O amor verdadeiro nunca é até um certo ponto e nunca se dá por satisfeito; o amor vai além, não pode passar sem ele. O Senhor nos mostrou isto dando sua vida na cruz e perdoando seus assassinos. E ele nos confiou o mandamento que lhe é mais caro: que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou. Este é o amor que dá cumprimento à Lei, à fé, à vida! Disse o Papa Francisco no Angelus este VI Domingo do Tempo Comum
Raimundo
de Lima - Vatican News
O Papa rezou a oração do Angelus ao meio-dia deste VI Domingo do
Tempo Comum, com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Na alocução
que precedeu a oração mariana o Santo Padre ateve-se ao Evangelho do dia.
No
Evangelho da liturgia de hoje Jesus diz: "Não penseis que vim para abolir
a Lei ou os Profetas; não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno
cumprimento". Dar
cumprimento: esta é uma palavra-chave para entender Jesus e sua mensagem. O
que isso significa? Para explicar isso, disse Francisco, o Senhor começa por
dizer o que não é
cumprimento. A Escritura diz "não matarás", mas para Jesus isto não é
suficiente se depois se ferem os irmãos com as palavras; a Escritura diz
"não cometerás adultério", mas isto não é suficiente se depois se
vive um amor manchado por duplicidade e falsidade; a Escritura diz "não
jurarás falsamente", mas não é suficiente fazer um juramento solene se
depois se age com hipocrisia. Assim, não há cumprimento, observou o Santo
Padre.
Gratuidade
do amor de Deus, que nos ama por primeiro
Para
nos dar um exemplo concreto, Jesus se concentra no "rito da
oferenda". Ao fazer uma oferenda a Deus, se retribuía a gratuidade de seus
dons; era um rito muito importante, tanto que era proibido interrompê-lo,
exceto por motivos graves. Mas Jesus afirma que é preciso interrompê-lo se um
irmão tem algo contra nós, a fim de ir primeiro reconciliar-se com ele: só
então o rito se cumpre.
A mensagem é clara, acrescentou:
Deus nos ama
primeiro, gratuitamente, dando o primeiro passo em direção a nós sem que o
mereçamos; e então não podemos celebrar seu amor sem, por nossa vez, dar o
primeiro passo para nos reconciliarmos com quem nos feriu. Assim, há
cumprimento aos olhos de Deus, caso contrário, a observância externa, puramente
ritual, é inútil. Em outras palavras, Jesus nos faz compreender que as normas
religiosas são úteis, são boas, mas são apenas o começo: para dar-lhes
cumprimento, é necessário ir além da letra e viver seu significado. Os
mandamentos que Deus nos deu não devem ser trancafiados nos cofres asfixiantes
da observância formal, caso contrário, permanecemos em uma religiosidade
exterior e distante, servos de um "deus patrão" e não filhos de Deus
Pai.
O
Pontífice ressaltou que este problema não existia apenas no tempo de Jesus, ele
também está presente hoje.
O amor
de Deus por nós, sem limites
Às vezes, por
exemplo, ouvimos: "Padre, eu não matei, não roubei, não fiz mal a
ninguém... ", como se dissesse: "Eu estou bem". Aí está a
observância formal, que se contenta com o mínimo indispensável, enquanto Jesus
nos convida ao máximo possível. Lembremo-nos: Deus não raciocina por cálculos e
tabelas; Ele nos ama como um enamorado: não ao mínimo, mas ao máximo! Ele não
nos diz: "Eu te amo até um certo ponto". Não, o amor verdadeiro nunca
é até um certo ponto e nunca se dá por satisfeito; o amor vai além, não pode
passar sem ele. O Senhor nos mostrou isto dando sua vida na cruz e perdoando
seus assassinos. E ele nos confiou o mandamento que lhe é mais caro: que nos
amemos uns aos outros como Ele nos amou. Este é o amor que dá cumprimento à
Lei, à fé, à vida!
A
Virgem Maria nos ajude a cumprir nossa fé e nossa caridade
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