O Papa Francisco rezou o Angelus deste domingo na Praça São Pedro, repleta de fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo, apesar do forte calor europeu. Comentou o episódio evangélico da mulher cananeia.
Silvonei
José - Vatican News
"Quem ama não permanece nas
próprias posições, mas se deixa mover e comover; sabe como mudar seus
programas. O amor é criativo. E nós, cristãos, se quisermos imitar Cristo,
somos convidados à disponibilidade da mudança”. Foi o que disse o Papa
Francisco no Angelus deste domingo na Praça São Pedro, repleta de fiéis e
peregrinos de todas as partes do mundo, apesar do forte calor europeu. Na sua
alocução comentou o episódio evangélico da mulher cananeia.
Como faz
bem em nossos relacionamentos, - disse Francisco - mas também na vida de fé,
ser dócil, realmente ouvir, ser carinhoso em nome da compaixão e do bem dos
outros, como Jesus fez com a mulher cananeia. “A docilidade para mudar".
A esse
respeito, o Pontífice enfatizou: "aqui está a concretude da fé,
que não é uma etiqueta religiosa, mas um relacionamento pessoal com o Senhor.
Quantas vezes caímos na tentação de confundir a fé com uma etiqueta. A fé da
mulher cananeia não é feita de etiqueta teológica, mas de insistência; não de
palavras, mas de oração. E Deus não resiste quando se reza a ele".
Vemos que
Jesus muda sua atitude, - disse o Papa - e o que o faz mudar é a força da fé da
mulher. Francisco se detém então brevemente em dois aspectos: a mudança
de Jesus e a fé da mulher.
A mudança
de Jesus. Ele estava dirigindo sua pregação ao povo eleito; depois, o
Espírito Santo levaria a Igreja até os confins da terra. Mas aqui, poderíamos
dizer, ocorre uma antecipação, pela qual, no episódio da mulher cananeia, a
universalidade da obra de Deus já se manifesta.
E nós,
cristãos, se quisermos imitar Cristo, somos convidados a estar prontos para a
mudança.
Vejamos
então a fé da mulher, que o Senhor elogia, dizendo que é
"grande". Para os discípulos, apenas a insistência dela parece
grande; em vez disso, Jesus vê a fé. Se pensarmos bem, - disse ainda o
Papa - aquela mulher estrangeira provavelmente sabia pouco, ou quase nada, sobre
as leis e os preceitos religiosos de Israel. Em que, então, consiste a sua fé?
Ela não é rica de conceitos, mas de fatos: a mulher cananeia se
aproxima, prostra-se, insiste, mantém um diálogo íntimo com Jesus, supera todos
os obstáculos para falar com ele.
"À
luz de tudo isso, podemos nos fazer algumas perguntas", acrescentou
Francisco. Começando com a mudança de Jesus: sou capaz de mudar opinião? Sou
capaz de ser compreensivo e compassivo ou permaneço rígido em minhas posições?
E a partir da fé da mulher, disse ainda o Papa: como está a minha fé? Ela se
limita a conceitos e palavras, ou é realmente vivida, com a oração e as ações?
Sei dialogar com o Senhor, insistir com Ele, ou me contento em recitar alguma
fórmula bonita?".
“Que Nossa
Senhora nos torne disponíveis ao bem e concretos na fé", finalizou o
Papa.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2023-08/papa-quem-ama-sabe-mudar-deixa-mover-comove-angelus.html
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