cordial e familiar", conta o bispo Lamba. O
Papa "incentivou todos a continuar com o bom trabalho que já fazem, a
permanecer no meio das pessoas, a propor continuamente o Evangelho, mesmo que
haja dificuldades". O Pontífice disse para continuarmos a ter esse estilo
sinodal nas paróquias, o que implica uma colaboração contínua entre leigos e
sacerdotes".
A anedota da velhinha na Praça São Pedro
O sol já
havia se posto atrás da densa extensão de árvores em frente à paróquia quando o
Papa Bergoglio terminou seu diálogo privado. Uma anedota para selar o encontro
que ocorreu em uma atmosfera de "grande familiaridade", como dizem os
presentes: aquela, já compartilhada em outras ocasiões, da senhora de 87 anos
encontrada na Praça São Pedro no final de uma Audiência Geral, a quem o Papa
pediu que rezasse por ele: "Claro, eu farei isso". "Por favor,
faça isso!" "Sim", respondeu a senhora, conforme relatado pelo
Papa, "eu rezo a favor. Eles estão lá dentro rezando contra", disse a
mulher com um sorriso, apontando para a grande Cúpula da Basílica de São Pedro.
Aplausos e
risos, depois o "obrigado" de todos e também do Papa, que disse aos
sacerdotes: "Obrigado pela paciência de vocês". "Venham quando
quiserem! É claro... não é fácil", exclamou um pároco. O Papa também quis
cumprimentar os presentes um a um. Alguns pediram uma selfie de lembrança,
orações para um membro da família ou pediram que um cartão fosse assinado:
"É para os paroquianos".
Junto com as famílias acolhidas pela paróquia
A última etapa da visita foi o
encontro com as famílias hospedadas na paróquia. Entre elas estavam uma mãe e
um pai com dois filhos que fugiram da guerra na Ucrânia e chegaram a Roma há um
mês. Organizados em um círculo, os convidados receberam o Papa com aplausos.
"Aqui está ele!", exclamou uma menina de origem africana, segurando
em suas mãos uma foto dela com o Papa na Praça São Pedro. "Aqui você era
pequena, agora você é grande", sorriu a mãe. A cena do aperto de mão entre
o Papa, sentado em uma cadeira de rodas, e um asiático de 20 anos, também em
uma cadeira de rodas por causa de suas pernas amputadas, foi comovente. Ao
jovem não foram ditas palavras, apenas um olhar e um sorriso. "Obrigado
pelo acolhimento", acrescentou Francisco. E agradeceu também ao pequeno
grupo de jornalistas que ficou do lado de fora da paróquia esperando o fim da
visita: "Obrigado pelo vosso trabalho!".
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2023-11/papa-visita-a-periferia-de-roma-16-11-2023.html
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