“Dar voz ao sofrimento não ouvido dos doentes que ficam sozinhos, sem apoio financeiro e moral, facilmente expostos ao desespero e à perda da fé. Acolhamos o grito daquele que sofre e façamos com que seja ouvido”. Este foi o apelo do Papa no encontro com expoentes da área Médica do Setor da Pastoral da Saúde da Diocese de Roma, nesta quinta-feira, 9 de fevereiro
Jane Nogara - Vatican News
Na manhã desta quinta-feira (09) o Papa Francisco
recebeu no Vaticano expoentes da área Médica do Setor da Pastoral da Saúde da
Diocese de Roma. Francisco iniciou recordando que nos encontramos no
contexto do Dia Mundial do Doente celebrado em 11 de fevereiro. Disse em
seguida que neste ano, no contexto do percurso sinodal, tem como tema o lema do
Evangelho de Lucas: "Cuida dele" (Lc 10,35). Estas são as palavras
que, no Evangelho de Lucas, o Bom Samaritano dirige ao estalajadeiro, a quem
confia o homem ferido que resgatou. Depois de explicar que tanto o homem
agredido quanto o samaritano, carregam feridas: o primeiro das violências e o
segundo do desprezo por ser um estrangeiro não desejado. E afirma: “Ainda
assim”, diz o Papa, “graças à sensibilidade dos que sofrem pelos que sofrem,
nasceu uma história de solidariedade e de esperança que derruba os muros do
isolamento e do medo”.
E dirigindo-se aos presentes diz:
“O
trabalho de vocês, queridos amigos, nasceu graças a esta dinâmica: de ter sido
capaz de transformar a experiência do sofrimento em proximidade à dor dos
outros”
Afirmando ainda que gostaria de salientar, à luz da
Palavra de Deus, três atitudes importantes deste caminho: primeiro, estar
perto dos que sofrem; segundo, dar voz ao sofrimento não ouvido;
terceiro, tornar-se um fermento de caridade.
Perto dos que sofrem
“Recordemos antes de tudo”, disse o Pontífice, “o quanto
é importante estar perto daqueles que sofrem, oferecendo escuta, amor e
aceitação. Mas para fazer isso, devemos aprender a ver, na dor de nosso irmão,
um ‘sinal de precedência’, que no fundo de nossos corações nos obriga a parar e
não nos permite ir adiante”. Explicando em seguida:
“Esta
é uma sensibilidade que aumenta quanto mais nos permitimos estar envolvidos no
encontro com aqueles que sofrem”
Dar voz ao sofrimento não ouvido
“É importante”, confirma o Papa, “dar voz ao
sofrimento não ouvido dos doentes que ficam sozinhos, sem apoio financeiro e
moral, facilmente expostos ao desespero e à perda da fé, como pode acontecer
com os que sofrem de fibromialgia e dor crônica”.
“Acolhamos
o grito dos que sofrem e façamos com que seja ouvido”
Fermento de caridade
Ao falar sobre a terceira atitude, tornar-se
um fermento de caridade Francisco disse que isso pode
significar “fazer redes”. “De que forma?”, e sua resposta é “simplesmente
compartilhando um estilo de gratuidade e reciprocidade, porque somos todos
necessitados e todos podemos dar e receber algo, mesmo que seja apenas um
sorriso. E isso faz crescer ao nosso redor uma 'rede' que não captura, mas
liberta, uma rede feita de mãos que se apertam, braços que trabalham juntos,
corações que se unem em oração e compaixão".
“Formar
rede é trabalhar em conjunto como membros de um só corpo. O sofrimento de um
torna-se o sofrimento de todos, e a contribuição de cada um é recebida por
todos como uma bênção”
Para concluir o encontro o Papa dirigiu-se
especialmente aos irmãos e irmãs doentes:
“Foi
seu sofrimento vivido com fé que nos reuniu aqui hoje, para compartilhar este
importante momento. Na fragilidade, vocês estão próximos do coração de Deus.
Por isto peço suas orações, para que aumente entre nós a proximidade com os que
sofrem e o compromisso concreto na caridade, e para que nenhum grito de dor
fique sem ser ouvido”.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2023-02/papa-francisco-pastoral-da-saude-da-diocese-de-roma.html
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