2
DE ABRIL DE 2023
DOMINGO
DE RAMOS DA
PAIXÃO
DO SENHOR
Cor: Roxo
1ª Leitura - Is
50,4-7
Leitura do Livro do Profeta Isaías 50,4-7
4O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer
palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta
cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. 5O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe
resisti nem voltei atrás. 6Ofereci as costas para me
baterem e as faces para me arrancarem a barba; não
desviei o rosto de bofetões e cusparadas. 7Mas o
Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me
deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra,
porque sei que não sairei humilhado. Palavra do
Senhor.
Reflexão
- O Servo sofredor!
O profeta Isaias nos apresenta hoje a figura do servo sofredor que é sensível
aos apelos de Deus e conformado à Sua vontade. Assim, pois, o Servo Sofredor é
a prefiguração de Jesus, o modelo de servo que soube dizer palavras de conforto
à pessoa abatida, que foi obediente oferecendo-se como vítima expiatória pelos
pecados da humanidade. Cada homem e
cada mulher que se propõem a seguir Jesus devem ter entendimento e trazer para
si estas palavras: “O Senhor deu-me uma
língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida
“; “Ele me excita o ouvido para prestar atenção como um
discípulo”. Servo é aquele (a) que se compromete livremente com um
serviço desinteressado e abnegado, deixando-se reger por alguém que o comanda.
O servo que é fiel ao projeto de Deus está sempre atento às orientações e
ensinamentos do Senhor como um discípulo atencioso. Jesus é o Servo e, ao mesmo tempo é o Mestre. Por isso, nós, os seus
discípulos, precisamos, como Ele, ter os ouvidos bem abertos para não resistir
ao Seu chamado, apesar de todas as nossas dificuldades. O
Senhor Deus é o nosso condutor, mas também é o nosso auxiliador e não nos deixa
desanimar. Ele mesmo é quem nos
conduz e, até enfrentando a fúria e a rebeldia dos inimigos nós podemos
permanecer firmes e não desanimar. Jesus abriu o caminho para nós, como servo
sofredor, por isso, todos nós que nos colocamos como servos e servas
precisamos nos pôr à disposição do Espírito Santo que é quem nos inspira e
conduz por meio das pessoas, dos fatos e dos acontecimentos. Somos servos (as)
de Deus quando prestamos serviço ao nosso próximo, por amor, não desviando o
rosto, nem procurando nos esquivar dos encargos e compromissos confiando em que
o Senhor Deus é o nosso auxiliador e não sairemos humilhados (as). - Você tem sido servo (a) de alguém? – Você
tem se deixado guiar por alguém? – Você tem enfrentado dificuldades no seu
serviço ao próximo? – Quem o (a) tem auxiliado? – Com quem você tem contado nas
horas difíceis? - Você tem tido medo de enfrentar os desafios da sua vida? – Você tem
ajudado a alguém, encorajando-o a enfrentar as suas dificuldades?
Salmo - Sl
21,8-9.17-18a.19-20.23-24 (R.2a)
R. Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
8Riem de mim todos aqueles que me vêem,*
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
9'Ao Senhor se confiou, ele o liberte*
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!'R.
17Cães numerosos me rodeiam furiosos,*
e por um bando de malvados fui cercado.
Transpassaram minhas mãos e os meus pés
18e eu posso contar todos os meus ossos.*
Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam! R.
19Eles repartem entre si as minhas vestes*
e sorteiam entre si a minha túnica.
20Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,*
ó minha força, vinde logo em meu socorro! R.
23Anunciarei o vosso nome a meus irmãos*
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
24Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores,
glorificai-o, descendentes de Jacó,*
e respeitai-o toda a raça de Israel!R.
Reflexão - Na liturgia
de hoje nós acompanhamos os passos de Jesus na caminhada para o calvário. O
salmista antecipa tudo o que Jesus iria passar durante o Seu martírio até o
momento em que Ele se sentiu abandonado pelo próprio Deus. Isso nos leva a pensar
nos momentos em que nós também nos sentimos sem ninguém, vivendo a nossa dor,
solitários no meio da multidão ao nosso redor. São momentos em que precisamos
enfrentar o deserto tão necessário para o nosso crescimento. Mesmo assim, como
Jesus, nós ainda temos força para dizer: “anunciarei
o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos!” O
Pai que sofre conosco mesmo sem percebermos, alegrar-se-á conosco com o nosso
louvor.
2ª. Leitura - Fl 2,6-11
Leitura
da Carta de São Paulo aos Filipenses 2,6-11
6Jesus Cristo,
existindo em condição divina, não fez do ser igual
a Deus uma usurpação, 7mas ele esvaziou-se a si
mesmo, assumindo a condição de escravo e
tornando-se igual aos homens.
Encontrado com aspecto humano, 8humilhou-se a si mesmo,
fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. 10Assim, ao nome de Jesus, todo joelho
se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, 11e
toda língua proclame: 'Jesus Cristo é o Senhor', para
a glória de Deus Pai. Palavra do Senhor.
Reflexão
– O nosso modelo é Jesus!
São Paulo recorda para nós a vivência
de Jesus como homem, aqui na terra, e nos motiva a meditar como tem sido a
nossa própria experiência de vida. “Ele
esvaziou-se e humilhou-se a si mesmo,
fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz.” Mesmo sendo Deus, Jesus Cristo não se
prevalecia desta condição e agia livremente, como qualquer homem, assumindo até
a condição de escravo, sujeitando-se aos homens. Fazendo um paralelo com a nossa vida chegamos
à conclusão de que Jesus fez exatamente o contrário do que nós sempre
costumamos fazer. Na nossa condição humana nós nos prevalecemos da posição
social ou de qualquer outra justificativa para sermos privilegiados e não
precisarmos passar por alguma situação de humilhação! Nas ocasiões em que enfrentamos algum
processo, queremos sempre ser considerados, adulados, admirados e, na maioria
das vezes, cheios de orgulho, queremos prevalecer porque somos pessoas
importantes! O nosso primeiro impulso é
de continuamente querer mostrar quem somos nós, o nosso status, poder, situação
financeira, contanto que nos livremos da obediência ao tributo que nos é
imposto. Com Jesus Cristo, o Senhor, aconteceu exatamente o oposto: “Mesmo sendo
de condição divina, Ele não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a
condição de escravo e assemelhando-se aos homens”. Por isso, Deus o exaltou acima de tudo,
dando-lhe o Nome diante do qual todos nós devemos nos ajoelhar. Portanto, hoje,
nós devemos tomar consciência da nossa condição humana imperfeita e, assim,
seguindo o exemplo de Jesus, também diante de Deus nos humilhar. Assim fazendo,
com certeza, também seremos exaltados e acolhidos na vida eterna. – Como você costuma agir quando tem que
enfrentar alguma situação constrangedora? – Você acha que a recompensa de ser exaltado mais adiante, compensa a
vergonha de hoje ser humilhado? – Como você age quando passa por alguma
situação humilhante no trânsito, nas repartições, nas filas de bancos, etc.?
Evangelho - Mt 26,14-27,66
+ Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo Mateus 26,14-27,66
Naquele tempo: 14Um dos doze
discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter com
os sumos sacerdotes 15e disse: 'O que me dareis se
vos entregar Jesus?' Combinaram, então, trinta
moedas de prata. 16E daí em diante, Judas procurava
uma oportunidade
para entregar Jesus. Onde queres que façamos os
preparativos para comer a Páscoa? 17No primeiro dia
da festa dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se
de Jesus e perguntaram: 'Onde queres que façamos os preparativos para comer a
Páscoa?' 18Jesus respondeu: 'Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe:
'O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou
celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos'.' 19Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa.
20Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos.
21Enquanto comiam, Jesus disse: 'Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair.' 22Eles ficaram muito tristes e, um por
um, começaram a lhe perguntar: 'Senhor, será que sou eu?' 23Jesus respondeu: 'Quem vai me trair
é aquele que comigo põe a mão no prato. 24O Filho do
Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a
respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem!
Seria melhor que nunca tivesse nascido!' 25Então Judas, o traidor, perguntou: 'Mestre,
serei eu?' Jesus lhe respondeu: 'Tu o dizes.'
26Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o, distribuiu-o aos
discípulos, e disse: 'Tomai e comei, isto é o meu corpo.' 27Em seguida, tomou um cálice, deu
graças e entregou-lhes, dizendo: 'Bebei dele todos. 28Pois isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados. 29Eu vos digo: de hoje em diante não
beberei deste fruto da videira, até ao dia em que, convosco, beberei o vinho
novo no Reino do meu Pai.' 30Depois de terem cantado
salmos, foram para o monte das Oliveiras.
31Então Jesus disse aos discípulos: 'Esta noite, vós ficareis decepcionados por minha causa. Pois
assim diz a Escritura: 'Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho se
dispersarão.' 32Mas, depois de ressuscitar,
eu irei à vossa frente para a Galiléia.' 33Disse Pedro a Jesus:
'Ainda que todos fiquem decepcionados por tua causa, eu
jamais ficarei.' 34Jesus lhe declarou: 'Em verdade eu te digo, que, esta noite, antes que o galo
cante, tu me negarás três vezes.'
35Pedro respondeu: 'Ainda que
eu tenha de morrer contigo,
mesmo assim não te negarei.' E todos os discípulos
disseram a mesma coisa. Começou a ficar triste e angustiado.
36Então Jesus foi com eles a um lugar chamado Getsêmani,
e disse: 'Sentai-vos aqui, enquanto eu vou até ali para
rezar!'
37Jesus levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu,
e começou a ficar triste e angustiado. 38Então Jesus lhes disse:
'Minha alma está triste até á morte. Ficai aqui e vigiai
comigo!'
39Jesus foi um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto por terra e rezou: 'Meu Pai, se é
possível, afaste-se de mim este cálice. Contudo, não seja feito como eu quero,
mas sim como tu queres.' 40Voltando para junto dos
discípulos, Jesus encontrou-os dormindo, e disse a
Pedro: 'Vós não fostes capazes de fazer uma hora de vigília comigo? 41Vigiai e rezai, para não cairdes em tentação; pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.' 42Jesus se afastou pela segunda vez e rezou: 'Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que eu o beba,
seja feita a tua vontade!' 43Ele voltou de novo e
encontrou os discípulos dormindo, porque seus
olhos estavam pesados de sono. 44Deixando-os, Jesus
afastou-se e rezou pela terceira vez, repetindo as
mesmas palavras. 45Então voltou para junto dos
discípulos e disse: 'Agora podeis dormir e
descansar. Eis que chegou a hora e o Filho do Homem é entregue nas mãos dos
pecadores. 46Levantai-vos! Vamos! Aquele que me vai trair, já está chegando.' Lançaram as mãos sobre Jesus e o prenderam. 47Jesus ainda falava, quando veio Judas, um dos Doze, com uma grande multidão armada de espadas e paus.
Vinham a mandado dos sumos sacerdotes e dos anciãos do
povo.
48O traidor tinha combinado com eles um sinal, dizendo: 'Jesus é aquele que eu beijar; prendei-o!' 49Judas, logo se aproximou de Jesus, dizendo: 'Salve, Mestre!' E beijou-o. 50Jesus
lhe disse:
'Amigo, a que vieste?' Então os outros avançaram lançaram
as mãos sobre Jesus e o prenderam. 51Nesse momento,
um dos que estavam com Jesus estendeu a mão, puxou
a espada,
e feriu o servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha.
52Jesus, porém, lhe disse: 'Guarda
a espada na bainha!
pois todos os que usam a espada pela espada morrerão.
53Ou pensas que eu não poderia recorrer ao meu Pai
e ele me mandaria logo mais de doze legiões de anjos?
54Então, como se cumpririam as Escrituras, que dizem que isso deve acontecer? 55E, naquela hora, Jesus disse à multidão: 'Vós viestes com
espadas e paus para me prender, como se eu fosse um assaltante. Todos os dias,
no Templo, eu me sentava para ensinar,
e vós não me prendestes.' 56Porém,
tudo isto aconteceu
para se cumprir o que os profetas escreveram. Então todos
os discípulos, abandonando Jesus, fugiram. 57Aqueles
que prenderam Jesus levaram-no à casa do Sumo Sacerdote Caifás, onde estavam
reunidos os mestres da Lei e os anciãos. 58Pedro
seguiu Jesus de longe até o pátio interno da casa
do Sumo Sacerdote. Entrou e sentou-se com os guardas para ver como terminaria
tudo aquilo.
59Ora, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um falso testemunho contra Jesus, a fim de
condená-lo à morte. 60E nada encontraram, embora se apresentassem muitas falsas testemunhas. Por fim, vieram duas
testemunhas, 61que afirmaram: 'Este homem declarou: 'posso destruir o Templo de Deus e construí-lo de novo em três
dias'.' 62Então o Sumo Sacerdote levantou-se e perguntou a Jesus: 'Nada tens a responder
ao que estes testemunham contra ti?' 63Jesus, porém, continuava calado. E o
Sumo Sacerdote lhe disse: 'Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és
o Messias, o Filho de Deus.' 64Jesus respondeu: 'Tu
o dizes. Além disso, eu vos digo que de agora em
diante vereis o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso, vindo sobre
as nuvens do céu.' 65Então o sumo sacerdote rasgou
suas vestes e disse: 'Blasfemou! Que necessidade
temos ainda de testemunhas? Pois agora mesmo vós ouvistes a blasfêmia. 66Que vos parece?' Responderam: 'É réu de morte!'
67Então cuspiram no rosto de Jesus e o esbofetearam. Outros lhe deram bordoadas, 68dizendo:
'Faze-nos uma profecia, Cristo,
quem foi que te bateu?' 69Pedro
estava sentado fora, no pátio.
Uma criada chegou perto dele e disse: 'Tu também estavas
com Jesus, o Galileu!' 70Mas ele negou diante de
todos: 'Não sei o que tu estás dizendo'. 71E saiu para a entrada do pátio. Então
uma outra criada viu Pedro e disse aos que estavam ali: 'Este também estava com
Jesus, o Nazareno.' 72Pedro negou outra vez,
jurando:
'Nem conheço esse homem!' 73Pouco
depois, os que estavam ali
aproximaram-se de Pedro e disseram: 'É claro que tu
também és um deles, pois o teu modo de falar te denuncia.' 74Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo que não conhecia esse homem!'
E nesse instante o galo cantou. 75Pedro se lembrou do que Jesus tinha dito: 'Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.' E saindo
dali, chorou amargamente. 27,1De manhã cedo, todos os sumos sacerdotes e os anciãos do povo convocaram um
conselho contra Jesus, para condená-lo à morte. 2Eles
o amarraram, levaram-no e o entregaram a Pilatos,
o governador. 3Então Judas, o traidor, ao ver que Jesus fora condenado, ficou arrependido e foi
devolver as trinta moedas de prata aos sumos sacerdotes e aos anciãos, 4dizendo: 'Pequei, entregando à morte
um homem inocente.' Eles responderam: 'O que temos nós com isso? O problema é
teu.' 5Judas jogou as moedas no santuário, saiu e foi se enforcar. 6Recolhendo
as moedas, os sumos sacerdotes disseram: 'É contra
a Lei colocá-las no tesouro do Templo,
porque é preço de sangue.' 7Então
discutiram em conselho
e compraram com elas o Campo do Oleiro, para aí fazer o
cemitério dos estrangeiros. 8É por isso que aquele
campo até hoje
é chamado de 'Campo de Sangue'. 9Assim se cumpriu o que tinha dito o profeta Jeremias: 'Eles pegaram as trinta moedas de prata
- preço do Precioso, preço com que os filhos de Israel o
avaliaram -10e as deram em troca do Campo do Oleiro,
conforme o Senhor me ordenou!' 11Jesus foi posto diante do governador, e este o interrogou: 'Tu és o rei dos judeus?' Jesus declarou:
'É como dizes',
12e nada respondeu, quando foi acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos. 13Então
Pilatos perguntou: 'Não estás ouvindo de quanta
coisa eles te acusam?' 14Mas Jesus não respondeu uma
só palavra,
e o governador ficou muito impressionado. 15Na festa da Páscoa,
o governador costumava soltar o prisioneiro que a
multidão quisesse. 16Naquela ocasião, tinham um
prisioneiro famoso,
chamado Barrabás. 17Então
Pilatos perguntou à multidão reunida:
'Quem vós quereis que eu solte: Barrabás, ou Jesus, a
quem chamam de Cristo?' 18Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja. 19Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal,
sua mulher mandou dizer a ele: 'Não te envolvas com esse
justo! porque esta noite, em sonho, sofri muito por causa dele.' 20Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás e que
fizessem Jesus morrer. 21O governador tornou a
perguntar: 'Qual dos dois quereis que eu solte?'
Eles gritaram: 'Barrabás.' 22Pilatos perguntou: 'Que
farei com Jesus, que chamam de Cristo?' Todos
gritaram: 'Seja crucificado!' 23Pilatos falou: 'Mas,
que mal ele fez?' Eles, porém, gritaram com mais
força: 'Seja crucificado!' 24Pilatos viu que nada
conseguia e que poderia haver uma revolta. Então
mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse: 'Eu não sou
responsável pelo sangue deste homem. Este é um problema vosso!'
25O povo todo respondeu: 'Que
o sangue dele caia sobre nós
e sobre os nossos filhos'. 26Então
Pilatos soltou Barrabás,
mandou flagelar Jesus, e entregou-o para ser crucificado.
27Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador, e reuniram toda a tropa
em volta dele. 28Tiraram sua roupa e o vestiram com
um manto vermelho; 29depois teceram uma coroa de
espinhos, puseram a coroa em sua cabeça, e uma
vara em sua mão direita. Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram,
dizendo:'Salve, rei dos judeus!' 30Cuspiram nele
e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça. 31Depois de zombar dele, tiraram-lhe o
manto vermelho e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas. Daí o levaram
para crucificar. Com ele também crucificaram dois ladrões. 32Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus. 33E chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer 'lugar da caveira'. 34Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber. Ele provou, mas não quis beber. 35Depois
de o crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo
entre si as suas vestes. 36E ficaram ali sentados,
montando guarda. 37Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação: 'Este é Jesus, o Rei dos
Judeus.' 38Com ele também crucificaram dois ladrões,
um à direita e outro à esquerda de Jesus. 39As pessoas que
passavam por ali o insultavam,
balançando a cabeça e dizendo: 40'Tu que ias destruir o Templo
e construí-lo de novo em três dias, salva-te a ti mesmo!
Se és o Filho de Deus, desce da cruz!' 41Do mesmo
modo, os sumos sacerdotes, junto com os mestres da
Lei e os anciãos, também zombaram de Jesus: 42'A
outros salvou... a si mesmo não pode salvar! É Rei
de Israel... Desça agora da cruz! e acreditaremos nele. 43Confiou em Deus; que o livre agora, se
é que Deus o ama!
Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus.' 44Do mesmo modo, também os dois ladrões que foram crucificados com Jesus, o insultavam. 45Desde o meio-dia até às três horas da tarde,
houve escuridão sobre toda a terra. 46Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito: 'Eli, Eli, lamá sabactâni?', que quer dizer: 'Meu Deus, meu
Deus, por que me abandonaste?' 47Alguns dos que ali
estavam, ouvindo-o, disseram: 'Ele está chamando
Elias!' 48E logo um deles, correndo, pegou uma
esponja, ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta
de uma vara, e lhe deu para beber.
49Outros, porém, disseram: 'Deixa,
vamos ver se Elias vem salvá-lo!' 50Então Jesus deu
outra vez um forte grito e entregou o espírito.
Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.
51E eis que a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a terra tremeu e as
pedras se partiram. 52Os túmulos se abriram e muito corpos dos santos falecidos ressuscitaram!
53Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus,
apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas
pessoas.
54O oficial e os soldados que
estavam com ele guardando Jesus,
ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido,
ficaram com muito medo e disseram: 'Ele era mesmo Filho de Deus!' 55Grande número de mulheres estava alí, olhando de longe. Elas haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia, prestando-lhe
serviços.
56Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu 57Ao entardecer, veio um homem rico de
Arimatéia, chamado José, que também se tornara discípulo de Jesus. 58Ele foi procurar Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que lhe entregassem o corpo. 59José, tomando o corpo, envolveu-o
num lençol limpo, 60e o colocou em um túmulo novo, que havia mandado escavar na rocha. Em seguida, rolou uma
grande pedra para fechar a entrada do túmulo, e retirou-se. 61Maria Madalena e a outra Maria estavam
ali sentadas, diante do sepulcro. 62No dia seguinte, como era o dia
depois da preparação para o sábado, os sumos sacerdotes e os fariseus foram ter
com Pilatos, 63e disseram: 'Senhor, nós nos
lembramos de que quando este impostor ainda estava
vivo, disse:
'Depois de três dias eu ressuscitarei!' 64Portanto, manda guardar o sepulcro até ao terceiro dia, para não acontecer que os discípulos venham roubar o corpo e
digam ao povo: 'Ele ressuscitou dos mortos!' pois essa última impostura seria
pior do que a primeira.'
65Pilatos respondeu: 'Tendes uma guarda. Ide e guardai o sepulcro como melhor vos parecer.' 66Então eles foram reforçar a segurança do sepulcro: lacraram a pedra e montaram guarda.
Palavra da Salvação
Reflexão
– Somos nós os culpados!
A Liturgia do Domingo de Ramos nos prepara para a Semana Santa e nos dá a oportunidade de relembrar a história da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando meditamos sobre estes momentos nós contemplamos a história da nossa salvação e podemos mensurar o grande Amor de Deus por cada um de nós. O Relato da Paixão e Morte de N. S. Jesus Cristo nos leva a conscientizarmo-nos do objetivo do sacrifício de Jesus que foi o de nos libertar da morte eterna a que estávamos destinados por causa do nosso pecado. De alguma forma somos coniventes com tudo o que aconteceu, portanto, somos nós os culpados. Temos de admitir que ao mesmo tempo em que somos protagonistas da dor de Jesus não podemos nos isentar da culpa que O crucificou. Façamos, portanto, uma leitura atenciosa do longo trecho do Evangelho de hoje e revivamos com Jesus os momentos da Sua Paixão e Morte. Os acontecimentos que antecederam a Paixão de Jesus, a Sua entrega no Getsêmani, quando sofreu a grande agonia e se rendeu à vontade do Pai. Contemplando a dor de Jesus e de Sua Mãe Maria nós podemos nos colocar diante da Sua Cruz e oferecer também a Ele as nossas dificuldades, nossas dores, nossas inquietações. O sofrimento que é colocado na Cruz de Jesus torna-se redentor e nos leva a experimentar a libertação e o consolo. Apesar da nossa falta de entendimento, podemos experimentar, simplesmente, a alegria de sofrer por amor a Ele. A Ele podemos dizer apenas: “Senhor, eu não entendo nada, mesmo assim confio em Vós!”
– Você já sabia que somos culpados pela Paixão e Morte de Jesus?
- Qual o sentimento que se apossa do seu coração quando reflete sobre a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo?
- Anote no seu caderno de oração!
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
Nenhum comentário:
Postar um comentário