Encontrando-se
com os redatores do programa televisivo da Rai, o Pontífice afirmou que "é
preciso 'globalizar' a solidariedade, não a indiferença". "Anunciar o
Evangelho significa testemunhar com a nossa vida que existe um Deus de misericórdia
que nos espera e que nos precede". "Com seu trabalho específico vocês
podem contribuir muito nesse sentido", disse o Papa.
Manoel Tavares - Vatican News
O Santo Padre recebeu na manhã deste sábado, 4, no
Vaticano, os membros da transmissão televisiva italiana “A sua imagine” (“À Sua
Imagem"), apresentada por Lorena Bianchetti, composta por autores,
editores, técnicos e colaboradores no programa.
Em sua saudação aos presentes, o Papa disse que,
muitas vezes, também assiste a este transmissão, pelo menos em parte, que nasceu
graças à colaboração da Conferência Episcopal Italiana com a RAI (Rádio e
Televisão Italiana). Infelizmente, o horário dominical deste programa coincide,
com a oração do Angelus, na Praça de São Pedro. Por isso, antes de se dirigir à
janela da Residência Apostólica, Francisco acompanha a transmissão, por alguns
minutos, e, algumas vezes, até cita, na sua alocução, certos aspectos que mais
lhe impressionam.
Criados à imagem de Deus
A seguir, o Papa passou a parabenizar quem, há
vinte e seis anos, escolheu o nome para esta transmissão televisiva: "À
Sua Imagem". E ao explicar estas palavras bíblicas do Gênesis (Gn 1,26),
que fala da criação Deus, explicou:
"Façamos o homem à nossa imagem e
semelhança". Somos criados à imagem de Deus! Mas, não devemos nos acostumar
com esta expressão, pois ela não deve deixar de nos surpreender: Deus acendeu,
de maneira única, em cada ser humano, uma centelha da sua luz. Por isso, o
título deste programa faz referência a uma relação única: À Sua Imagem”!
Assim, Francisco exortou que estas palavras não se
tornem "palavras ao vento" ou sejam apenas um título televisivo. É
importante apreciar seu significado para poder comunicá-la. No entanto, a
mudança de época, em que vivemos, demonstra a perda de consciência, por parte
de muitos, de “ser filhos de Deus, criados à sua imagem”: nesta imagem
encontra-se a origem e o fundamento da irredutível dignidade humana; origem e
fundamento de sermos todos irmãos, porque somos filhos do único Pai.
Dar voz aos que sofrem
Coerente com esta visão, o Papa destacou os
diversos aspectos e temas abordados por este programa: apresenta rostos e
histórias de homens e mulheres do nosso tempo; dá voz aos mais fracos e
aos que sofrem; fala de quem vive o Evangelho nas periferias da Itália e do
mundo; trata de situações e lugares, que, muitas vezes, fogem da opinião
pública. E o Papa continuou:
“Através de seus convidados e vídeos, todos os
domingos, vocês apresentam, com delicadeza e sem exageros, as muitas
experiências de serviço e vida. Vocês lembram que há jovens capazes de se
comprometer e se doar pelos outros; mostram os dramas da humanidade, por meio
de histórias que permitem manter viva a esperança e a beleza do Evangelho
vivido na prática”.
O Santo Padre concluiu seu pronunciamento aos
membros do programa televisivo “A sua Imagem” encorajo-os a continuar o seu
trabalho, dando ênfase à globalização da solidariedade e não à indiferença.
Anunciar o Evangelho significa dar testemunho, com a nossa vida, de que existe
um Deus misericordioso, que nos espera e nos precede, que nos quis e que nos
ama.
Por
fim, Francisco disse aos presentes: “Com este trabalho específico, vocês podem
contribuir muito, dando ressonância aos apelos que dirijo, após a oração do
Angelus, aos irmãos e irmãs, em condições de grave dificuldade. Vocês ajudam o
telespectador a não esquecer tudo isso, permanecendo ao lado deles na oração,
na ajuda concreta e no compromisso diário”.
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