Ao
falar sobre a primeira das Bem-aventuranças “os pobres em espírito”, Francisco
recordou que “eles conservam o que recebem; por isso, desejam que nenhum dom
seja desperdiçado”, apontando três desafios contra a mentalidade do desperdício
Jane Nogara - Vatican News
Neste
IV Domingo do Tempo Comum, (29/01) o Papa Francisco na oração do Angelus falou
sobre as Bem-aventuranças segundo o Evangelho de Mateus. "Bem-aventurados
os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus" (v.
3). Francisco quis esclarecer “quem são os pobres em espírito” explicando
que são aqueles que sabem que não são suficientes por si mesmos, que não são
auto-suficientes e vivem como "mendigos de Deus": “sentem necessidade
de Deus e reconhecem que o bem vem d’Ele, como um dom, como uma graça”. E
depois de observar que os pobres em espírito conservam o que recebem; afirma
"por isso, desejam que nenhum dom seja desperdiçado. Disse que
hoje se deteria neste aspecto típico dos pobres em espírito: não
desperdiçar.
Contra a mentalidade do desperdício
E para
isso o Papa propôs três desafios contra a mentalidade do
desperdício. Primeiro desafio: não desperdiçar o dom que somos.
“Cada um de nós é um bem, independentemente dos dotes que temos”, afirmou.
“Cada mulher, cada homem é rico não apenas de talentos, mas de dignidade, é
amado por Deus, é valioso, é precioso”.
“Jesus nos lembra que somos
bem-aventurados não pelo que temos, mas pelo que somos. A verdadeira pobreza,
portanto, é quando uma pessoa se abandona e se deteriora, desperdiçando a si
mesma. Lutemos, com a ajuda de Deus, contra a tentação de nos considerarmos
inadequados, errados, e de sentir pena de nós mesmos”
Não
desperdiçar os dons que temos
Depois, o
segundo desafio: não
desperdiçar os dons que temos. Aqui o Papa refere-se ao desperdício que nos
é dado pela criação, os alimentos que são desperdiçados enquanto tanta gente
morre de fome:
“Os recursos da criação não
podem ser usados dessa maneira; os bens devem ser conservados e compartilhados,
para que não falte a ninguém o que é necessário. Não desperdicemos o que temos,
mas difundamos uma ecologia da justiça e da caridade!”
Não
descartar as pessoas
Enquanto
que o terceiro desafio: não
descartar as pessoas, Francisco fala sobre a cultura do descarte explicando
que se joga fora egoisticamente quando alguém não nos interessa mais.
“Mas as pessoas não podem
ser jogadas fora, nunca! Cada um é um dom sagrado e único, em todas as idades e
em todas as condições. Respeitemos e promovamos sempre a vida!”
Concluindo
o Santo Padre propôs nos questionarmos sobre estes três desafios, “Antes de
tudo, como vivo a pobreza de espírito? Será que dou lugar a Deus, será que
acredito que Ele seja o meu bem, minha verdadeira e grande riqueza?”. E depois:
“tenho o cuidado de não desperdiçar, sou responsável pelo uso das coisas, dos
bens? E eu estou disposto a compartilhá-los com outros?” Por fim o Papa
recordou que devemos nos perguntar: “considero os mais frágeis como dons preciosos,
que Deus me pede para cuidar? Será que me recordo dos pobres, daqueles que não
têm o necessário?”.
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